adrianlendo 05/05/2023Pensar no futuro é assustador, mas, mais do que isso, pensar no passado é aterrorizante. É claro que o presente acaba vindo de uma série de decisões que nos levaram até aqui e que pensar nelas é que faz com que o futuro aconteça, mas entrar em paradoxos nunca é tão bom quanto estar vivendo o agora da melhor maneira possível.
Dito isso, em 'Nunca Houve um Castelo', Martha Batalha nos apresenta uma gama de possibilidades do que poderia ter sido o destino do Rio e dos seus personagens desde o início do século passado.
É com uma escrita extasiante que somos transportados do agora para o de antes, muito antes, e acompanhamos o início de diversas gerações de uma mesma família enquanto o Brasil cresce e afunda para depois crescer novamente.
Martha pega diversos personagens no passado para os conectar no agora e construir um futuro para eles que simplesmente nunca se torna previsível.
'Nunca Houve um Castelo' reúne todas as nossas expectativas e as joga para o alto misturando humor, dor, amor, tristeza e encanto. É um livro para se apaixonar com o começo de sonhos, se espantar com rumos que a história guardou para aquelas pessoas e ficar aliviado ao ver como tudo contado aqui se mostra necessário e jamais fica só por isso.
Esse é um livro que mexe com o passado doloroso do país em um dos lugares mais lindos dele. Um livro para se apaixonar e odiar personagens, sobre as decisões do passado que resultam na imperfeição do presente e que, no futuro, parecem ter sido certas.
São muitas histórias em poucas páginas que, de certa forma, às vezes parecem muitas. Mas a imprevisibilidade do vem a seguir é sempre o que o torna mais interessante, o que faz valer cada linha.