Resenhas -

Mariana Dal Chico 02/06/2021

3.5 estrelas

“Com Borges” escrito por Alberto Manguel foi publicado no Brasil com a tradução de Priscila Catão pela editora @editora.ayine

Como boa fã de Alberto Manguel, quero ler tudo o que ele já escreveu.
Do Borges, já li “Ficções” (@alineaimee obrigada pelos vídeos precisos no Chave de Leitura) e “Primeiro Poesia” (com auxílio do “Borges Babilônico”).
Logo, um livro que une esses dois grandes nomes em um só lugar, não poderia deixar de estar na minha estante.

Em 1964, Manguel tinha por volta de 16 anos, trabalhava em uma livraria em Buenos Aires e um dia, Borges - que era cliente da loja e já estava cego -, perguntou se ele estava disposto a ler para ele no período da noite, já que sua mãe se cansava com facilidade. Manguel aceitou a ir de 3 a 4 vezes por semana em sua casa e fez isso até 1968, mas não era o único, haviam outros “leitores” para Borges.

Manguel nos transporta para dentro da casa de Borges, que lhe “parecia existir fora do tempo, ou na verdade um tempo criado a partir das experiências literárias de Borges”.

Como não sei muita coisa da biografia de Borges, me surpreendi ao saber sobre a quantidade de livros que tinha em sua casa, me impressionei com sua memória extraordinária e entendi o motivo dele ser alvo de algumas críticas e polêmicas.

A escrita de Manguel é tão gostosa, que a leitura é como se estivéssemos conversando pessoalmente e, em alguns momentos, senti ter vivenciado aquelas cenas ao seu lado.

Leitura muito recomendada, mas tenha em mente que aqui, o foco é todinho em Borges.

site: https://www.instagram.com/p/COIgIYRjzEn/

Cris 23/07/2023

23.07.2023
Gosto da escrita de Manguel e conhecer um pouco de Borges, que ainda não li, foi muito bom. Manguel conta como, aos 16 anos, foi convidado por Borges que frequentava a livraria onde ele trabalhava, para ler livros, pois estava cego. Borges observa que todo escritor deixa duas obras, a escrita e a imagem de si próprio, e que ambas se acompanham até o fim.

Marilia Verdussen 23/07/2023

Babado
Eu adorei. Tem histórias lindas sobre o Borges, curiosas, divertidas... E dá tancho também, era facho e racista. Fascinante!

Italberto 02/04/2021

Com borges
Sou fascinado pela história de Jorge Luiz Borges, desde seu engajamento político na época da ditadura Argentina, até sua morte, envolta em tantos segredos.
Borges era, antes de tudo, um leitor inveterado e um apaixonado pelos livros, tanto que sua definição de paraíso era o de uma grande biblioteca.
Nesse pequeno livrinho, Alberto Manguel, nos conta um pouco de suas impressões sobre Borges. Impressões adquiridas durante os quatro anos que conviveu com o autor consagrado, servindo de guia, pelas ruas de Buenos Aires e pelas páginas dos livros da sua biblioteca particular. Borges, possuía uma doença genética degenerativa que o fez, aos 58, anos ficar completamente cego, o que o fazia apelar para qualquer um que estivesse disponível para ler para ele, e também tomar notas. Afinal, mesmo cego, ele continuava a produzir. Numa tarde, enquanto voltava pra casa, passando em uma livraria, Borges convida o jovem Alberto, então com 16 anos e funcionário da livraria , para ler para ele.
A partir de então, somos co duzidos pelas lembranças do jovem ajudante de Borges pelos momentos marcantes que passou em companhia do velho mestre. Quatro anos de aprendizado, mesmo sem que na época se desse conta de que estava sendo preparado para alguma coisa.
Assim como Borges, Alberto Manguel, hoje, é o diretor da biblioteca nacional Argentina.

Vale muito a pena a leitura desse livro. Da pra terminar numa manhã, dada as poucas páginas e a narrativa envolvente. Ao terminar a leitura, parece que nós também conhecemos um pouco do Jorge Luiz Borges.

Luize Ribas 02/01/2022

Instigante, delicado e inteligente
Manguel tem uma habilidade incrível para falar sobre livros, leitores e a nossa paixão por literatura. Neste livro, podemos conhecer mais sobre Borges, outro leitor apaixonado, com uma memória incrível e e textos brilhantes.

Com Borges nos instiga a conhecer ainda mais sobre esse escritor magnífico e terminei a leitura com vontade de conhecer Buenos Aires e de ler mais da obra do autor Jorge Luis Borges.

Além disso, parece daqueles livros que sempre podemos retornar e descobrir mais detalhes. Leitura super recomendada!

Fernando 10/01/2023

Recortes
O livro é fluído e contém curiosidades interessantes sobre a vida de Borges.

O material, no entanto, poderia ser melhor explorado, caso o autor optasse por um livro mais extenso.

A sensação, em alguns momentos, é de ler uma obra inacabada.

Thais 08/12/2021

Descrições
Manguel escreve super bem e com uma poesia simples e certeira. O livro no fim, não me despertou muitas emoções, mas as descrições das reações de Borges ao ouvir as histórias, achei de uma poesia que me fez refletir sobre como livros são transformadores nas nossas vidas. Quantas histórias e personagens podemos imaginar. Livro é tudo!

Josi 09/04/2022

O jovem Manguel e sua inusitada parceria com Borges
Para quem curte ler sobre livros, literatura e o ato de ler em si, Manguel já se torna referência por ser, a meu ver, a maior autoridade no assunto viva hoje. O apreço com o que esse escreve sobre esses assuntos me dá a impressão de sermos amigos de longa data, rs. Dito isto, esse relato de sua parceria com Borges nos idos de sua adolescência (quando não imaginava ainda o tamanho desse privilégio) é comovente. Borges ficara cego e elegia, dentre várias pessoas, os leitores que iriam ler (ou, reler, muitas vezes) pra ele seja qual fosse o livro que estivesse a fim de consumir. Manguel foi uma dessas pessoas por 4 anos. É incrível acompanhar as manias, as piadas, as críticas de Borges com relação a literatura e assuntos em geral. Também é muito interessante descobrir a dinâmica que reinava naquela casa, onde o autor vivia com sua mãe, idosa (sendo Borges também já idoso). A casa forrada de livros, os poucos espaços remanescentes para os habitantes da casa, dentre outras particularidades. Pra mim, um dos textos em prosa mais poético que li em muito tempo. Vale demais a leitura, livro curtinho, mas que aquece o coração.

escrivadocaos 14/07/2022

Um relato
Este livro provavelmente tem como público-alvo pessoas que já se envolveram profundamente com a literatura de Borges e que não só detém muito conhecimento dele quanto do círculo literário que estava em alta em Buenos Aires.

O livro é definitivamente o que a sinopse diz ser: um relato. O decorrer da leitura não busca de forma alguma trazer profundidade ao relato, apresentar a obra, trechos ou explicar minimamente às referências feitas (fala-se de muitas obras, mas nenhum trecho, nenhuma citação, nada que conforte um pouquinho o leitor que talvez não conheça tudo).

O relato é seco e limita-se apenas a isso, sem nenhum artifício para convidar o leitor ao ambiente cativante que parece o apartamento de Borges. É engraçado, que pela premissa esse texto pretente ser convidativo, mas a narrativa mantém um forte distanciamento dessa intimidade que se quer provar.

Conclusão: texto bem escrito, temática promissora, execução não tão boa assim...

Gabriela.Rossi 14/01/2023

?Com Borges? de Alberto Manguel
O livro trata de memórias de Manguel quando lia para Borges. Um livro bem gostosinho de ler, conta como Borges lidava com o fato de ser cedo e escritor.
Gostei do livro, não amei, mas gostei.

Raquel 19/03/2023

Escrita linda e sincera do Manguel. Em poucas páginas foi capaz de retratar as várias facetas de Borges, sem nos poupar do que é desagradável em sua biografia. Excelente!

Marilda 07/02/2022

Opinião e Fragmentos
"As conversas com Borges eram, ao contrário, o que, na minha mente, toda conversa deveria ser: sobre livros e seu funcionamento, sobre escritores que ainda não tinha lido, sobre ideias que não tinham me ocorrido ou que eu vislumbrara de maneira hesitante, meio que por intuição (...) Eu não tomava notas porque durante aquelas noites me sentia feliz demais." (p. 17/18)
"(...) dizendo que a cegueira e a velhice eram maneiras diferentes de ficar sozinho." (p. 20)
"Garanto que existe entre esse velho bibliotecário e seus livros uma relação que as leis da fisiologia julgariam impossível." (p. 33)
"Sua biblioteca (que, como a de todos os outros leitores, também era sua autobiografia) (...) 'Sou um leitor que busca o prazer: nunca permiti que meu senso de dever influenciasse algo tão pessoal quanto a compra de livro'" (p. 34)
"De Foucault e Steiner a Godard e Eco e os leitores mais anônimos, todos herdamos a vasta memória literária de Borges." (p. 35)
"Não é de surpreender que, na minha adolescência assombrada pelos livros, eu me lembrasse de frases como essa logo antes de adormecer, como um encanto." (p. 43)
"Em parte, também vinha de conversas cotidianas, do hábito civilizado de sentar à mesa de um café ou de jantar com amigos e discutir as grandes e eternas questões com humor e franqueza." (p. 46)
"Não tinha paciência com burrice e disse certa vez, após conhecer um professor universitário particularmente obtuso: 'Prefiro conversar com um malandro inteligente'" (p. 46)
"Dois pesadelos assombraram Borges durante toda a sua vida: os espelhos e o labirinto. O labirinto, descoberto pela primeira vez durante sua infância numa gravura em chapa de cobre das Sete Maravilhas do Mundo, fez com que temesse 'uma casa sem portas' em cujo centro havia um monstro à sua espera; os espelhos o aterrorizavam devido à suspeita de que um dia mostrariam o reflexo de um rosto que não era o seu, ou pior ainda: um reflexo sem rosto." (p. 53)
"Para Borges, o conhecimento do amor devia ser encontrado na literatura." (p. 54)
"(...) ler é, para Borges, uma maneira de ser todos esses homens que ele sabe que nunca será: homens de ação, grandes amantes, guerreiros." (p. 59)
"Depois de Borges, depois da revelação de que é na verdade o leitor que dá vida e título às obras literárias, a noção de literatura como mera criação do autor se tornou impossível." (p. 62/63)
"Ele não fazia caso das críticas por achar que eram ataques às suas opiniões ('o aspecto menos importante de um escritor') e à sua política ('a mais miserável das atividades humanas')" (p. 65)
"(...) o escritor não devia cometer a descortesia de surpreender o leitor." (p. 67)
"'fazer listas é uma das atividades mais antigas do poeta'" (p. 68)
"Ele acreditava, contra todas as probabilidades, que nosso dever moral era ser feliz, e que a felicidade podia ser encontrada nos livros, apesar de não conseguir explicar a razão disso." (p. 69)

IvaldoRocha 30/09/2019

Um ótimo aperitivo.
A princípio me senti enganado pelo tamanho do livro, embora todas a medidas estivessem no site, não atentei para as mesmas, e pela bela capa, onde aparece uma linda natureza morta que inclui um tigre, animal preferido de Borges, dava a impressão de ser um livro suntuoso. Não é, trata-se de um livro minúsculo, mas “Minha culpa”.
Depois esperava, algo mais profundo, com um caminhão de informações e detalhes da vida de Borges, outro engano meu, como o próprio autor informa logo no começo do livro, o mesmo se trata apenas das suas visões e fatos que o mesmo compartilhou com Borges e seus amigos, durante o tempo em que lia para ele, já acometido pela perda da visão. Mais uma vez “Minha Culpa”.
Mas depois que você começa a ler, vai se sentindo como um visitante da casa e da vida de Borges, de uma maneira sem cerimônia, como ele costumava receber aos amigos.
Alguns fatos curiosos da vida de Borges, a maneira com encarava a vida, a literatura, suas amizades vão se desenrolando, nada excepcional ou grandioso, a narrativa flui naturalmente do início ao fim, mas de maneira saborosa, longe de ser insonsa, é leve e agradável, é como um bom aperitivo que antecede a ceia.

Tânia 17/01/2021

Uma coletânea da lembranças
O livro conta as lembranças do autor sobre o período de sua vida em que, ainda adolescente, trabalhava em uma livraria em Buenos Aires, e encontrava o escritor Jorge Luis Borges - na época já cego devido a um problema de saúde que lhe acometia os olhos - para ler-lhe livros em voz alta.
Não é uma narrativa linear, e sim uma coleção de lembranças sobre a personalidade de Borges, seu apartamento e seu acervo literário, suas importantes contribuições para a literatura em espanhol e sua relação com outros autores contemporâneos e do seu passado.
Acredito que é uma leitura interessante e muito proveitosa para aqueles que conhecem bem a obra de Borges, o que infelizmente não é o meu caso.

Thami 12/12/2023

Muito delicinha passear pelos dias e memórias de dois gênios da literatura, Manguel e Borges. Ao contar seus dias com Borges, o autor no leva junto ao seu apartamento, uma experiência maravilhosa.