O bebedor de horizontes

O bebedor de horizontes Mia Couto




Resenhas - O Bebedor de Horizontes


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Lucio 27/07/2023

As areias do imperador 3
Fechamento da trilogia as areias do imperador. Uma ótima leitura, a trilogia nos faz conhecer mais sobre a história do continente africano que por tantos anos sofreu com a exploração européia.
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Rafael 13/07/2023

Imani
A obra fecha a trilogia magnífica de Mia Couto sobre a colonização(invasão) de Moçambique pelos europeus e os conflitos daí decorrentes. A despeito da prosa lírica de Mia Couto ser sempre um dos destaques de qualquer de seus livros, nessa obra ele mostra ser um mestre da narrativa, captando, por meio da personagem principal, uma universalidade. Capacidade que, sem exagero, é própria dos gênios. Para ficar bem claro, sabe aquele livro que você lê e pensa: nossa, esse personagem poderia ser eu? É essa singularidade universal que Mia Couto nos proporciona. Qualquer pessoa minimamente sensível compreende que Imani, na verdade, somos todos nós, os frutos da miscigenação da raça humana que, embora por vezes se diga pura, ou tente buscar uma certa pureza, é, de fato, uma mistura, um caleidoscópio de genes originados, especialmente, na África. O que, particularmente, é um conforto para mim, pois, embora "branco" na aparência, tenho, sem dúvida, orgulho da minha alma preta, da minha ancestralidade.
Imani vive um conflito interno ao longo da obra por ser uma "branca" para os pretos e uma "preta" para os brancos. Engana-se, contudo, quem vê em tal dualidade uma suposta ausência de pertencimento. Ao revés, Imani é humana, justamente, por ser uma mistura de preto e branco. E é a beleza disso que o potente texto de Mia Couto nos faz enxergar. Tanto o é, que o surpreendente capítulo final assim o confirma superando, para minha alegria, todas as expectativas que, até então, eu já havia atestado quanto ao autor. É, sem dúvida, a trilogia mais bonita que eu já li em toda minha vida. A marca indelével dessa experiência é que me motiva a recomendar à todos sua leitura.
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Juh 02/02/2022

Mia Couto é incrível!
A trilogia mais poética que já li! Livros extremamente líricos e de uma beleza e sensibilidade inexplicáveis. Verter cada gole da prosa de Mia Couto, a partir da narrativa de Imani e de Germano, é uma experiência transformadora. Vale a pena cada página!

" - Os livros nunca estão escritos. Quando os lemos, escrevemo-los.
.
Aquele livro podia não ser sagrado. Mas fazia as pessoas sagradas." (Sombras da água)
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Mama 30/10/2021

Leitura maravilhosa
Terminei este último volume da trilogia muito triste e nostálgica, Mia Couto foi perfeito até o fim. Mostrou através de Imane e Germano toda uma história de exploração, maldade e desrespeito com o povo africano. Vale a pena ler!
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Mary Manzolli 10/07/2021

Perfeita como toda obria de Mia
Esse é o último volume da trilogia "As areias do Imperador", que retrata os derradeiros dias do chamado Estado de Gaza, o segundo maior império em África comandado por um africano.

O Bebedor de Horizontes relata os eventos após os prisioneiros embarcarem no cais de Zimakaze e partirem em direção ao posto de Languene, onde fizeram uma breve parada para depois seguirem para o estuário do Limpopo e dali darem início à viagem marítima que conduziu os africanos para um distante e eterno exílio e, em meio a esses conflitos, também nos conta a história de amor entre o sargento Germano de Melo e a garota moçambicana Imane Nsambi, que nesta altura dos acontecimentos, grávida de Germano, se tornou uma das esposas do imperador Ngungunyane e, pela sua familiaridade com a língua portuguesa, é usada como tradutora durante a viagem, para intermediar o diálogos entre colonizadores e colonizados.

É perceptível, nesta trilogia, a intenção do autor em estabelecer paralelos entre a História e os dias atuais e denunciar a origem da imposição de diferenças inexistentes entre brancos e pretos e outras diferenças étnicas que dividiram um povo, com o claro objetivo de se fabricar conflitos, ódios e levar a situação para o confronto.

Interessante é o tratamento dado pelo autor às complexidades históricas, uma vez que não canoniza um lado e demoniza o outro, mostrando que a história não é linear, com lados certos e errados bem definidos e não deveria ser estudada de forma tão binária, tal qual temos visto nas escolas.

Essencial se faz enxergar com os olhos do outro para que seja possível se deixar tocar pelas duas faces deste confronto e é desta forma que seguimos, ora vendo as coisas com o olhar português para os povos das terras que se disse pertencerem a Portugal e ora com o olhar do povo moçambicano, subjugado, explorado, reprimido e sofrendo os efeitos da colonização portuguesa através do apagamento diário de suas lembranças, culturas e crenças.

Mas para além do mergulho histórico, o que me fascinou na obra de Mia é a linda prosa, temperada, na medida certa, de credos e crenças africanas, sem que esse realismo mágico interfira no contexto histórico e no desenrolar da jornada de Imane e Germano.

Enfim, leitura deliciosa, envolvente, desde o primeiro volume, uma aula de história sobre a colonização de Moçambique, que conquistou sua independência somente em 1975, sua multiplicidade cultural e identitária, a exposição das humanidades e fraquezas dos heróis históricos e um final que nos mostra que a vida é mais complexa do que parece quando a olhamos de perto.
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Juno 30/03/2021

É o terceiro livro das histórias das areias do imperador. É um ótimo livro, a trilogia em si é muito boa, muito emocionante e pesado. Recomendo a lerem os três livros.
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Mel 11/04/2020

Nessa quarentena, aproveitei para ler a triologia “As areias do Imperador”, de Mia Couto: Mulheres de Cinzas, Sombras da Água e O bebedor de horizontes .

Só a genialidade de Mia Couto para conseguir traduzir um pedaço tão difícil da histórica da colonização portuguesa em Moçambique com tanta delicadeza e poesia. Muito mais que 3 livros, são memórias das milhares de vidas que se esvaíram desse mundo como areia pelos dedos de quem tenta carregar um monte pela mão.

Essa triologia narra e evidencia os desafios dessa colonização nos anos 1895/96, com alianças e traições entre diferentes aldeias no sul de Moçambique, as guerras sem fim e um compilado de fragmentos que descrevem (sob uma perspectiva bastante influenciada pela cultura local) o que foi o declínio do império de Gaza e a trajetória de vida de Ngungunhane, o último rei desse império que resistiu à ocupação colonial.

Enquanto lia Mia Couto, ia atrás de diversas referências históricas e outras perspectivas do que foi aquele momento, e a verdade é que quanto mais estudo, mais sinto essa malícia e a dor das pessoas que foram humilhadas, sofreram todos os tipos de assédio e intolerância de graça. É de arrepiar e perder a respiração conhecer um pouco mais da história que teve sua identidade arrancada de si.

"A cegueira, diz Ngungunyane, é uma prenda em tempos de horrores."
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Biblioteca Álvaro Guerra 24/09/2019

Neste último volume da trilogia, os prisioneiros embar­cam no cais de Zimakaze e a lancha parte em direção ao posto de Languene. Ali farão uma breve paragem para depois rumarem para o estuário do Limpopo e ali darem início à viagem marítima que conduzirá os africanos para um distante e eterno exílio.

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535930641
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isa.dantas 29/07/2019

Que desfecho para essa trilogia. Que tristeza os efeitos da colonização portuguesa. A história só não é mais dura por conta da doçura da poesia na prosa de Mia.
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Leandro Bertoldo Silva 06/01/2019

Difícil expor em palavras, mas vou tentar...
Acabo de ler, hoje, dia 6 de janeiro de 2019, às 9h15 de um domingo, o livro 3 - O Bebedor de Horizontes - da trilogia As Areias do Imperador, de Mia Couto. Arrepio enquanto escrevo e não sei porque seguro o choro... Não li um livro, li centenas de vidas que se desanuviaram em minha frente perante os meus olhos. Se as lágrimas não saem por eles é porque lavam-me a alma... Estou em outro lugar que sei que irei revisitar sempre que me lembrar desta história e de maneira com que foi escrita. O que a literatura faz com a gente, não dá para explicar...
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ElisaCazorla 03/01/2019

Não atendeu minhas enormes expectativas
Nao conheço ninguém mais fã de Mia Couto do que eu. Não conheço ninguém que leu tantos livros dele quanto eu, logo me sinto tranquila em dizer que, definitivamente, essa trilogia não atendeu as minhas expectativas nem de longe. Este volume que encerra a série é demasiado longo, embora tenha pouco mais de 300 páginas. Os dois primeiros terços da obra são lentos e enfadonhos. No entanto, o último terço do livro é todo Mia Couto como eu gosto!! Os últimos capítulos compensam a leitura de tudo. Talvez, os últimos capítulos deste volume sejam os melhores momentos de toda a trilogia. Estou aguardando ansiosamente pelo próximo livro de um dos meus autores favoritos com mais cara de Mia Couto.
regifreitas 04/01/2019minha estante
eu também sou muito fã do Mia Couto. mas essas trilogia... li o primeiro e até gostei, mas não empolgou. comprei o segundo e está na fila há quase um ano e não me animo a ler.

acho que essa série é um trabalho por encomenda pelo que pude entender das entrevistas, logo, é algo mais comercial, e foge um pouco do estilo dele, que justamente é o ponto forte do texto dele.

provavelmente terei que reler o primeiro novamente, já que não me lembro de muita coisa. e isso me desanima ainda mais! mas quero ler tudo dele e inevitavelmente um dia terei que voltar a essa trilogia.


ElisaCazorla 04/01/2019minha estante
Regi, eu tive EXATAMENTE a mesma sensação hehehe Que bom ler suas palavras!!! Falei isso para todo mundo que conheço hehe

Também acho que são livros encomendados para atender um outro público, mas acho que não funcionou porque os leitores que queriam atingir não foi atingido e nós, os fãs do estilo do Mia, não gostaram. Uma pena.

Eu achi que são livros muito simples e fiz até um teste e sugeri para uma pessoa que havia lido Um Rio Chamado Tempo e detestado e leu Mulheres de Cinza e adorou hehehe Acho que estamos certos sobre ser uma trilogia encomendada.




Lonogueira 22/11/2018

Último livro de uma trilogia...
Que não se rende ao clichê de unir amores impossíveis. A escrita de Mia Couto segue fiel às demais obras que já li. É apaixonante, reflexiva e impactante nas sutilezas de uma boa simplicidade carregada de simbologias ! Confesso que algo pueril quis-me fazer acreditar em um final mais Lagoa Azul, mas não seria tão verdadeira essa ficção se não terminasse como foi. Recomendadíssimo!
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Desireé (@UpLiterario) 28/09/2018

O final épico de uma guerra e de seus vencidos. (@upliterario)
[Contém fatos dos 2 primeiros vol.]
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O Bebedor de Horizontes tem início logo após a apreensão de Ngungunyane. O Rei de Gaza e sua família são detidos e levados pelos portugueses, com o intuito de serem levados à praça pública e exibidos em Lisboa como grandes espólios de guerra. A glória portuguesa e o fim da Guerra de Moçambique. Contudo, para os vencidos, esse final demonstra-se mais temeroso do que a morte e seus destinos são traçados, pouco a pouco, pelo fio da navalha e pelo desenrolar dos eventos em terras europeias e africanas, dois mundo tão distintos e extremamente hostis.
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Mia Couto puxa o pé do leitor e nos deixa jogados no chão, durante toda a leitura, mas principalmente, pelos últimos capítulos. A força de sua narrativa e a brutalidade e crueldade tão críveis e tão palpáveis dão o tom histórico da obra e demonstram a escória da humanidade. Os fatos dali nada mais são do que eventos reais, narrados pela visão folclórica e cultural daqueles povos, sem, contudo, perder a essência humana e terrível. O homem em sua pior face. A Guerra como o fruto da crueldade do homem.
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"A cegueira, diz Ngungunyane, é uma prenda em tempos de horrores."
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O final épico, emblemático e destruidor de uma das melhores trilogias histórica de guerra que já li. Aquele término amargo, duro e real e, acima de tudo, emocionante, que vai de uma só vez, destruir toda e qualquer réstia de esperança e deixar um buraco no fundo de sua alma. Apenas a triste realidade de um povo vencido. Outra e outra e outra vez.
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"O amor [...] é a mais passageira de todas as doenças mortais."
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E uma obra forte e cheia de levantes feministas, capazes de nos fazer sofrer e suspirar e refletir sobre a condição da mulher. Uma trilogia mágica, forte e bela. Para ler e reler, em várias fases da vida. Leitura obrigatória!

site: www.instagram.com/upliterario
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