Kennia Santos | @LendoDePijamas 18/08/2018Uma história que poderia ter sido tão, TÃO melhor aproveitada... :(Título: O Amante da Princesa
Autora: Larissa Siriani
Classificação: 1,5/5
Maria Amélia de Bragança é princesa do Brasil, prometida ao arquiduque da Áustria, Maximiliano Habsburgo. Ela sabe que, devido ao seu título e as imposições da sociedade, ela não poderia desejar muito do seu futuro, mas ela sequer conhece Maximiliano, e não entende como vai conseguir casar com um homem que ela sequer conhece.
Quando seu noivo chega ao Palácio das Janelas Verdes, em Lisboa, acompanhado de seu melhor amigo, Klaus Brachmann, um homem muito bonito e de presença -que posteriormente ela descobre ser um libertino- ela sente o desespero se acumular cada vez mais só de pensar na ideia do casamento.
E então, Maximiliano precisa fazer uma viagem inesperada, e Klaus, fazendo jus à sua reputação, sequer hesita em seduzir a princesa para mostrar a ela todos os seus métodos e segredos no que diz respeito à uma relação. Conforme todo esse jogo de sedução avança, Amélia se vê cada vez mais envolvida, e o casamento a apavora mais e mais. Será que a jovem vai conseguir proteger seu coração e seguir com as suas obrigações de princesa?
Em "O amante da princesa", Larissa Siriani apresenta o que era pra ser uma releitura da história da princesa Maria Amélia (sim, ela existiu!)... mas definitivamente, a história deixa muito, mas MUITO a desejar.
A primeira questão que me incomodou foi o fato de a autora sequer permitir que o leitor conheça Klaus no seu modo libertino. Ele olha para a princesa e BAM, de repente esbalda gentilezas e sentimentalismo. Acho que não é segredo que ninguém, repito, NINGUÉM, muda da água pro vinho de um dia para o outro.
"Para vê-la sorrir de novo, percebo, contaria meus maiores segredos. Felizmente, por ora, os menores bastam." (p.41)
PÁGINA QUARENTA E UM E JÁ PENSANDO ASSIM, VOCÊS CONSEGUEM ME ENTENDER?
Segundo, o envolvimento deles? Simplesmente não convence. Não me senti em momento algum compadecida ou conectada, tudo aconteceu de forma muito rápida e automática, como se um homem e uma mulher -independente de atração ou outros sentimentos- não conseguissem em nenhuma hipótese permanecer no mesmo ambiente sem:
a)sentir falta de ar
b)se tocar secretamente
c)sentir fogo !@#$%¨&
Terceiro, a verdadeira história é tão romântica e linda, e poderia ser facilmente adaptada pela autora em algo arrebatador, mas é claro que tinha que envolver brigas IDIOTAS e dramas bobos pra tentar "dar mais emoção" a algo que em sua originalidade já era bem emocionante, né?
Na história verídica, Klaus NÃO existe. Na história real, Maximiliano e Maria Amélia já se conheciam e se amavam intensamente, algo que sabemos ser muito raro na época. Os dois estavam muito felizes com a relação, mas infelizmente, Maria Amélia morreu de tuberculose antes do casamento, deixando Maximiliano completamente infeliz e desgostoso. Depois da morte dela, Maximiliano usava um cacho dos cabelos dela em seu anel. Posteriormente, ele se casou, mas de forma alguma por amor, apenas por questões de dinheiro. Ele realizou uma visita na casa onde Amélia veio à óbito e escreveu uma carta revelando seus sentimentos -o quanto ele a amava e sentia muito a sua falta-. Anos depois, ele morreu fuzilado no México, mas antes ele pediu que entregassem à mãe da princesa um medalhão com a imagem dela que ele usava. Ele a amou e pensou nela até seu último suspiro.
Uma história muito, muito linda e trágica que daria um livro e tanto, mas que definitivamente não foi bem aproveitada. Não tenho queixas com relação à escrita da Larissa, mas as demais coisas me deixaram tão frustrada e decepcionada que não poderia dar nota maior, não seria justo com minha verdadeira opinião.