Fabio Pedreira 04/05/2020A busca pelo cajado de cristal Quando alguns amigos se reúnem depois de anos sem se ver na Hospedaria do Lar Derradeiro, eles imaginavam um dia agradável e conversas para relembrar suas aventuras juntos. Mas ao chegar na cidade, tanto Tanis - um meio elfo - como Flint - um anão - veem a cidade ocupada por Hobgoblins como guardas, uma espécie repugnante. Além disso, adoradores dos novos deuses estão por toda parte.
Logo o sentimento de que algo está errado surge para os dois, piorando quando ao se encontrarem com os outros, Kitiara, uma das amigas que juraram aparecer, quebrou sua promessa e não irá para o encontro. O mais estranho é que ela nunca quebra uma promessa.
O rumor que se espalha é que uma busca por um cajado com um cristal verde na ponta está em andamento. De início não se sabe bem o motivo desse objeto ser tão importante para esses seres. A única coisa que se sabe é que ele é de extrema importância, e todo tipo de criatura maléfica estão dispostos a fazer de tudo para obtê-lo.
Os temores se intensificam quando Solomon, um dos amigos, aparece acompanhado de dois bárbaros, um casal com uma história oculta e que logo se descobre que a mulher é a portadora do cajado, um artefato que concede a cura, um indício de que os velhos deuses, que pensavam ter abandonado os humanos, retornaram. E assim começam as aventuras.
Juntos, um meio elfo, um guerreiro, um Kender, um mago, um bárbaro, um bardo, uma sacerdotisa e um anão irão se juntar para se envolver em uma incrível jornada em busca de objetos mágicos e para enfrentar perigos inimagináveis, variando de homens lagartos até dragões enormes.
Dragões do Crepúsculo do outono é o primeiro livro da série Dragonlance, baseada no famoso jogo de RPG de tabuleiro Dungeons and Dragons, sucesso absoluto nos anos 80 e que continua fazendo sucesso até hoje. O livro é incrível, e traz toda a atmosfera de aventura encontrada em um jogo de RPG.
É uma fantasia clássica, daquelas que possuem todos os tipos de personagens e raças que você imaginar. Variando dos elfos, centauros e até mesmo unicórnios mágicos. D&D é um mundo muito rico, e toda essa grandiosidade foi passada para os romances. O mundo é muito bem construído, mapas no início do livro mostra como ele se estende, sendo que ali é apenas uma parte dele, pois como veremos em uma futura resenha, mais coisas estão por vir.
E como eu disse, ele é uma fantasia clássica, isso porque a história é muito bem feita, mas ao mesmo tempo simples, assim como boa parte das fantasias da época (década de 80) ela consiste em um grupo saindo do ponto A até o B em busca de algum objeto sagrado. Mas isso não significa que a história seja limitada, pelo contrário. Muitas aventuras se desenrolam nesse meio tempo - quem está acostumado com jogos do tipo pode entender como as sid quests no meio da quest principal - batalhas são travadas e personagens vão e vem.
Aliás, se você acha que pelo que falei anteriormente o livro continha muitos personagens, saiba que outros ainda aparecem no meio da trama e o mais impressionante é que, por incrível que pareça, nenhum personagem foi negligenciado. E se você já está pensando em desistir devido a quantidade de gente, pode esquecer dessa ideia. Como eu disse, a história é contada de uma forma muito boa e leve, sendo assim, você facilmente consegue saber quem é quem, não tem complicação.
Claro que com uma história cheia de aventuras como essa, muitas questões ficam em aberto, apesar de o livro em si ter uma história quase fechada, ganchos e outras perguntas te deixam doido por respostas e doido para ler a continuação. Aliás, essa história é uma trilogia, na qual a Jambô já lançou os dois primeiros volumes.
Por falar na editora, a edição deste livro é belíssima, a capa é maravilhosa, ao vivo ela torna-se ainda melhor. Por dentro ela contém mapas como já citado e o início de cada capítulo conta com ilustrações fantásticas. O único ponto fraco do livro, na minha opinião, foram os constantes erros de revisão da edição. Para uma edição tão caprichada, chega a ser uma pena ter esses erros, uma letra faltando aqui, uma palavra repetida ali, é lamentável. Felizmente não é algo que chegue a atrapalhar a leitura, mas certamente é impossível passar batido.
No mais é isso. Dragonlance é certamente o tipo de livro de fantasia que eu estava a muito tempo com saudade de ler. Recomendo para todo fã do gênero, ou para quem gosta de uma leitura divertida e ao mesmo tempo com uma boa dose de diversão. Recomendo.