Érika dos Anjos 02/11/2010Dizem que amor de mãe não tem tamanho. E este livro da Barbara Delinsky comprova isso. Porém, Virgine St. Claire não é uma mãe normal e suas filhas se ressentem muito disso. Com este mote, a autora consegue comover os leitores e fazer com que nos apaixonemos por todos os seus personagens. Cada um com uma particularidade e características diferentes, mas recheados de emoções verdadeiras e aquela sensação de 'isso pode acontecer comigo' ou 'também penso assim'. Há muito tempo não dava cinco estrelas para um livro, mas este romance merece isso e muito mais.
Prestes a completar 70 anos e com alguns problemas de saúde, Virgine resolve fazer as pazes com as três filhas, que em comum só têm a mãe e um ressentimento muito grande pela falta de atenção materna. Isso porque Virgine nunca pode dar a elas o amor que mereciam pois seu coração ficou seco após a maior desilusão da sua vida.
Cada uma das filhas tem uma personalidade marcante e bem diferente.
Caroline é uma advogada super-rígida e totalmente focada na profissão, tanto que aos 40 anos não se casou e não quis ter filhos, pois eles podiam roubar o tempo que precisava dedicar ao escritório. Afinal, não é fácil se mulher e sócia de alguns dos melhores advogados do mundo, sempre prontos para puxar o seu tapete.
Annette é exatamente ao contrário. Por não ter tido um lar amoroso e acolhedor, faz de tudo para que sua casa seja assim. É completamente apaixonada pelo marido e por seus cinco filhos. É o alicerce de toda família. O pilar de sustentação da casa. Chegando a ser sufocante de tanto que se dedica ao lar.
Leah é fútil e linda. A caçula das irmãs é quem mais se parece com a mãe, no sentido de adorar festas e alta sociedade. No entanto, já percebeu que sua vida não tem sentido e que precisa nortear o seu destino.
Por falta de tempo e por divergências, as três mulheres praticamente não se viam e nunca poderiam ser chamadas de amigas. Só que uma bem planejada artimanha de Virgine colocou-as na mesma casa e elas precisaram aprender a se amar e se entender. Isso tudo envolto à aura de mistério e amor que cobre Star End's, a tal casa comprada por Virgine de forma muito específica. É lá na pequena cidadela que elas se reencontram com tudo o que deixaram para trás e, principalmente, onde reencontram o significado do palavra família, além de Jesse e Will, homens apaixonantes e que nunca deixaram de estar presentes no dia a dia das mulheres St. Claire.
Enfim, o livro é delicado e de uma beleza extraordinária. A autora consegue, aos poucos, mostrar que todos somos diferentes, mas que a genética tem uma grande influência na nossa vida. Querendo ou não. Recomendadíssimo.
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