A Salvação do Belo

A Salvação do Belo Han B.C.
Byung-Chul Han




Resenhas - A Salvação do Belo


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eurenato 31/12/2023

Uma estética da era digital.
Uma crítica a estética do liso como compreensão contemporânea do belo. Trata de como o discurso da beleza na era digital influencia modos de pensar, agir e desejar. Norteado pela correção de imperfeições, rugas, pêlos, asperezas e tudo que atrapalhe o ato de deslizar contradizem esta ideia de belo.
"Os corpos que dão o prazer ao tato não deveriam opor resistência".
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Seu representante ideal é a própria tela do smartphone, por onde se deslizam compulsivamente os dedos. O ato viciante de deslizar permite acessar mais imagens (sobretudo corpos/objetos lisos) em velocidade constante, sem tempo de parar e apreciar. Deslizar para os lados é capaz de descartar ou validar. Num deslize é possível comprar sem tempo de pensar.
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Conecta com a ideia da sociedade de consumo e sociedade da informação, sendo a estética do liso como política do belo uma necessidade para o aceleramento. Sem atrito, não há desaceleração possível.
Esse discurso despreza qualquer estranheza, diferença e alteridade, por isso combina tão bem com as movimentações neoliberais e autoritárias.
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A salvação do belo está na necessidade de esbarrar nas rugosidades e em ganhar tempo de contemplar, em se demorar. A compreensão de um belo simétrico e liso é produto de um projeto político excludente. É possível pensar em um belo que não é fabricado, mas que contempla os acidentes, ferimentos e imprevisibilidades da existência.
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Icaro 19/12/2023

A salvação
Mais um livro incrível do autor publicado pela Editora Vozes.

Esse trata da necessidade de reencontrarmos com o belo e sairmos da estética da perfeição que veio com a era digital em busca do like.

?O tempo que domina na curtida, no like, é um tempo sem eros, diria Heidegger, um tempo sem beleza. O belo como acontecimento da verdade é gerativo, produtivo, poético. Dá o que vê. Belo é essa dádiva.?

Nota 9,7/10 ???
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renan639 07/11/2023

A salvação do belo
Byung-Chul realiza uma análise crítica de como a contemporaneidade enxerga o belo, para ele a lógica da produção e consumo capitalistas, bem como a internet, são fatores determinantes. Assim, por meio do que ele chama da "estética do liso" nos convida a pensar sobre a ausência de negatividade e profundidade das obras de arte que se exaurem no "like" e na curtida. Para o autor o belo é carregado de uma densidade que não cabe no consumo rápido, de modo que o mistério e a narrativa são elementos importantes para a experiência do belo. Em vez de que tudo esteja exposto e nu, quase como que pornograficamente, para a experiência do belo é imprescindível a passagem do tempo, numa relação dialógica e muitas vezes serena com o que é belo. É uma obra que provoca a pensar sobre a cultura atual e, nas palavras do autor, salvar o belo.
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Stella F.. 03/05/2022

Tempo corrido X Tempo de Contemplação
A Salvação do Belo – Byung-Chul Han – Editora Vozes – 2019

“O liso é a marca do presente” (pg. 7)

A cada capítulo o autor vai nos falar do conceito de beleza contrapondo com a contemporaneidade, o liso.

Vai trazer conceitos do assunto em Kant, Barthes, Walter Benjamin, Schopenhauer, Platão, Santo Agostinho, Hegel, Heidegger, Adorno, Nietzsche, entre outros, além de mencionar escritores como Rilke e Proust.

Vai nos mostrar que na atualidade nada pode ter aspereza, tudo gera likes, nada pode carregar sofrimento, confronto e negatividade.

A contemporaneidade é o lugar do perfeito, com nada fora do lugar, nada que nos faça pensar muito, nos mobilizar. Tudo é efêmero, é o tempo de uma curtida, e já se visualiza algo diferente.

Com isso vai nos falar de esculturas, de close-up do cinema, de carros arredondados, vai contrapor belo e sublime, belo natural e belo digital, vai nos mostrar o velamento na escrita, e a perda da noção de outro, da alteridade, além de vários outros aspectos.

“A tarefa da arte consiste, desse modo, na salvação do outro. Salvação do belo é a salvação do outro. [..] A crise da beleza consiste hoje justamente em que o belo é traduzido à sua subsistência, ao eu valor de uso ou de consumo. O consumo aniquila o outro. O belo da arte é uma resistência a ele.” (pg. 97-98)

Achei interessante quando cita o tempo em Proust e nos fala da beleza como reminiscência, uma repetição do ter-sido (Platão).

“É a tarefa do escritor metaforizar o mundo, ou seja, poetizar. Seu ponto de vista poético descobre as ligações ocultas entre as coisas. A beleza é um acontecimento-relação. Nela reside uma temporalidade particular. Ela se despoja de um gozo imediato pois a beleza de uma coisa aparece apenas muito depois à luz de uma outra como reminiscência. Ela consiste de sedimentos históricos que fosforecem.” (pg. 106-107)

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Adna 25/11/2021

Salvação do belo
Ensaio sobre o belo em que o autor discute as relações atuais com esse conceito. Boa leitura, porém pode ser um pouco difícil pra quem não está habituado com os pensamentos filosóficos dos autores mencionados.

?A mais nobre espécie de beleza é aquela que não arrebata de vez, que não se vale de assaltos tempestuosos e embriagantes, mas que lentamente se infiltra, que a gente leva consigo quase sem perceber e deparamos novamente num sonho.?
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Gustavo 25/03/2021

Porque achamos o liso, belo?
Han disserta sobre a estética do que apresentou anteriormente como sociedade da positividade (Sociedade da transparência). Han, em diálogo com autores consagrados no campo da estética, enfatiza a perda da experiência do belo, e o cativeiro a que este está submetido atualmente. Na sociedade da positividade, se afasta toda negatividade, Tudo permanece submetido à vista, ao domínio, ao uso, de modo que se perde a experiência do belo.
É recomendável tanto para quem se interessa pela discussão no campo da estética, quanto para quem deseja aprofundar-se na crítica de Han à sociedade contemporânea.

Gustav.Barbosa 27/03/2021minha estante
???




Daniel263 18/12/2020

Um dos Byung-Chul Han que mais gostei!
Publicado em: @curadorliterario

71º livro de 2020.

Provavelmente o melhor livro do Byung-Chul Han que já li. Mas eu sempre digo isso...

E, como diz no título, o livro fala de como o conceito de belo, na sociedade atual, padronizada e capitalista, preza pela artificialidade consumista e viciante - esvaziando justamente o conceito de “beleza”.

Em uma edição mais organizada (com as notas ao final - e são muitas notas), acho que nessa obra o filósofo germano-coreano amarrou muito bem suas hipóteses e teorias.

O texto é objetivo e fácil de acompanhar, apesar de ter muito Hegel e Heiddegger! Mas, além disso, tem excelentes panoramas culturais e exemplos fenomenais com Benjamin e Barthes!

No geral, o livro acompanha as teorias de “Sociedade do cansaço”, “Sociedade da transparência”, “Agonia de Eros” e “Bom entretenimento”, mas com mais suavidade e desenvoltura.

É quase um livro anti-Instagram, e eu estou postando sobre ele aqui! 😝

site: https://www.instagram.com/p/CE9XSFZj0Hb/
Realista 24/01/2021minha estante
O que significa o liso que ele tanto fala ?




Denner289 15/12/2020

O belo que não é belo
Não é meu livro preferido do Chul Han, mas ele me fez pensar o quanto o belo atualmente está ligado a um espectro de perfeição.

Infelizmente a sociedade só acredita que é belo aquilo que é tem simetria, toque, cheiro e tudo mais perfeito, mas na realidade a beleza é outra coisa...
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Jacque Spotto 29/09/2020

Esse livro faz refletir a respeito sobre "o que é o belo?"
Beleza é tudo aquilo que gostamos de primeiro impacto ou vai além da simples harmonia estética que nos agrada aos olhos? O belo nos faz refletir ou não? É apenas para um contentamento momentâneo? O que se designa "belo" na atualidade?

Muitas dessas perguntas que rodam nossas mentes é bem elaborada nesse "pequeno grande" livro de Byung-Chul Han. Para o filósofo, o belo na atualidade está perdendo seu sentido e se tornando mais uma forma de consumo do que de contemplação. O belo se tornou um simples material de consumo e com isso ele se tornou vazio, que tenta apenas agradar aos olhos.



site: https://www.instagram.com/a_lusotopia
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Elk 30/08/2020

Aprenda o que não é belo, para poder apreciar o que é belo
Terceiro livro que leio do autor Byung Chu-Han, e a cada livro que vou lendo, entendo que possuem uma constância, como se fossem um único livro e que estivessem divididos entre si.
Pois bem, "A Salvação do Belo" é um livro que evoca o Belo, obviamente. No início, Byung faz uma crítica à modernidade cibernética e às artes lisas, após isto, ele traz pensamentos de filósofos consagrados para debater sobre o que não é belo, dando diferentes parâmetros sobre o mesmo assunto. Por fim, ele finalmente diz o que é o Belo, como ele é em forma e essência, além de dar dicas de como apreciá-lo.

A escrita é boa, o autor têm um excelente vocabulário e seus argumentos são muito objetivos. Indo sempre ao ponto, à finalidade das coisas. Por isso são tão curtos, porém, são essenciais e é isto que interessa.
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Ira 06/05/2020

Um livro sobre o belo e o hoje
O belo, a beleza, o firmar contrato com os olhos num objeto que te rouba o tempo, o ego. E os preenche. Mas com o quê?
?Sem ferimento na?o ha? nem poesia nem arte
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eagorarenato 23/03/2020

Eu enrolei pra caramba pra terminar de ler esse livro curto por motivos de: o que ele tem de conteúdo pra fazer refletir é muito grande e porque eu não queria que ele acabasse. Fala sobre como o belo está associado ao liso e como o objeto mais erótico que temos acesso exemplifica isso. A tela lisa dos smartphones produz a facilidade máxima de resolver qualquer ação num deslizar dos dedos numa tela lisa. É fácil comprar com um toque. Deslizar sobre a tela é tão prazeroso que não conseguimos mais nos afastar dela. Fotos com imagens de corpos lisos enchem essas telas. É preciso salvar o belo v dessa velocidade deslizante da falta de atrito. É preciso pausar para contemplar o belo.
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Fernanda.Kaschuk 29/12/2019

A redescoberta do sensível na modernidade supérflua.
Han é um filósofo contemporâneo que busca respostas na filosofia, na arte e na psicanálise para as problemáticas atuais, primordialmente as de cunho político e estético. Esse texto assim como muitos outros assinados por Han, traz severas críticas a transparência e supervelocidade da sociedade em que vivemos, onde há uma mera exposição e uma fútil admiração através do "like", o que ele chama nesse texto de "estética do liso" uma imagem polida e sem distância estética, objetiva e transparente em seu objetivo (o like). A arte de hoje não procura a redenção ou gerar inspiração, mas apenas o valor capital ou lucro. A otimização das redes sociais, a aceleração das reações (like) dilui o tempo de apreciação estética (do sentir e do sentido), assim formando uma impossibilidade de lembrança, reminiscência do belo.
Na sociedade do capital, do lucro e a velocidade, só o afeto salva.
Douglas 12/02/2021minha estante
Ótima resenha. Já quero ler!




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