Tamara 19/09/2018
A primeira vez que recordo de ter ouvido falar em Zilda Arns foi quando se deu a sua morte, no grande terremoto que abalou o Haiti, e cujos resultados ainda vemos até hoje, em um país que jamais se recuperou totalmente e muitas pessoas de lá vieram tentar reconstruir suas vidas no Brasil. Mas, apesar de ter ouvido o nome dela assim, de forma esparsa, nunca tive muitos detalhes, e também não procurei saber, mas quando vi o lançamento de sua biografia logo tive vontade de lê-la, e um dos principais motivos foi por ter sido escrita por Ernesto Rodrigues, mesmo autor da biografia de Airton Senna, uma obra da qual gostei demais e que me marca até hoje. Assim que comecei a leitura, logo fui tragada para dentro da vida dessa mulher, e fiquei perplexa com tudo que descobri, especialmente pelo fato de ela ser aqui do estado onde moro, e conforme sua infância e crescimento ia sendo narrado, encontrei muita identificação em relação a costumes do sul com os quais convivi e etc. Também, fui surpreendida pela grande mulher que Zilda foi, a ponto de em vários momentos terem surgido lágrimas nos meus olhos enquanto eu lia, devido a tanta dedicação e entrega para ajudar um povo muitas vezes tão sofrido. Além disso, embora eu pouco tinha ouvido falar em Zilda, constatei a grandiosidade de seu legado nessa biografia, pois ela criou coisas como a pastoral da criança, a tão famosa colher de medida para o soro caseiro, e até mesmo este soro, que são coisas com as quais eu cresci, e não sabia que era ela que estava por traz disso tudo. Zilda foi a biografia de uma grande mulher, e que eu leria facilmente com toda certeza mais duzentas ou trezentas páginas sobre ela, para mergulhar mais em seu legado que misturava fé, ciência, força, dedicação, uma mulher maternal e que ao mesmo tempo era dura quando precisava para lutar por seus ideais. Acho que dentre as biografias que li, essa certamente vai ficar marcada, e para quem se interessa em saber mais a respeito de Zilda, esse é o livro mais indicado.