Isis C. 12/03/2011
Eu já tinha lido outros dois livros da Sophie Kinsella, “Lembra de mim?” e “O segredo de Emma Corrigan” e devo dizer: é impossível não reparar as semelhanças entre as histórias dos livros. Vamos lá: acontece algo de extraordinário com a protagonista, que antes achava que tinha uma vida perfeita, depois ela conhece o mocinho e se apaixona por ele, e todas nós sabemos que eles vão ficar juntos no final. Se me dissessem que Lexi, Emma e Samantha fossem a mesma pessoa, eu acreditaria.
Devo comentar sobre o título: The Undomestic Goddess (algo como “A deusa indomesticável/indomada”). Achei que dessa vez o título em português traduz melhor o livro, quem diria! “Samantha Sweeting, executiva do lar”).
Bem, eu achei o livro terrivelmente chato no começo. Tudo bem que Samantha acha que cometeu um grande erro no trabalho, e então foge do escritório e fica meio desnorteada. Ela pega um trem sem saber para onde vai, e para em algum lugar bem distante de Londres, na porta de uma mansão. Os donos da mansão acham que ela é a nova faxineira deles, e Sam finge que é, apenas para poder fugir de tudo. Agora, o mais absurdo: todas as vezes que ela tentava contar que NÃO era uma faxineira, ela não conseguia! Mas nããão, logo Samantha Sweeting, que sequer sabe cozinhar ou passar roupa, virou uma empregada doméstica! Pra mim, a autora forçou demais a barra para poder encaixar a história. Fala sério, se você estraga a roupa da sua patroa na máquina de lavar, você consegue comprar todas as peças IGUAIZINHAS pela internet? E o pior, a sua patroa NEM REPARA? Não estou pedindo que o livro seja igual a vida real, mas quando a história fica cheia de absurdos, e difícil acreditar nela...
Mas calma gente, não estou dizendo que não gostei do livro. O problema é que apenas depois da metade dele é que a história realmente começa a melhorar.
Quais seriam os pontos positivos do livro? Bem, prepare-se para rir muito. Em certas partes, eu dava altas gargalhadas, e as pessoas em volta me olhavam com aquela cara de “Você é louca?”. Isso fez o livro valer a pena.
E, é claro, a mensagem que nós aprendemos com ele. Sim, muitos podem achar que é um livrinho fútil, mas nesse ponto eu defendo o livro! Samantha aprendeu a aproveitar mais a vida e ter humildade... Destaco várias passagens lindas do livro:
“‘It doesn’t matter’, she says, her voice soft. ‘Don’t beat yourself up for not knowing all the answers. You don’t always have to know who you are. You don’t have to have the big picture, or know where you’re heading. Sometimes it’s enough just to know what you’re going to do next.’ ” – página 232
“If I’ve learned one lesson from all that’s happened to me, it’s that there is no such thing as the biggest mistake of your existence. There’s no such thing as ruining your life. Life’s a pretty resilient thing, it turns out.” – página 334
“ ‘Samantha, before you go…’ Iris takes hold of both my hands, her face filled with concern. ‘Sweetie… I’m sure you’re doing what’s best for you. But just remember, you only get your youth once.’ She looks at my hand, smooth against hers. ‘You only get these precious years once’.” – página 380
Nós nem sempre precisamos saber quem somos. Às vezes basta saber qual será o próximo passo. E também não existe algo como “o grande erro da sua vida”. A vida sabe se superar. E, finalmente, nós devemos aproveitar essa época boa da nossa vida – a juventude – que não volta mais.