Kleber 03/03/2022
Reavaliando e explicando na Resenha o porquê
Sherlock Holmes - Um Estudo em Vermelho: é o primeiro Livro do célebre investigador Sherlock Holmes e seu companheiro Dr. John Watson desvendando juntos seu primeiro caso de assasinato na cidade de Londres.
A partir daqui começam os Spoilers... É por sua conta em risco!
O livro não apresenta rodeios, então se gosta de um imaginário mais bem descrito, nesta obra você poucas vezes encontrará. Não que a narrativa seja rasa ou superficial, longe disso, a ideia aqui é ser objetivo e direto!
Logo nas primeiras páginas os dois protagonistas são apresentados para nós e entre eles, tudo muito simplificado, um precisa de local para morar (Sr. Watson) recém chegado a Londres e o outro tem um apartamento, mas é excêntrico de mais para encontrar alguém (Sherlock).
Conversa curta, soluções estabelecidas, passam a morar juntos (como falei tudo é muito rápido) e está lá... O caso! Homem encontrado morto, numa casa abandonada, e tudo que se sabe está escrito numa parede "Rache", que depois nos vem a explicação do significado, por Sherlock Holmes, "VINGANÇA".
Em parceria ao caso conhecemos dois coadjuvantes, Lestrade e Gregson, outros investigadores assim como Holmes. Na verdade dois detetives atrapalhados, uma melhor definição seria precipitados. Mas isso era evidente, afinal o título do livro era Sherlock Holmes e não Lestrade ou Gregson e um Estudo em Vermelho.
Destaque para o detalhe na hora de Holmes nos informar como descobriu o assassino e no decorrer das pistas que nos foram dados. Se eu chamo a atenção para um ritmo frenético nos primeiros capítulos, no momento em que o nosso detetive precisa nos informar parcialmente ou até plenamente sua resolução ou dúvidas, o autor muda o compasso, e não tem nenhuma vergonha em adotar uma postura mais pausada. O que se faz necessário neste caso, já que tudo é muito introspectivo até mesmo para o leitor.
O cenário não muda até o segundo assassinato ocorrer, agora além de Enoch Drebber, Joseph Stangerson também bateu as botas, e assim num tapa só Sherlock nos fala: Aqui está o assassino Jefferson Hope!
Quem é Jefferson Hope? Se você fez essa pergunta, estamos juntos. E a partir de então, conhecemos os motivos pelo qual Hope buscara sua vingança, para isso a solução mais fácil buscada num livro, viajemos no tempo...
Mais alguns personagens adentram na história, John Ferrier e sua filha de criação, Lucy Ferrier. O cenário é de total pobreza, entregues a própria sorte, à beira da morte, são salvos por um grupo de Mórmons. E o que parecia ser uma história de resgate e heróis, se torna um pesadelo a medida que Lucy cresce e sua beleza se destaca entre as de mais jovens. Seguindo a tradição do grupo, ela precisara escolher entre dois jovens bem sucedidos, adivinha quem são? Isso mesmo caro Watson Leitor, os dois assassinados. No entanto, a jovem Lucy já havia sido conquistada, por um estrangeiro chamado Jefferson Hope.
Mas quando foi que essa paixão surgiu? Calma, o livro nos conta no mesmo ritmo que eu assim escrevi na resenha, se conheceram, trocaram olhares, mãos próximas e... amor eterno.
Lógico, que eles tentam fugir com a ajuda de John Ferrier, mas Lucy é capturada e seu pai assassinado, A jovem infeliz, vê sua vida definhar e por fim falece também. Aí, Hope inicia sua vingança até enfim conseguir como narrado até o momento.
O último capítulo, é preciso regressar ao tempo presente, por dois motivos: o primeiro é o julgamento de Hope, que nem chega a acontecer, pois logo de cara o autor nos informa que o mesmo está muito próximo de morrer; o segundo destacar e explanar como Holmes descobriu o assassino. Novamente o texto é direto, todavia detalhado na medida certa. E fim!
Por que uma nota mediana? Devo admitir que o ritmo alucinante que o livro emprega desde o início me incomodou muito. Eu sei, eu sei... Narrativas lentas numa obra de investigação não caberia, entretanto o que me fez mais falta foi a interação leitor e texto. Eu não conseguir entrar no mundo de Sherlock, acredito que uma história mais convidativa seria mais apaixonante, em nenhum momento num romance de investigação, eu me vi investigando, tentando descobrir quem será o assassino? Até porque o autor não permite que haja isso. O assassino é dito antes mesmo de sua história ser contada, então não cabe suposições ou decifrar enigmas, tudo é atirado na cara do leitor, com soluções óbvias, resoluções rápidas.
Portanto, na busca de construir uma narrativa mais dinâmica, o livro peca por não imergir quem o lê, o que para mim foi frustrante principalmente numa história de investigação.