Os Filósofos Pré-Socráticos

Os Filósofos Pré-Socráticos G.S. KIRK...




Resenhas - Os Filósofos Pré-Socráticos


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Cristian 22/07/2015

Base para qualquer discussão sobre o assunto
Excelente!

Para todo aquele que se interessa por filosofia antiga, pelos mitos fundadores de nossa civilização, para as ideias que estão na base do imaginário comum ocidental, esse livro é indispensável. Bom para o principiante como para o estudioso que queira discutir o tema.

O livro já é uma obra de referência conhecida dos especialistas, mas não tanto do grande público. Entretanto, para quem se interessa sobre o assunto, é uma ótima fonte de conhecimento sobre os primórdios da civilização ocidental e pensamentos fundadores que de certo modo ainda aparecem ecoando em nosso tempo. A obra toma citações diretas do grego clássico com uma tradução abaixo e mais comentário feitos por esses três especialistas.

Em geral a tradução feita para o português (de Portugal) é muito boa, pois o tradutor é um conhecido helenista português. Em geral, para o iniciante e mesmo para o aluno que queria aprofundar, essa tradução é muito boa.

Uma ressalva só para aqueles que são especialistas e usarem a tradução portuguesa: o tradutor tomou algumas liberdades com relação as traduções feitas pelos autores americanos do grego para inglês. É detalhe que não faz diferença para o iniciante, mas pode ser crucial em uma argumentação mais aprofundada ou pode alterar alguma interpretação mais sutil. Exemplos: No capítulo sobre Heráclito, na pág. 193, em grego clássico está "phrázon" ao qual o G. S. Kirk dá a versão em inglês como "declarar"/"relatar", mas nosso tradutor português verteu do inglês como "explicar". Veja, é sutil, mas para um nivel de dicussão isso pode fazer a diferença. Na página seguinte outro exemplo, no rodapé nº 2, o grego "hosón" foi para o inglês por Kirk como "perceber" e o tradutor verteu do inglês ao português "conhecer". É muito diferente o sentido de ambas. Além de que "hosón" é perceber no século V a.C., na Jônia, mas já tem o sentido de "aprendizado" no séc. IV a.C na Ática. Como eu disse, são detalhes para especialistas. O grande público interessado se beneficiará e muito com o livro. Mais um exemplo, só para ilustrar mais a liberdade do tradutor, está no capítulo sobre Parmênides: Refiro-me à página 258 (fr.294,5), onde em grego está "Elenchon", em inglês está "refutação" e o tradutor verteu como "prova".

Enfim, excelente livro, uma referência inescapável para quem gosta de filosofia antiga, Grécia antiga, mas o especialista deve, quando precisar de uma argumentação mais sutil, fazer um trabalho de comparação, coligir com o original em inglês.
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