Aline Michele 27/02/2021
Suprema
Mais um livro muito, muito bom da Tahereh Mafi.
A escrita dela consegue ser leve, apesar de Restaura-me ser um livro que fala o tempo todo de dor, ressentimentos, segredos obscuros e incertezas. Eu considero leve porque é fácil de ler. Não é uma leitura arrastada.
Um dos pontos altos é o fato dele ser narrado tanto pela Juliette como pelo Warner. É bom poder saber o que se passa na cabeça dos dois, ao invés de ser só o que se passa na cabeça dela.
Mas a mente do Warner é sofrida demais. Meo Deos.
Todos ali, que vivem nesse regime autoritário e errado sofrem, mas ele parece que teve uma carga a mais. O pai dele não é humano e as coisas que ele contou que o pai dele fez, quando ele era criança são horríveis. Mexeria com a mente de qualquer um. Ele fingir que não sente nada, só o faz sentir mais ainda tudo a sua volta.
Ele continua sendo meu personagem favorito e não considerei uma traição o que ele fez. Quando eu li a sinopse do próximo livro que falava de traição havia pensado em algo totalmente diferente. Ainda bem que não foi isso, se não o personagem teria regredido.
A Juliette que estava tão maravilhosa no livro anterior, nesse aqui se apagou. Ela pensou que seria fácil fazer o que se propôs a fazer e pagou, literalmente caro, por isso. Foi ingênua de mais pensar que tudo seria tão fácil. Mas quando eu penso que ela só tem dezessete anos, eu dou um desconto. Todos ali são muito jovens ainda.
Adam foi esquecido no churrasco e achei ótimo. As poucas vezes que ele apareceu eu gostei. Se ele continuar assim nos outros, vai ser bom.
Kenji continua ótimo e vem numa crescente. Ele com Warner foi bom de ver. Ele com Juliette também e com a Nazeera foi impagável.
O fato de outros filhos de líderes do Restabelecimento aparecerem, e deles também serem um tanto quanto perturbados mentalmente é bom. Eu digo bom no sentido de nem todos concordarem com o meio em que vivem e terem que viver do jeito torto que os pais impuseram. Se é que podemos chamar de pais essas pessoas. Nem pessoas elas são. Tá mais para uma coisa.
Foi um livro mais tranquilo, por assim dizer. Ação ficou toda para o final. Isso foi bom, parece que preparou o terreno para o próximo. Tratou de questões mais complexas e trouxe o passado deles para o agora. Estou ansiosa para o próximo livro. Quero ver o que aquele final chocante vai render.
Espero que coisa boa, pois eu não esperava aquele final. Não esperava de jeito nenhum aquilo que aconteceu. E adoro livros assim, que me surpreendem. Adoro livros que me deixem pensando no que foi que acabou de acontecer aqui. E sorte a minha que a continuação já está disponível, porque ter que esperar para ver o que aconteceu iria ser terrível.