Resenhas - Amor líquido

@aprendilendo_ 31/10/2021

Resenha de "Amor Líquido"
Com a tecnologia em uma incessante evolução, a humanidade tem, cada vez mais, entrado em uma rede de conexões interpessoais caracterizadas pela instantaneidade e o descompromisso. Nesse contexto, escrito por Zygmunt Bauman, um dos mais influentes escritores do séc. XX, “Amor Líquido” se propõem a explorar os relacionamentos na modernidade e sua alarmante estrutura consumerista, a qual é um claro contraste às bases duradoras dos laços humanos.

Em primeiro plano, com uma linha de raciocínio coesa, a qual se caracteriza por uma síntese analítica sobre as situações sociais, o livro se divide em quatro capítulos e tem cerca de 180 páginas. Nesse sentido, apesar de seu diminuto tamanho, a obra consegue passar por diversos temas possíveis. Afinal, ao abordar o amor, não se tem apenas os relacionamentos amorosos, incluindo, assim, amizades, vizinhos e até mesmo a convivência com estrangeiros.

Em um segundo momento, explicados os conteúdos do livro, deve-se apontar a ótima forma pela qual todos os pensamentos são expostos. Isso, pois, com uma ótima divisão, a obra flutua sobre os diversos assuntos e, sinteticamente, consegue demonstrar muito bem as conclusões e bases filosóficas do autor. Por fim, talvez os únicos pontos negativos sejam, justamente, que alguns temas acabam por não ser totalmente analisados, deixando uma sensação de “poderia ter mais”, bem como, em certos aspectos, o ideal subjetivista da verdade defendido por Bauman. Isso, no entanto, não tira muito dos méritos da leitura.

“Amor Líquido” é um excelente livro para aqueles em busca de compreender mais acerca de boa parte dos relacionamentos modernos e sua assustadora característica desinteressada, a qual tem sido amplamente influenciada pela forma de viver e acreditar do ser-humano.
Nota: 8.5

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alineaimee 22/11/2011

Hoje, é indiscutível a importância e a onipresença dos meios virtuais em nosso cotidiano. Com grande parte dos sistemas e serviços digitalizados e disponíveis online, compras e operações podem ser feitas no conforto do lar, relacionamentos são travados em a partir de blogs e redes sociais. Com as transformações que remodelam o cotidiano pós-moderno, surgem também novas atitudes e reações individuais.

É sobre isso que o sociólogo polonês Zigmunt Bauman trata, no livro Amor líquido - sobre a fragilidade dos laços humanos. Se, para o mercado financeiro, a maior liquidez garante segurança na hora de honrar dívidas e acordos, nas relações humanas, ela se caracteriza pela fragilidade. Num mundo de consumidores inveterados, onde produtos defeituosos e ultrapassados podem ser rapidamente substituídos por outros mais atuais e avançados, os indivíduos têm preferido se "amarrar" cada vez menos a seus pares. Nesse cenário, alteridades e discordâncias são um preço muito alto a se pagar quando se arrisca um compromisso sólido.

Segundo Bauman, o medo de assumir esses compromissos leva os indivíduos a optar por relacionamentos facilmente solúveis, e a rotatividade torna-se palavra de ordem. As ligações abertas e virtuais prometem maior "segurança" emocional, uma vez que não expõem as partes aos riscos da intimidade e do envolvimento. Num relacionamento aberto, não há satisfações a prestar quando se quer "dar o fora". Para dispensar um amigo virtual, basta não mais responder seus emails.

A fragilidade também toma seu lugar nas relações familiares, com cada membro isolado em seu quarto, cada qual conectado em um computador diferente. Se o celular nos permite estar acessíveis a toda hora e em qualquer lugar, a contiguidade geográfica não assegura um relacionamento mais consistente. Estamos fisicamente juntos, espiritualmente separados.

Com um texto claro e compreensível para quem não é da área, o sociólogo busca demonstrar como a líquida racionalidade moderna valoriza laços cada vez mais frouxos, num contexto onde a satisfação individual é tão soberana que não tolera qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo; onde a glamourização do sexo e a coisificação do homem aumentam o leque de consumo e satisfação, promovendo gradativamente a negação da dignidade do próximo.

Embora o objetivo do autor não seja apontar soluções para os fenômenos diagnosticados, pode-se encarar o ensaio com um alerta: não apenas as relações amorosas e os vínculos familiares são afetados, mas também a nossa capacidade de tratar um estranho com humanidade é prejudicada. Como exemplo, o autor examina a crise na atual política imigratória de diversos países da União Européia e a forma como a sociedade tende a creditar seus medos, sempre crescentes, a estrangeiros e refugiados. Demonstrando uma percepção fina e apurada, e dividindo os capítulos em pequenas seções não exasperantes, Bauman busca esclarecer, registrar e apreender, sem esgotar o tema ou encerrar a discussão, de que forma o homem sem vínculos — figura central dos tempos modernos — se conecta.

Lucas_Callisto 13/05/2023

O amor xoxo, capenga, manco, anêmico, frágil e inconsistente.
Tratando da sensibilidade dos laços humanos, o Bauman procura explorar como os indivíduos se comportam nos relacionamentos de nossa modernidade. Não se resumindo apenas ao relacionamento amoroso, com sua escrita, o autor nos aventura em uma análise de nossa sociabilidade, como familiares, amigos, vizinhos e estranhos.

Abordando a fluidez das relações, Bauman retrata como na época Pós-moderna o ser humano lida com o recebimento de cuidados afetivos acompanhado da necessidade da maior liberdade de escolher o próprio caminho. Tem também comparativos tratando da diferença entre relações e conexões no mundo digital, em como o desligamento é facilitado em contraponto da ligação afetiva.

Achei a linguagem mais densa devido a ser um tema muito carregado, depois de um certo tempo fica até cansativa e por momentos repetitiva quando o autor se prolonga demais. O início me foi mais chamativo, mas é pecado comentar do Zygmunt, somente fugiu das minhas expectativas, nas quais foram fatiadas.

"De fato. A história não terminou, de modo que escolhas ainda podem ser feitas ? e inevitavelmente serão."

Agnaldo 21/03/2021

Não há um lugar certo para os sofredores
O livro nós causa diversos questionamentos a respeito de preconceitos e a formas como o ser humano é tratado por vezes por ser estrangeiro ou um estranho.

Vê Lemes 19/07/2023

Uauuuuuuuuuu
Uma análise clara e objetiva da nossa sociedade e todos os tipos de relações que elas geram. Uma aula. Para ser lido e relido.
Precisamos com urgência reverter esse processo desencadeado pela globalização.

Eddii 30/12/2023

Cansativo de ler
O livro não e ruim. Mas cansa a leitura, o livro e pequeno. Mas forma que foi escrito demonstra bastante esforço de compreensão, do que está sendo falado.

Fernanda2426 21/02/2022

Amor líquido
Bauman apresenta uma forma de relacionar visível ainda hoje baseada na ambiguidade: ao mesmo tempo em que se deseja segurança afetiva, deseja-se espaço e liberdade para usufruir de outras relações que podem surgir ao longo do caminho. Consome-se relações e o mercado é volátil e dinâmico, cheio de novidades. Estar "preso" a alguém pode ser "abrir mão" de outras possibilidades. Não há mais limite de espaço geográfico, romperam-se as barreiras e daí vem um não pertencimento. As políticas públicas não abarcam questões importantes porque estas se prendem a limites locais que não existem mais.

Vinicius.Zani 06/01/2022

Sobre a fragilidade dos laços humanos
Justamente oq o livro retrata, sendo atual e detalhando os processos humanos e garantindo um vislumbre do futuro. Contruido com uma linha de pensamento coesa, cheia de intertextualidade e referências, oq concretizam e dão crédito à teoria. É um fragmento dentro da óptica gigante da teoria do bauman, agindo quase como um livro secundário e independente.
Essa dinâmica q se contrapõe, entre ser linear e ser uma enciclopédia onde abrindo em qqr página vc consegue entender oq é dito,é o causador da estranheza. Isso caiu um pouco no meu conceito pq n é mt convidativo e didático no começo, ainda mais no início tão conceitual.
Qm curte sociologia, comportamento humano e umas viagens sobre como vai ser o futuro pós-globalização, fica aqui minha recomendação ?

Lu Reis 04/11/2020

Quero iniciar essa resenha pelo autor: Para quem não tem muita familiaridade com filosofia e sociologia, o nome Zygmunt Bauman é apenas um nome associado a palavra “líquido (a)”. Mas é importante dizer que esse polonês é um dos maiores intelectuais do século XXI, que morreu em 2017, aos 91 anos. Foi um dos mais importantes intelectuais deste século e são dele os conceitos: modernidade líquida, amor líquido, medo líquido. Suas análises concentraram-se na fluidez das relações humanas. Ao estudar essas interações, ele percebeu que as relações estão escorrendo entre os dedos (como líquido) e isso é identificado na maneira como as pessoas relacionam-se umas com as outras e com o modo de viver que se desenvolveu na Pós-Modernidade.
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Amor Líquido é o livro mais popular de Bauman onde ele vai falar sobre a evolução da afetividade, e o personagem principal desse livro é o relacionamento humano. Aqui, ele analisa as relações amorosas dentro do que ele chama de “modernidade líquida”, tempos em que nada dura, tudo muda muito frequentemente.
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É um livro que conversa com o leitor em uma linguagem bem específica. Bauman nos conduz por um caminho concatenado: parte do unitário, do amor por si mesmo, numa direção cada vez mais abrangente, o amor pelo companheiro, pelo familiar, pelo vizinho, pelo próximo, para que assim, aos poucos, possa chegar ao nível da sociedade atual.
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O livro trata das conseqüências provocadas por uma sociedade que busca a liberdade em detrimento a uma vida afetiva estável. Nessa fragilidade o outro é visto como um produto para consumo, a qualquer hora pode-se tomar a decisão de querer possuir ou “trocar”. Na sociedade consumista, há sempre novos produtos estimulantes para serem consumidos, e os relacionamentos seguem a lógica das mercadorias, ou seja, se existe algum defeito, podem ser trocados. Hoje há uma propensão de relacionamentos mais descartáveis, e nessa busca do ideal as pessoas são trocadas por outras. No entanto, as consequências desse novo padrão de relação social fragiliza a confiança no próximo e todas as estruturas que nos cercam.
Vale a pena cada página lida.

Code 04/01/2022

"Vários laços para o amor?"
Como meu primeiro livro do Bauman,eu esperava muito menos mais eu acho que me arrependi um pouco mais gostei dele muito!

Percebo como o amor tem varios laços e formas de ser espreçado,não a muito a dizir quanto a isso mais ele e bom e um pouco confortante.

Recomendo ele!,e pretendo começar hoje a segunda parte e ir até o final com ele então gostei e é isso mesmo.
Ass:Paul ou Simon?

Barbara 31/05/2022

li pra faculdade, quando eu fizer a coisa da resenha pra lá, talvez eu ajeite aqui com o que eu colocar

Daniele 26/12/2022

Amor, laços, relacionamento, compromisso, sexo e família.
O que é o amor, paixão, laços? Por que assumir um compromisso, e porque quando assumido é algo tão difícil? O Mundo líquido, citado por Bauman, é o mundo que vivemos, marcado pela instantaneidade, o agora, a pressa e o anseio por conquistas a curto prazo. Num mundo assim, como construir um relacionamento duradouro e com bases sólidas?
Os relacionamentos sempre buscam um lucro, tal como um investidor quando escolhe as ações na qual vai investir, mas ao invés do retorno financeiro, nos relacionamentos buscamos (além dele, em alguns casos), conforto, carinho, proteção, afago e principalmente segurança. Mas assim como um investidor nunca jura lealdade em suas ações, mas ao contrário, verifica diariamente como elas andam e cogitam vende-las e trocar por outras mais rentáveis, assim também o parceiro se pergunta se vale a pena continuar, ou ainda, se mesmo estando satisfeito, se não há alguém melhor; mais bonito, carinhoso, com condição socioeconômica melhor etc.
Num relacionamento, as pessoas buscam escapar da fragilidade, porém, quando entram em um, vê-se que nele se revelam as próprias fragilidades que antes buscava-se fugir. Para que se resguarde efetivamente dessa fragilidade, é preciso antes de tudo, da afinidade. Bauman fala de uma forma interessantíssima dela; o quanto queremos que seja sólida. A afinidade nasce da escolha e precisa sempre ser reafirmada, diferente dos laços de parentesco, que são sólidos, mas que muitas vezes desejamos que não fossem, ou que pudéssemos escolher. (quem dera!)
Bauman também discorre sobre o sexo, que traz em sua essência uma ilusão de união. Ele, o sexo, só pode ser instrumento de fusão genuína graças a sua conjunção com o amor. Esse amor e essa conveniência da formação da família — propósito original —, que aos olhos de Bauman não são tão inúteis ou ultrapassados, pelo contrário, contribuem para a segurança e permanência.
Voltando ao mundo líquido, a tecnologia tem fundamental influência na sociedade consumista, mas agora não apenas consumista com coisas, mas com pessoas “Os usuários dos recursos de namoro online podem namorar com segurança, protegidos por saberem que sempre podem retornar ao mercado para outra rodada de compras”, voltando a ideia original de troca e da conveniência.
Além disso, Bauman discorre sobre o pertencimento das comunidades e liga isso a questão das pessoas refugiadas. Há um desejo de pertencimento daquilo em que nos identificamos na mesma forma que há repulsa e medo do que é diferente. Bauman descreve os refugiados socialmente como zumbis, “assombrando as noites dos campos de modo ainda mais doloroso por serem totalmente invisíveis a luz do dia”.
Amor líquido é um livro com muito conteúdo, mas escrito de uma forma extremamente fácil de ser compreendida, Bauman conseguiu exemplificar e trazer suas ideias de maneira simples e concisa, fazendo com que eu tomasse incontáveis notas. Traz muita reflexão do que realmente estamos buscando quando nos dispusemos a nos relacionar com alguém, e qual a melhor forma de olharmos para dentro de nós mesmo questionando se vale a pena, se é algo sólido e não apenas uma forma de fugir monotonia, além de aprendermos a olhar para o outro com outros olhos.

Movio 06/12/2022

Ótimo
Após ler este livro Bauman se tornou um dos meus autores favoritos. Sua forma de escrita, de construção de pensamento e articulação das ideias faz com que o leitor, além de se identificar com o que foi lido, seja capaz de compreender de forma simples o conteúdo. Além de reflexivo, o livro busca aumentar a capacidade introspectiva e perceptiva do leitor.

Betinha 19/05/2021

Devastada!
"Sei uma coisa: que eu nada sei" o famoso paradoxo socrático nunca foi tão verdadeiro quanto para esta leitura!
Aliás uma leitura bem complexa, com muitas citações e temas completamente desconhecidos pra mim!
O que só me deixou mais arrasada com o quanto é preciso de mais conhecimento, porém "no mucho" ou a crise de choro será infinda!
"A modernidade líquida em que vivemos traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos - um amor líquido.
A insegurança inspirada por essa condição estimula desejos conflitantes de estreitar laços e ao mesmo tempo mantê-los frouxos."
Ainda em estado de choque para recomendar ou não, aliás talvez seja quase um manual de sobrevivência para atualidade e assim sendo contém muitas verdades e estas nem sempre são palatáveis, estão mais para (bemmmm) indigestas!

Ira 19/05/2020

Foi Bauman, mas foi ok
Faz algum tempo que eu leio Bauman e esse foi, de longe, o livro que menos me agradou e agregou. Sempre trazendo discussões pertinentes e olhares afiados, nesse não vi chegar a lugar algum com o tema proposto.
Mas há uma leitura bacana.