Vida Para Consumo

Vida Para Consumo Zygmunt Bauman




Resenhas - Vida para consumo


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Marcelon 27/02/2012

Pra entender o que se passa com o mundo
Vida para consumo é assim: um polimento das lentes da realidade. O olhar aguçado de Bauman, e sua muitas vezes irônica impressão da sociedade líquida de consumo, explicam em grande parte a urgência desenfreada em que nos encontramos em plena era da Informação. Buscamos satisfazer um desejo, que na verdade é uma quimera, uma ilusão. E o consumo, criado como solução para um modo de produção que já nascia com a sua marca de extinção, parece "uma máquina patenteada para produzir um número crescente de felicidade." Mas só parece. as pesquisas de percepção nunca foram tão sombrias. A felicidade que o consumo deveria comprar nunca esteve tão em baixa. E nisso se firma outra forma de consumo: o de felicidade quimica... Este foi o primeiro livro de Bauman que li e recomendo a todo mundo que queira ter uma visão mais crítica dos processos sociais de troca e representação social e ainda entender como funciona o mundo ao redor.
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Fernanda.Lopes 19/12/2022

Apesar de já ter alguns anos, o livro ainda é extremamente atual ao mostrar como a lógica do consumo invadiu outras esferas da vida humana, incluindo os relacionamentos.

Apesar de ser um livro relativamente pequeno e acessível, a leitura é densa, com muitas referências citadas.
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Tauana Mariana 17/05/2014

Muito bom.
Para quem estuda consumo, eu acredito que Bauman não pode faltar na referência bibliográfica. E nada melhor do que começar a leitura por este livro para entender a percepção (negativa) do autor sobre consumo. Obviamente, este livro é a leitura inicial, pois a reflexão pode - e deve - ser complementada com obras como Modernidade Líquida, O mal-estar da pós-modernidade, Capitalismo parasitário, Vida a crédito, entre outros.

Sabe-se que há, em termos gerais, duas vertentes dos estudos do consumo, e Bauman é um dos principais autores da vertente que vê o lado negativo do consumo, pois como ele mesmo fala, estamos nos tornando mercadorias.

Para o autor, "na sociedade dos consumidores, ninguém pode se tornar sujeito sem primeiro virar mercadoria, e ninguém pode manter segura sua subjetividade sem reanimar, ressuscitar e recarregar de maneira perpétua as capacidades esperadas e exigidas de uma mercadoria vendável" (p. 20). Ou seja, a característica mais evidente desta nova sociedade é quando o indivíduo "mercadoriza-se". Ele precisa vender-se e existir enquanto valor de mercado para pertencer a esta sociedade.

E assim, "'consumir', portanto, significa investir na afiliação social de si próprio, o que, numa sociedade de consumidores, traduz-se em “vendabilidade”: obter qualidades para as quais já existem uma demanda de mercado, ou reciclar as que já se possui, transformando-as em mercadorias para as quais a demanda pode continuar sendo criada. A maioria das mercadorias oferecidas no mercado de consumo deve sua atração e seu poder de recrutar consumidores ávidos a seu valor de investimento, seja ele genuíno ou suposto, anunciado de forma explícita ou indireta" (p. 75).

Bauman esclarece de modo compreensível como passamos de um consumo a um consumismo, como as identidades e as relações sociais se modificam na era digital e na sociedade do consumo, e o que de fato é existir enquanto consumidor. Há, e os pobres nessa sociedade, são ervas daninhas, são inúteis.

site: http://tauanaecoisasafins.blogspot.com.br/2014/05/vida-para-consumo.html
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Lista de Livros 12/05/2018

Lista de Livros: Vida Para Consumo – Zygmunt Bauman
Parte I:
“Com a continuação do julgamento, as evidências em contrário se acumulam, provando, ou pelo menos indicando fortemente que, em oposição às alegações do queixoso, uma economia orientada para o consumo promove ativamente a deslealdade, solapa a confiança e aprofunda o sentimento de insegurança, tornando-se ela própria uma fonte do medo que promete curar ou dispersar – o medo que satura a vida líquido-moderna e é a causa principal da variedade líquido-moderna de infelicidade.
A sociedade de consumo tem como base de suas alegações a promessa de satisfazer os desejos humanos em um grau que nenhuma sociedade do passado pôde alcançar, ou mesmo sonhar, mas a promessa de satisfação só permanece sedutora enquanto o desejo continua insatisfeito; mais importante ainda, quando o cliente não está “plenamente satisfeito” – ou seja, enquanto não se acredita que os desejos que motivaram e colocaram em movimento a busca da satisfação e estimularam experimentos consumistas tenham sido verdadeira e totalmente realizados. (...)
A sociedade de consumo prospera enquanto consegue tornar perpétua a não-satisfação de seus membros (e assim, em seus próprios termos, a infelicidade deles). O método explícito de atingir tal efeito é depreciar e desvalorizar os produtos de consumo logo depois de terem sido promovidos no universo dos desejos dos consumidores. Mas outra forma de fazer o mesmo, e com maior eficácia, permanece quase à sombra e dificilmente é trazida às luzes da ribalta, a não ser por jornalistas investigativos perspicazes: satisfazendo cada necessidade/desejo/vontade de tal maneira que eles só podem dar origem a necessidades/desejos/vontades ainda mais novos. O que começa como um esforço para satisfazer uma necessidade deve se transformar em compulsão ou vício. E assim ocorre, desde que o impulso para buscar soluções de problemas e alívio para dores e ansiedades nas lojas, e apenas nelas, continue sendo um aspecto do comportamento não apenas destinado, mas encorajado com avidez, a se condensar num hábito ou estratégia sem alternativa aparente.
A fenda escancarada entre a promessa e seu cumprimento não é um sinal de defeito nem um efeito colateral da negligência, tampouco resulta de um erro de cálculo. O domínio da hipocrisia que se estende entre as crenças populares e as realidades das vidas dos consumidores é condição necessária para que a sociedade de consumidores funcione de modo adequado. Se a busca por realização deve prosseguir e se as novas promessas devem ser atraentes e cativantes, as promessas já feitas devem ser rotineiramente quebradas e as esperanças de realização frustradas com regularidade. Cada uma das promessas deve ser enganadora, ou ao menos exagerada. Do contrário, a busca acaba ou o ardor com que é feita (e também sua intensidade) caem abaixo do nível necessário para manter a circulação de mercadorias entre as linhas de montagem, as lojas e as latas de lixo. Sem a repetida frustração dos desejos, a demanda de consumo logo se esgotaria e a economia voltada para o consumidor ficaria sem combustível. É o excesso da soma total de promessas que neutraliza a frustração causada pelas imperfeições ou defeitos de cada uma delas e permite que a acumulação de experiências frustrantes não chegue a ponto de solapar a confiança na efetividade essencial dessa busca.
Além de ser um excesso e um desperdício econômico, o consumismo também é, por essa razão, uma economia do engano. Ele aposta na irracionalidade dos consumidores, e não em suas estimativas sóbrias e bem informadas; estimula emoções consumistas e não cultiva a razão. Tal como ocorre com o excesso e o desperdício, o engano não é um sinal de problema na economia de consumo. Pelo contrário, é sintoma de sua boa saúde e de que está firme sobre os trilhos, é a marca distintiva do único regime sob o qual a sociedade de consumidores é capaz de assegurar sua sobrevivência.”
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Mais em:
http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2018/05/vida-para-consumo-transformacao-das.html
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Parte II:

“A vida do consumidor, a vida de consumo, não se refere à aquisição e posse. Tampouco tem a ver com se livrar do que foi adquirido anteontem e exibido com orgulho no dia seguinte. Refere-se, em vez disso, principalmente e acima de tudo, a estar em movimento. Se Max Weber estava certo e o princípio ético da vida produtiva era (e sempre precisou ser se o propósito era uma vida produtiva) o atraso da satisfação, então a orientação ética da vida de consumo (se é que a ética desse tipo de vida pode ser apresentada na forma de um código de comportamento prescrito) tem de ser evitar estar satisfeito. Para um tipo de sociedade que proclama que a satisfação do consumidor é seu único motivo e seu maior propósito, um consumidor satisfeito não é motivo nem propósito – e sim a ameaça mais apavorante.
O que se aplica à sociedade de consumidores também se aplica a seus membros individuais. A satisfação deve ser apenas uma experiência momentânea, algo que, se durar muito tempo, deve-se temer, e não ambicionar – a satisfação duradoura, de uma vez por todas, deve parecer aos consumidores uma perspectiva bem pouco agradável. Na verdade, uma catástrofe.”
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Mais em:

site: http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2018/05/vida-para-consumo-transformacao-das_9.html
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Karina.Rocha 03/10/2023

Homus Consumidores
?Os trabalhadores são persuadidos a ?precisar? de mais coisas. Para comprar aquilo que agora necessitam, precisam de dinheiro. Para ganhar dinheiro, aumentam a sua jornada de trabalho. Estando fora de casa por tantas horas, compensam sua ausência do lar com presentes que custam dinheiro, materializam o amor. E assim continua o ciclo.?
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Romeu Felix 19/02/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
O livro "Vida Para Consumo" de Zygmunt Bauman é uma análise sociológica da transformação das pessoas em mercadorias. O autor argumenta que a sociedade atual valoriza as pessoas apenas pelo que elas podem consumir, e que a cultura do consumo está mudando a forma como as pessoas se relacionam com o mundo ao seu redor. Bauman explora as implicações dessa mudança cultural, incluindo a alienação, a fragmentação das comunidades, a insegurança e o medo. Ele também discute como a publicidade, a mídia e a tecnologia contribuem para essa transformação, e como as pessoas estão se adaptando a essa nova realidade.

Principais ideias:

A cultura do consumo transformou as pessoas em mercadorias, e a felicidade e a satisfação pessoal estão cada vez mais relacionadas ao que elas podem comprar e possuir.
A publicidade e a mídia são as principais responsáveis pela criação desse desejo constante de consumo, gerando insegurança e insatisfação nas pessoas.
A tecnologia e a globalização contribuíram para a fragmentação das comunidades e para o isolamento das pessoas.
A sociedade atual valoriza cada vez mais as coisas descartáveis e temporárias, em detrimento das relações e dos laços sociais duradouros.
A busca pelo consumo constante gera uma sensação de insegurança e medo, que por sua vez leva as pessoas a buscar cada vez mais o conforto do consumo.
Contribuições:

O livro fornece uma análise profunda e crítica da cultura do consumo e das transformações sociais que ela gerou.
Bauman apresenta uma reflexão sobre as implicações desse fenômeno para a sociedade e para as relações humanas.
O autor também apresenta uma análise da publicidade e da mídia, mostrando como elas contribuem para a transformação das pessoas em mercadorias e como elas são usadas para criar desejos de consumo.
O livro contribui para a compreensão dos efeitos da globalização e da tecnologia na sociedade contemporânea.
Limitações:

O livro pode ser considerado muito crítico e pessimista, não apresentando soluções ou alternativas para o problema do consumo excessivo.
Algumas das ideias do autor podem ser consideradas exageradas ou simplistas, não levando em consideração outras variáveis que influenciam a transformação da sociedade.
O livro não apresenta uma análise aprofundada das raízes históricas e políticas da cultura do consumo, limitando-se a uma análise sociológica.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Carla.Floores 07/04/2023

Somos todos mercadoria
Publicado há 16 anos, quando então Bauman, dentre outros, já haviam chegado à conclusão de que a sociedade de produtores era coisa do passado e era chegada a aurora dos consumidores; não é muito diferente do que vemos hoje. Mas o mais impressionante e bizarro nisso é que essa sociedade, sendo uma coisa só, é dividida entre manipulados e manipuladores. Tanto uns como outros são, em parte, maior ou menor, manipulados.
Como no inconsciente coletivo de Jung, um tipo de instinto cego guia as pessoas desde a infância, através de influências culturais, familiares etc sobre como, para pertencer à sociedade (necessidade básica humana), é preciso consumir e ser consumido. Se você não compra, você não presta. O velho, o tédio, o permanente se tornaram motivo de troça, humilhação e indiferença. A empatia não faz parte disso, não alcança os pobres e consumidores falhos.
É um livro urgentemente necessário. Tamanho lixo e tamanha individualidade narcisista gerados por essa sociedade consumidora que está nos consumindo a humanidade e a vida do nosso planeta.
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Anderson668 24/05/2016

Compreender e questionar a vida
Acho que Bauman consegue trazer a nossa mente os mais profundos questionamentos sobre o que é a vida e como nós vivemos nesta sociedade cada vez apressada e imediatista.
Bauman traz os conceitos de como nós, indivíduos possuímos uma vida cada vez mais individualizada e voltada para o consumismo, tornando o descarte cada vez mais cíclico. Temos uma vida agorista e pontilhista, caracterizada pela produção, consumo e descarte elevado, consequentemente, produção de lixo alta.
Partindo desta perspectiva, Bauman fala também desta vida imediatista e consumista em outras esferas do homem, como o amor e a amizade, porque nosso dia a dia e caracterizado por pessoas que sirvam para os nossos interesses, caso não possa servir ou decepcione no meio do caminho, nós, indivíduos, jogamos "fora" e recolocamos outra em seu lugar.

Neste livro Bauman consegue unir seus ideais da melhor forma, trazendo total compreensão de sua perspectiva de vida líquida.
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J.J 16/02/2017

Bauman...que pena que se foi.
Bauman da um tapa na cara da nossa sociedade. Explicita o objeto que nos tornamos, um mero produto alimentado pelo capitalismo que ludibria nossos egos. Sociedade agorista que clama por mais consumo e, a medida que isso vai acontecendo, vamos perdendo valores morais, construído por nossos familiares, subistituindo esses mesmos valores pelo financeiro.
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Ingrid Lins 21/11/2017

Vida para consumo
Existem mil e um motivos para se discordar de Bauman e dessa obra em especifico, mas ao afirmar que a sociedade cada vez mais vem tornando as pessoas em mercadoria, foi a coisa mais certeira que ele escreveu. A atribuição e conceituação da sociedade de consumo, bem como a sua finalidade condizem de fato a essa realidade; ele erra porém, ao meu ver, ao instituir a responsabilidade para somente o indivíduo e suas escolhas (esse foi o mais grosseiro erro).
felippe 26/11/2017minha estante
Ao meu ver ele disse o contrário. Primeiro ele explica esse pensamento que coloca a culpa no indivíduo, mas depois diz que a sociedade precisa se humanizar e ajudar através de assistência social aqueles que não conseguem participar da sociedade de consumo. Ele ainda usa Brasil, Venezuela e Bolívia como países emergentes que tem essa atitude hahah Eu discordei dele pelo motivo que eu entendi, que é contrário ao que você entendeu que ele concorde




Ingrid Lima 30/11/2023

Existe vida além do consumismo
Estas 200 páginas escritas pelo Bauman em 2007 continuam atuais mesmo após 16 anos do seu lançamento. Todos deveriam experimentar a sensação de libertação do ciclo de insatisfação e desigualdade que suas ideias proporcionam.
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Daianny.Andrade 26/07/2022

Consumo
É um livro bastante carregado de termos científicos, histórias e opiniões sobre o consumo, o consumismo e a sociedade de consumidores.
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Malphys 30/11/2022

De forma acessível, Bauman traz a reflexão sobre o consumo e como nós, seres humanos, nos transformamos em mercadorias e como conduzimos as nossas vidas e valores ao que a mão invisível do mercado quer.

Vivemos em sociedade, mas constantemente somos direcionados a crer que somos apenas indivíduos com famílias, ou seja, há com frequência o estímulo para que possamos nos entender como ser individual, que não precisa viver em comunidade, pois, dessa forma, estaremos cada vez mais insatisfeitos e em busca da felicidade inalcançável.

O livro nos mostra como o consumo em excesso segrega, empobrece, desconecta, cria rupturas internas e faz com que sejamos constantemente insatisfeitos com a nossa realidade. Uma leitura necessária e que traz reflexões preciosas para a manutenção do nosso bem-estar.
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Daiana.Klauck 17/01/2023

Consumo e modernidade líquida
Como em suas outras obras, Bauman fala muito sobre a modernidade e a sociedade líquida neste livro. Porém, como o título do livro sugere, o foco é o consumo.
A vida em sociedade baseada e "bons" e "maus" consumidores. O incentivo pela busca do prazer imediatamente, pela busca do "mais novo e melhor" que faz com que as pessoas percam a noção de durável. Tanto para objetos quanto para relacionamentos.
Bauman sempre acerta em suas análises sociais, mesmo tendo um toque de péssimo nelas.
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Drei 01/06/2023

Arrebatador
Literalmente, a análise que o Bauman faz da nossa realidade com base no consumo é de abrir os olhos para muitíssimas questões. Mesmo sendo um livro com aproximadamente 20 anos, é assustadoramente (e ironicamente) atual, porque 20 anos foram basicamente ontem na história da existência humana, e por estarmos em uma sociedade muito volátil, tem-se a impressão de que algo de 20 anos já não nos deveria servir tanto. ENFIM, que livro maravilhoso, que análise minuciosa, que maravilha!
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