Andre.28 26/12/2020
Um casal de adultos com 23 anos, mas com comportamento de 13
Certos comportamentos da vida adulta são representados de forma a os colocar no limite da paciência. Alguns livros conseguem esconder bem a imaturidade de jovens adultos em grande parte do livro, porém, chega o fatídico momento em que o casal tem que escolher um caminho. Nesses momentos, os autores escolhem o caminho da representação de comportamentos imaturos, nos dando a ideia de que o livro tinha tudo pra ser melhor do que foi se não fosse pela parte final. É que acontece em Apenas Amigos, livro publicado em 2017, pela escritora estadunidense Christina Lauren. Um livro New Adult Com doses generosas de hot de um casal jovem de seus 23 anos de idade se comportando como fossem adolescentes de 13.
O livro conta a história de Holland Bakker, uma mulher de 23 anos com uma vida bem banal em uma metrópole como Nova York. Após ser salva de um ataque no metrô pelo musicista irlandês Calvin McLoughlin, uma paixonite desconhecida dela, Holland acaba por ficar amiga dele. Holland então apresenta Calvin a um diretor de um musical na Broadway, na tentativa de ajudá-lo em sua carreira como músico, e antes mesmo de perceber, ela está completamente “apaixonada” por ele. Porém, todos descobrem que Calvin vive como imigrante ilegal, e na tentativa de ajudá-lo mais uma vez, Holland decide se casar com essa “paixonite desconhecida” para que ele consiga o Green Card, e consequentemente possa tocar no musical.
Depois de tantas confusões e um enredo meio maluco, temos aqui algumas considerações. Primeiro o enredo por si só é uma maluquice que o leitor terá que compreende, mas é obvio que é uma história “inusitada” típica de um enredo de comédia romântica de Hollywood. Como um leitor que entende que um livro é entretenimento, decidi comprar a ideia da autora, e particularmente achei o livro bem divertido em 80% do tempo. As cenas “hot” são muito bem escritas, sem apelações maiores, e o casal é muito fofo. Tudo que começa despretensiosamente vai se construindo em meio à maluquice de um casamento que deveria ser de “mentirinha”. Quando o Calvin diz que gosta da Holland e as coisas estavam “PERFEITAS”, a autora tira sabe-se lá de onde, motivos para separar o casal, o comportamento da Holland nos últimos 20% do livro são ridículos, e o Calvin que tinha feito tudo de uma forma perfeita, simplesmente faz coisas sem explicação( o que foi aquela mentira pra mãe e pra irmã dele?). Tipo DEU UMA PYTA DE UMA RAIVA do comportamento imaturo do casal, coisa que parecia birra de adolescente de 13 anos, sendo que eles tem 23-24 anos de idade. Falta de diálogo e julgamentos precipitados da Holland deram mais raiva.
Em termos gerais esse é um bom livro. A sensação que fica é que poderia ter tido um final mais “confortável” e sem sofrimentos. As cenas “picantes” são descritas com muita qualidade, sem descer tanto o nível, e a construção da personalidade do casal foi bem feita, mas o final pecou. A imaturidade de jovens de 23 anos que não conseguem ser honestos com os sentimentos que sentem, que tem medo de dizer, tem medo de explanar o querem, chega a doer o cérebro e encher a paciência. Será que as pessoas não entendem o significado da palavra DIÁLOGO? O que mais pesou para mim foi o final. Depois MESES, de tantas burradas da Holland e os erros do Calvin, a sensação que ficou foi que o final ficou esvaziado, e a reconciliação final deixou sensação de ser uma coisa forçada, cheia de vácuo, um balão de ar no meio de mal entendidos. Resumindo, um casal imaturo que tinha tudo pra não se separar, porém não que conseguem falar a verdade do que sentem, tem medo do diálogo, e que, a qualquer mal entendido, podem se separar.