@vcdisselivros 30/01/2020Ela viu ou não viu?Com adaptação prevista para chegar aos cinemas em maio de 2020, A mulher na janela prende a atenção do leitor de modo que o mesmo embarca na loucura da personagem criada pelo autor A.J Finn.
Na narrativa, Anna Fox é uma psicóloga infantil que após um trauma desenvolve um transtorno conhecido como agorafobia, no qual o indivíduo sente medo e evita lugares ou situações que possam causar pânico.
No caso da Dra. Anna, a imensidão do céu, o toque do vento e outros fatores externos fazem com que ela fique aprisionada em casa, isolada do mundo. No dia a dia, a psicóloga assiste a filmes clássicos, conversa com estranhos na internet, espiona a vida dos vizinhos pelas lentes da câmera Cannon e bebe taças e taças de vinho.
Quando a casa do outro lado do parque é comprada pelos Rusells, a família, em especial o filho do casal, se tornam o maior alvo da mulher. Certa noite, alertada por um grito aterrorizante, Anna pega a câmera e vê na casa do vizinho algo que a deixa aterrorizada.
Ao buscar o auxílio da polícia, a psicóloga é desacreditada pela condição em que se encontra. O abuso do álcool e o uso excessivo dos remédios controlados faz com que os detetives questionem se que o Anna relatou realmente aconteceu e levantam a hipótese de que ela poderia ter imaginado.
Entre na paranoia
A escrita de A.J Finn é tão convincente que o leitor entra no vício e na onda de pensamentos confusos de Anna. Como a personagem vive alterada, nunca sabemos de fato se ela está falando a verdade ou divagando.
Preconceituosa
De certo modo, a escrita revela que Anna Fox é uma pessoa preconceituosa. Vez ou outra senti uma observação gordofóbica vindo dela, como exemplo:
“O carro balança quando o gigante se acomoda no banco. Fico me perguntando quanto ele pesa. ”
Com o fato de ela ter sido uma renomada psicóloga pensei que não veria esse tipo de comentário partir dela, todavia, posso estar equivocado e supor que esse pode ter sido o artificio do autor para retratar o perfil do detetive citado.
Levemente previsível
Próximo ao fim, uma gama de acontecimentos surge com o objetivo de chocar o leitor, ainda assim, na grande maioria o desenrolar dos eventos é previsível. A impressão que fica é que o autor deixou migalhas ao longo do caminho que indicam a suposta resolução.
Em geral, a mulher na janela pode ser considerada uma leitura muito satisfatória. Não se engane, o desenrolar lento e a falta de ação do começo indicam que o livro pode ser maçante, no entanto, o leitor compra a ideia de Anna Fox e se depara com um suspense instigante.
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