Fabio Pedreira 10/07/2018Heróis de Novigrath Fala galera, hoje eu venho trazer para vocês a resenha do livro Heróis de Novigrath, lançado este ano pela editora Suma. É um livro de fantasia nacional com aventura que traz um grupo de jovens enfrentando perigos dentro e fora de um jogo de computador. E você que não gosta de jogos, calma, leia a resenha até o fim, pois o livro é muito mais que isso, mas primeiro vamos contextualizá-lo...
Tudo começa com Pedro, um ex jogador profissional de HDN (Heróis de Novigrath) que viu sua carreira e popularidade descendo ladeira abaixo devido ao seu comportamento e personalidade, e nunca mais conseguiu emplacar em nada do tipo, nem mesmo em lives no Youtube. Porém, isso muda quando ele recebe a visita de ninguém menos que Yeng Xiao, um dos avatares do jogo de HDN.
Pedro, no começo, acha que está ficando doido, mas quando percebe que aquilo não é um sonho sua vida muda radicalmente, pois Xiao avisa ao garoto que uma entidade poderosa e maligna está se alimentando da energia dos jogadores para poder vim ao mundo real. Cabe a Pedro então formar o time ideal para competir no campeonato mundial de HDN e vencer essa ameaça.
Começo dizendo que esse livro é, na minha opinião, uma surpresa agradável. Sempre gostei de jogos, mas de vídeo game. Jogos online nunca foi a minha praia e, acreditem, existe uma baita diferença. Por isso quando vi a Suma anunciando esse livro fiquei com um pequeno dilema, a parte da fantasia me atraía, já a parte de jogos me deixava com um pé atrás com medo de acabar me decepcionando, mas resolvi arriscar e felizmente tomei a decisão certa.
HDN lembra até um pouco de X-men, pois temos Pedro, que é o treinador, e temos o resto do time. Com o tempo eles vão adquirindo os poderes dos personagens dos jogos e isso pode ser associado a um professor Xavier e seus alunos. E não só por isso, já que os X-men foram criados justamente para tratar de preconceito com um grupo bem variado de personagens, assim também é em HDN.
Os personagens do livro são bastante variados, o que retrata muito bem essa diversidade. Um deles é um roqueiro de cabelo azul, seu irmão gêmeo é gay, a outra é uma coreana que sofre bullying por ser gordinha e também sofre com a pressão dos pais e por aí vai. É um grupo muito diversificado que serve para quebrar padrões em uma sociedade preconceituosa.
Isso sem contar que apesar da quantidade relativamente grande de personagens a autora consegue dar a cada um deles um tempo certo de destaque. Todos são muito bem construídos e, mesmo o livro sendo pequeno, isso não afeta na trama, não temos pausas na história para desenvolver personagens e vice-versa, é tudo construído em conjunto, de forma fluida. Parabéns para a autora por isso.
Já na história temos aquele velho clichê: Time do bem x Time do mal. Porém, ele é muito bem trabalhado e isso que importa, pois, mesmo sendo algo batido, não cansa, trazendo algumas surpresas durante a trama. Por sinal, HDN é um livro muito direto, não enrola para se desenvolver, seguindo um ritmo rápido, todavia, que não deixa nada sem explicação.
No fim das contas, HDN foi uma boa surpresa para mim, o livro me surpreendeu e só demorei um pouco para ler porque aqui era período de festa junina + Copa, o que deixava a rua com muito barulho e impossível de se concentrar nas leituras. Só senti falta de duas coisas. A primeira é um glossário explicando os termos do jogos online, eu que jogo não entendo alguns, imagine quem não gosta de jogos e pega para ler? Acho que a Suma deu um pequeno deslize nessa parte.
Já a segunda coisa que senti falta foi um pouco mais de batalhas dentro do mundo virtual. Quando estão no campeonato jogando, o time dos Vira-latas (que é o time formado por Pedro) se “deslocam” para o mundo virtual, ocupando os corpos dos personagens dos jogos, mas muitas vezes as batalhas são descritas apenas pelas estratégias adotada pela equipe para vencer a rodada e eu gostaria de ver um pouco mais dessas batalhas pelo ponto de vista dos jogadores, como eles vivenciaram.
Obs: Existem batalhas pelo ponto de vista deles, mas eu acho que mais umas duas seria interessante.
Tirando isso, HDN é sim um livro divertido e rápido de ler, não deixa a desejar e é muito agradável. Roberta Spindler tem uma escrita muito boa, facilita muito a leitura e ela não poupa nas gírias na hora da construção dos personagens, até se for para xingar ela xinga kkkkk. É um livro que tem uma história 99% fechada, digamos assim, pois ela se resolve nesse livro, mas nada impede de ter uma continuação.
Por fim, dou 4 estrelas para esse livro e lembre de escolher seu avatar sabiamente.
site:
http://www.revelandosentimentos.com.br/