Passagem para o Ocidente

Passagem para o Ocidente Mohsin Hamid




Resenhas - Passagem Para o Ocidente


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Socorro Moura 12/12/2023

Com essa leitura mergulhei em uma realidade apenas percebidas pelas lentes do jornalismo. Muito vem descrito, impactante e duro. Recomendo fortemente.
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GG 26/11/2023

Num país não nomeado, mas que facilmente poderia ser qualquer país muçulmano, Nadia e Saeed se conhecem e vêem seu amor florescer. Eles são opostos em muitos sentidos (ela é um espírito livre, determinada, corajosa, enquanto ele é mais afável, obediente, religioso), mas que se complemetam.

Eu adorei como Hamid traz um amor jovem, cercado por questões religiosas, inserido num contexto caótico, perigoso, do qual ele fala numa banalidade que beira à brutalidade.

Nós temos a perspectiva de refugiados, de migrantes, pessoas que deixaram para trás toda a sua vida e, muitas vezes, família, para ter uma oportunidade de viver, permanecer vivo.

"(...) quando migramos matamos em nossa vida aqueles que deixamos para trás."

O cuidado com o qual a história é narrada, mesmo diante do desolamento de não se ter mais um lar, segurança ou mesmo pertencimento a um lugar, foi uma das coisas que mais me conquistou aqui. A linguagem é direta e é poética de uma forma discreta é despretensiosa.

Em um dado momento, eles tomam conhecimento de portais que levam a diferentes lugares do mundo e embarcam atrás de uma vida melhor. A partir daí, viajamos por vários lugares do mundo, vemos migrantes de diversos países e continentes, cada um com suas razões, coexistindo.

As línguas e costumes são diferentes, o modo de se portar também, mas para mim ficou a sensação que todos, mesmo diante de suas particularidades, são migrantes, inclusive os nativos. Todos em busca de paz e de um lugar seu.

"Somos todos migrantes através do tempo."

Nessas idas e vindas pelos portais, começa a angústia de vermos o relacionamento deles mudar, mas tudo feito de modo tão natural, bonito.

O crescimento de Nadia e Saeed, juntos e individualmente, dentre todo o cenário trazido, é maravilhoso de ler sobre.
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Gabs 08/10/2023

Começou incrível, mas depois?
Achei esse livro na biblioteca que trabalho e peguei por curiosidade. A temática totalmente fora da minha zona de conforto ou até de conhecimento me interessou muito no começo, toda a questão dos habitantes lidando com o terrorismo, a vida como imigrante, a sensação de perda de identidade quando se perde também a nacionalidade. Foi realmente muito bom, mas em algum momento eu perdi de vista o propósito do livro, não entendi o que o autor queria com tantas mudanças e apenas arrastei a leitura.

Valeu a pena? Sim, o começo é muito bom, fluído, apelativo, realmente conecta o leitor com os personagens e por isso mantive a nota de 3 estrelas.
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tábata 10/07/2023

"E quando ela saía de casa tinha a impressão de também ter migrado, de que todo mundo migra, mesmo que permaneça na mesma casa a vida toda, porque não há como evitar. Somos todos migrantes através do tempo."
Essa leitura é especialmente relevante quando pensamos na problemática mundial dos refugiados. Independente de ser a favor ou contra receber refugiados em seu país, o livro levanta uma questão essencial: não somos todos migrantes no fim das contas? Estamos todos em constante processo de migração (mudança), inclusive os personagens do livro.
Não sei se foi a intenção da autor, mas os personagens falam muito do céu, e me veio a ideia de que o céu é o mesmo não importa o lugar do mundo, o que me trouxe uma sensação de humildade, humanidade e pertencimento. Enfim, gostei muito da leitura, é super rápida, fluída e gostosa, com diversas reflexões interessantes.
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Samyra33 21/01/2023

"e quando ela saía de casa tinha a impressão de também ter migrado, de que todo mundo migra, mesmo que permaneça na mesma casa a vida toda, porque não há como evitar. Somos todos migrantes através do tempo."
O livro pra mim, teve partes muito boas e outras só médias, por isso um 3,5. Mas é um livro bom pra ter um tiquinho de dimensão dos problemas de refugiados pelo mundo, e de perceber que todo mundo tá migrando diariamente pelo tempo :)
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Vicky 09/07/2022

Diferente
O livro nos conta a história da vida de dois jovens que foi transformada radicalmente com o início da guerra no seu país natal. Então, eles viajam através de portais para outros lugares do mundo, tentando se reconectar com si próprios e com os lugares em volta.
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Lah Chase 21/03/2022

Mais do que parece
Passagem para o Ocidente é como uma canção com uma letra profunda cantada na velocidade da vida. É uma narrativa veloz em seus acontecimentos e paciente com suas reflexões, é intensa e banal, é despojada com muitas cenas, mas extremamente cuidadosa com seus personagens. Você se impressiona com a resolução firme de Nadia e com a introspecção sensível de Saeed. O amor entre os dois é bonito do início ao fim, mesmo enquanto muda e os leva por diferentes rumos. E, enquanto a expectativa sobre o livro geralmente tem a ver com o aspecto fantástico dos portais, somos na verdade carregados a um olhar sobre a guerra, sobre a migração, sobre a família, sobre o amor, sobre o mundo, sobre a vida, sobre a humanidade.

Amei demais.
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romulorocha 13/11/2020

Passagem para o ocidente, de Mohsin Hamid - Nota 10/10.
Mohsin Hamid é um autor paquistanês e neste livro, em especial, ele nos descreve traços da cultura, política e geografia do Oriente Médio de forma sensível e surpreendente. Foi o meu primeiro livro do autor, e já quero ler outros.
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Em Passagem para o ocidente, Saeed e Nadia são um casal de jovens atormentados pelo cenário traumático e violento de sua cidade, tomada por diversos ataques e explosões mediante uma guerra civil. Saeed é mais recluso e religioso. Nadia, mais sociável e independente. Após a mãe de Saeed morrer vítima de um destes ataques na cidade, o casal decide buscar meios de fugir e sobreviver à guerra. Eles ouvem falar da existência de uma espécie de ?portal? e, embora isso lhes pareça, a princípio, um golpe, decidem apostar todas as suas fichas nesta alternativa. O resultado desta escolha afetará completamente os seus destinos.
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A narrativa do livro é muito boa, uma linguagem rica em detalhes, sem deixar de ser fluida. O que mais gostei foram as deixas e críticas sobre temas profundos como o machismo estrutural, violência, a realidade dos refugiados e a saúde mental, todos apresentados de forma sutil, mas ao mesmo tempo marcante. É um ótimo livro para quem se interessa por estes temas.
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Tem uma coisa que me chamou atenção no livro e não sei se o autor fez isso de propósito. Os personagens ao longo da narrativa, contemplam bastante o céu, sempre admirando e contemplando aquele cenário de céu estrelado. Fiquei pensando se talvez, a intenção do autor era nos fazer perceber que em uma situação de refugiado você não consegue encontrar referência de beleza na terra, pois tudo o que você tem de lembrança e memória, é destruído. Resta o céu. Este, as bombas e canhões ainda não conseguiram destruir, nem tirar-lhe a paz.
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?[...] pois as vidas das cidades eram bem mais persistentes e mais suavemente cíclicas que as vidas das pessoas?.

?[...] Ao rezar ele tocava seus pais, que não podiam ser tocados de outra maneira, e tocava um sentimento de que somos todos filhos que perdem os pais, todos nós?.
Gabriela Costa | @leia_preta 06/06/2021minha estante
Que resenha incrível!


romulorocha 11/06/2021minha estante
Obrigado Gabriela ?




Ladyce 06/08/2019

Muito barulho por nada. Este livro foi cotado como um dos melhores livros de 2017 pelo jornal The New York Times. Obra do paquistanês e britânico Mohsin Hamid, na edição brasileira traz, ainda, na capa, a ratificação do ex-presidente dos EUA, Barack Obama -- "um dos melhores livros do ano" -- que, fica claro, não leu o que eu li naquele ano. Este livro não faria parte da minha lista das melhores leituras de 2017, nem dos anos subsequentes.

A obra é dividida informalmente em três tempos.Trata-se da história entre um homem e uma mulher, mais para "amizade com benefícios" do que uma história de amor, que se desenrola num país qualquer, do Oriente Médio, muçulmano e em guerra. O casal é formado por uma jovem e corajosa mulher acostumada a desafiar costumes tradicionais, e um rapaz, mais conservador do que ela, um homem sonhador e dependente emocionalmente da família. Este primeiro terço da obra é interessante, pois quebra diversas e costumeiras suposições sobre a vida de jovens muçulmanos e do dia a dia de um lugar em conflito. Não tenho como saber se é um retrato realista dessas circunstâncias. Mas a intenção do autor é que assim julguemos.

De repente, no afã de mostrar diversas possibilidades e ajustes no processo de emigração que se faz necessário para os que desejam sobreviver, somos apresentados às vantagens e problemas de imigrantes em diferentes países, enquanto acompanhamos a vida de Nadia e Saeed em lugares do mundo variados, da Grécia aos EUA, passando pela Inglaterra, na migração sequencial em que embarcaram.

Mohsin Hamid, no segundo tempo, revira a narrativa e através de um dispositivo primário, como portas ou portais para diferentes realidades e incita o questionamento da natureza da terra natal, seu significado e relativismo. O autor mistura gêneros, do quase realismo à fantasia. Essa manobra me deixou fria, desinteressada. E mais: perplexa com o sucesso deste livro.

No terceiro tempo, passados cinquenta anos, encontramos Nadia e Saeed em sua terra natal, onde Saeed ainda sonha em viajar ao Chile para observar o cosmos. Passagem para o Ocidente é frequentemente aplaudido, pelos leitores de língua inglesa, como um texto poético, narrado com delicadeza. No Brasil, na tradução de José Geraldo Couto, essas qualidades não foram ressaltadas. O livro apresenta uma linguagem objetiva e seca. Cristalina. Sem firulas. Não agrada, nem desmerece a leitura.

Difícil recomendar esta leitura.
Márcio_MX 07/08/2019minha estante
O livro pode não ser bom, mas a sua resenha é excelente ;D


Ladyce 08/08/2019minha estante
Obrigada, Márcio.


David 28/06/2022minha estante
"Difícil recomendar esta leitura"....concordo plenamente!




Gabriel Landim 31/12/2018

Lar
Pensar o que é se sentir num lugar que você está pq quer, mas sim pra fugir de uma guerra. Viver num mundo diferente de tudo que já viveu, sofrendo todos os tipos de preconceito. Se apaixonar, deixar de fazer algumas coisas por quem ama, uma troca mútua. Se desiludir, repensar o seu amor, tentar e refletir se é aquilo msm que quer para sua vida. Será que seu amor agora não é diferente do que foi no passado? Descobrir novas coisas, novas vivências. Esse livro me fez pensar em tantas coisas, as vezes penso nele quando vejo o que estamos passando no mundo de hoje. O que podemos chamar de lar?
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Natalia.Eiras 04/08/2018

Podia ser melhor se não inserisse a fantasia
Livros tem o maravilhoso poder de transportar você para outras realidades e criar empatia com os personagens que vivem situações que você, até então, nunca poderia viver ou gostaria de viver.
Em Passagem para o Ocidente, nós percebemos esse poder logo nas primeiras páginas, quando somos transportados para uma cidade desconhecida no Oriente Médio, que esta prestes a ser tomada por um conflito entre as forças militares governamentais e rebeldes.
Muito parecido com o que temos hoje nos países do Oriente Médio e que vemos constantemente sendo noticiado nos jornais no Ocidente, mas ver pela televisão é uma coisa... sentir na pele essa realidade é outra bem diferente.



Esse livro consegue lhe transportar pra essa realidade ao utilizar dois personagens jovens - Nadia e Saeed - que tinham uma vida humilde mais normal, fazendo curso à noite... trabalhando... se apaixonando... e que tiveram suas vidas modificadas pouco a pouco pelos horrores da Guerra.

Assim como a maioria das pessoas que encontram-se nessa zona de conflito, eles sonham em conseguir fugir da cidade natal e da violência, mas ai temos o ponto chave dessa história.
Se no mundo real as pessoas enfrentam milhares de quilômetros por terra, ou se aventuram no mar para chegar ao Ocidente em busca de uma vida melhor, o autor escolheu criar "passagens mágicas".
Portais como são relatados pelos personagens, no melhor estilo Nárnia. Só que ao invés de entrar em um mundo fanstástico através do guarda roupa, você vai parar em uma ilha grega ou em Londres, dependendo da porta que você escolher.

E é ai que o autor se perde na minha opinião.
Porque ele cativa o leitor até esse momento por coloca-lo no drama dos personagens em relação a fuga de um lugar completamente inóspito rumo a uma vida melhor. E após a inserção dos portais, somos levados a um drama romântico que visa aprofundar as questões relacionadas as conexões humanas formadas em momentos de estresse e a descoberta de que os personagens podem não estar mais tão ligados romanticamente quanto deveriam.

Eu comecei lendo um livro que me trazia uma grande empatia; que me transportava a uma cultura até então desconhecida para mim; e terminei com um livro de drama filosófico.



Não é que o livro seja ruim, mas se não houvesse os portais, teria explorado mais a sobrevivência e o desespero que milhões de refugiados passam atualmente e que eu, não tenho ideia de como é. Apenas sei o que as matérias dos jornais falam supercifialmente.
Perdeu uma grande oportunidade de explorar o sentimento humano na sua essência, através da empatia com o sofrimento do outro e ainda dar uma bela lição a todas as pessoas que são contra os refugiados.

Questões como a diferença cultural; o conflito que a convivência de dois mundos completamente diferentes gera; como os nativos de um lugar acabam sentindo-se invadidos pelos imigrantes; isso tudo é abordado. Mas a utilização da fantasia para resolver o problema principal, acabou por empobrecer a discussão e o enredo que tinha tudo para ser muito mais profundo do que o que é retratado.

site: http://www.perdidanabiblioteca.com.br/2018/08/passagem-para-o-ocidente.html
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Paulo 03/06/2018

O que caracteriza a sua terra natal? O lugar onde você nasceu ou o lugar onde você sente em casa? É a partir dessa pergunta que Mohsin Hamid cria uma história de amor em meio à guerra. Um conflito que se estende por vários anos e dos quais muitos dos que vivem às margens do conflito sequer sabem por que ele acontece. Ao mesmo tempo é uma história de amor entre duas pessoas que possuem suas vidas completamente alteradas e sua relação é testada em meio a esse caos. O que aconteceria se não existissem mais fronteiras no mundo?

Passagem para o Ocidente é um livro curtinho e com uma escrita bem direta. O autor sabe encaixar perfeitamente as palavras uma após a outra criando uma harmonia entre os parágrafos. Sua construção frasal é linda, mesmo quando ele usa períodos extremamente longos. Alguns de seus parágrafos percorrem mais de uma página e só possuem uma única frase. Ao mesmo tempo ele emprega fluxos de pensamento que criam imagens na mente do leitor, construindo pouco a pouco a dinâmica dos sentimentos dos personagens. A história é contada em terceira pessoa, mas partindo do ponto de vista do casal. Ora estamos com Nadia, ora com Saeed. Não se trata de exprimir suas opiniões, mas de ver o mundo através de seus olhos.

Muitos de vocês vão reclamar alegando que Passagem para o Ocidente não é ficção científica, não representa esse gênero e tantos outros argumentos nesse sentido. E, de fato, a história cai muito mais para o fantástico do que para o futurista, lembrando a tradição latino-americana do realismo mágico. Mas... algumas das histórias do Philip K. Dick também caem nessa ambiguidade. Aquelas que melhor trabalham questões humanas são aquelas que mais fogem dos clichês do gênero. Para mim, as melhores histórias de ficção científica são aquelas que explora a relação do homem com a realidade em que ele vive. E isso Hamid faz brincando.

A ambientação pode ser dividida em duas metades. Na primeira vemos como é o mundo em que eles vivem. Muito sabiamente, Hamid não dá nome ao lugar onde eles vivem. Você pode usar qualquer país muçulmano do Oriente Médio e construir ali o seu cenário. Neste lugar vemos como a sociedade é bem estrita. Como em vários momentos, Nadia é rebaixada. Logo no começo, Nadia explica que usa o manto negro apenas para mostrar aos homens que ela não está disponível. Já Saeed é um rapaz devoto e de família; observador de sua religião, respeita as tradições, mas possui os seus sonhos de liberdade. Algo que a escrita de Hamid faz muito bem é construir uma falsa sensação de normalidade para em seguida te chocar com uma cena absurda. Em muitos momentos da narrativa eu precisei voltar e ler novamente pensando: "caramba... ele fez isso mesmo". A banalidade como ele aborda a violência das guerras no Oriente Médio é brutal. E é como é. Alguém de quem você gostava na semana seguinte pode ter morrido vítima de um bombardeiro. Quando a violência recrudesce, as pessoas acabam por se tornar animais selvagens. Sem chances de obter uma solução pacífica, tudo se volta para um caos absoluto. Pessoas passam a morrer por motivos bobos.

Já na segunda metade temos a quebra de paradigmas. Com o surgimento dos portais, as fronteiras desaparecem. E é aí que a história ganha toda uma complexidade. Como ser nacionalista, se um país pode ser habitado por toda uma miscelânea de pessoas. Se uma pessoa pode habitar a casa de outra pessoa do outro lado do mundo apenas abrindo uma porta. As noções acabam ficando borradas. Talvez essa seja a maior dificuldade que Saeed vai sentir mais para o final do livro. Por mais que ele não admita, ele era muito ligado ao seu lugar de origem. Essa confusão sobre qual o seu lugar vai tornar sua convivência com alguém de seu passado algo muito difícil simplesmente porque a pessoa vai lhe recordar de seu lar.

Nadia é um espírito livre. Mesmo precisando se adaptar ao meio em que vive, ela busca a todo custo criar suas pequenas revoluções. Seja fumando seu baseado, seja buscando o alívio de seus problemas em relações instáveis. Ela não está disponível porque ela não quer ser disponível, e esse é o seu direito. Uma mulher que conquistou sua independência em um lugar que não aceita mulheres independentes. O contato que ela tem com Saeed é algo belo. Hamid descreve algumas situações com palavras que se parecem com belos arabescos, como:

"Nadia ficou observando as feições de Saeed. Naquele momento elas estavam tingidas de vermelho, e ele, apesar da barba, parecia um garoto. Ele lhe pareceu uma estranha espécie de homem. Uma estranhe e atraente espécie de homem."

A relação entre os dois se desenvolve dentro daquele espaço estranho e caótico. Mesmo com toda a loucura ao seu redor, eles se amam e se completam. Mas, quando a dinâmica muda e eles precisam se adaptar a novas formas de vida, tudo muda. Uma das profundas tristezas que senti ao ler esse livro é ver a ascensão e a queda do amor entre os dois. A gente sabe lá na metade do livro o que vai acontecer no final. Não queremos aceitar, mas sabemos que vai acontecer. E a gente torce para que não aconteça. Talvez seja isso o que nos prende à narrativa.

Já Saeed é um rapaz sonhador oriundo de uma linda família. Seus pais são de uma doçura incrível. Por essa razão, o personagem se tornou um bom filho. Com bons valores. Religioso. Não sei como definir o apego dele à religião mesmo quando tudo não faz mais sentido. Posso deduzir que o personagem encara nas suas orações diárias uma forma de ponte que o liga ao seu mundo. Uma passagem de volta ao oriente. Essa vai ser a maior tônica na segunda metade do livro: a falta de sintonia entre o que os dois personagens desejam para si. É o confronto entre duas formas de pensar distintas.

Para mim, é totalmente compreensível porque esse trabalho foi indicado a várias premiações. Uma escrita poética e crua apresentando um cenário atual demais. Um cenário que vemos todos os dias na televisão. Mas, acima de tudo, uma história de amor entre duas pessoas que descobrem o amor um no outro e precisam batalhar para manter esse amor vivo apesar das adversidades.

site: www.ficcoeshumanas.com
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