Guilherme.Augusto 20/08/2020
A busca pelo nada
Os pensadores da nova esquerda, creio que todos eles, sem exceção, são uma versão do "deus" Marx. Sim, uma versão desta figura onipresente e por que não, onipotente?! Seguem à risca seus "ensinamentos", ideologia (leia-se: ciência) e a tão famigerada "práxis proletária". Colocam em prática cada vírgula escrita do endeusado filósofo, pensador, cientista, artista e tutti quanti que vocês possam imaginar. São suas crias, leais ao abstrato da teoria marxista, cuja dicotomia é o que move o raciocínio, acusando um inimigo imaginário de toda a culpa pelos males do mundo e do outro lado, o paraíso futurístico igualitário.
Sir Scruton, mestre legítimo no entendimento do que têm a dizer estes seres insanos, desmascara cada faceta, um por um, com tal maestria e devoção, que a percepção torna-se fácil.
Na minha visão, o foco aqui é a artimanha da novilíngua usada e abusada por eles, no intuito de destruir a realidade vigente. Entenda-se: tudo é simplificado quando mudamos a maneira de dizer, dando outra nomenclatura, distorcendo significados, alterando o passado (escondendo as verdades e os acontecimentos empíricos). Exercem com tamanha cara de pau métodos surreais, com terminologias inteligíveis, que não dizem coisa com coisa, mas que em seu âmago, o significado é um só: a tão sonhada igualdade de classes, custe o que custar.
A capacidade de florearem, de maquiarem, de ofuscarem suas escritas, falas e pensamentos, é digna de respeito, não nego. São textos completamente confusos, tautológicos, que liga nada à lugar nenhum. Em termos.
Por de trás das cortinas foscas de suas linguagens, o ressentimento, o rancor, o ódio, a repulsa ao inimigo é vociferado. Inimigo este imaginário, abstrato, que não pode ser tocado, mas com certeza, DERRUBADO. Nada melhor que uma revolução ou golpe de estado, coisa simples e corriqueira nos devaneios sórdidos dessa trupe.
Através destes recursos, com os poderes que tinha sobre as pessoas, principalmente alunos e palestrados, de certa maneira os convenciam a juntarem-se à causa. Livros e mais livros, palestras atrás de palestras, ensaios após ensaios, formaram a nova esquerda, que almejava a tão sonhada igualdade.
Segundo eles, lutavam/lutam em favor da liberdade e justiça social; em prol dos oprimidos e lesados física e mentalmente pelo terrível inimigo em voga, o CAPITALISMO. Classificam o "terrível" capitalismo como ilusão, um antro de não-verdades (não reais ao que realmente é real), obviamente, em relação ao que eles acreditam ser verdadeiro (loucura, né?). E esta verdade irrefutável é abstração em si mesma, um futuro que nunca chega, o paraíso onde intelectuais e proletários são um só, e não o Outro (o inimigo imaginário personificado no "burguês"). Um lugar que a liberdade enfim é conquistada e gozada por qualquer um (desde que esteja abraçado com o ideal), sem leis, instituições e superestrutura, porém, sendo o Estado o gerenciador das coisas, elevado à fé, o centro do bem comum (ou como diria Gramsci: a "hegemonia").
Este fetiche perdura até os dias de hoje. Insistem que os "burgueses", a cultura burguesa, são exploradores do trabalho humano, objetando (ou como diria Lukacs: reificando) os seres, perdendo sua identidade de sujeito à objeto, entre outras coisas.
Poderia ficar horas escrevendo sobre tais insanidades profanadas.
Enfim, "Tolos, Fraudes e Militantes" é um estudo rico e revelador. Expõe pormenorizadamente os pensamentos destas figuras importantes à nossa compreensão de porque o mundo está do jeito que está. Recomendo a leitura, afinal, é sempre bom saber os dois lados da história.