Jossi 19/07/2012
O QUE ACHEI:
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Um livro bastante longo, que de início, parece um pouco repetitivo e mais ou menos cansativo, quando Julia é "jogada" na ilhazinha, depois do naufrágio.
Confesso que tive um pouco de embaraço e me enrolei um pouco na leitura, mas da metade para o fim, o livro até que é interessante. É profundo, mais um romance psicológico, abordando as várias facetas da personalidade dos diversos personagens envolvidos:
Julia, a mulher, mãe e filha sempre subserviente, submissa, passiva. A mulher que sempre deixava seus próprios desejos e vontades de lado, para servir, ajudar, agradar ao marido, um homem que a trai inúmeras vezes, com inúmeras amantes.
Noah, um pescador de lagostas, homem calado, pouco comunicativo. Ele é divorciado e vive longe da ex-mulher e do filho, a ponto de este último ter desenvolvido certa aversão por ele. Compreensível, pois Noah, embora amasse o garoto, não era expansivo nem sabia como conviver com um adolescente nova-iorquino, um jovem que ele julgava arrogante e muito diferente dele. Ele vai conhecer Julia, porém, e ambos, depois de descobrirem novos horizontes em suas próprias vidas e novos interesses, também descobrirão um ao outro.
Kim Colella é um personagem estranho, moça arredia, que ficou muda depois do acidente. Não foi um personagem que chegou a me cativar, mas tudo bem. Julia vai se aproximar de Kim, assim como se aproximou de Noah, e todos irão se ajudar mutuamente.
Gostei da metade para o fim, que é onde Julia começa a mudar seu temperamento hesitante e frágil. Quando "nasce", a nova Julia será uma mulher muito mais forte, que tirou uma lição importante do acidente. Sabe que nossa vida é breve, frágil, e que ela deveria aproveitá-la melhor. Começa a romper os laços que a mantinham escrava de uma vida insípida, uma vida na qual ela representava apenas a sombra apagada do marido.
E finalmente, Julia vai mostrar-se exuberante de vida, apaixonada pela ilha com suas magníficas paisagens, pelos moradores da ilha, pela pesca da lagosta e por si mesma. Ah, claro... e pelo bonito e misterioso Noah.
O final é bastante interessante e o livro daria um romance de tirar o fôlego, se a autora não se prolongasse demasiadamente em ponderações filosóficas e psicológicas. Isso encurta e esfria os momentos mais comoventes da história.
Ainda assim, é uma boa leitura para quem gosta de romances com dramas familiares e reviravoltas. Eu daria 3 estrelas!