A Verdadeira História da Ficção Científica

A Verdadeira História da Ficção Científica Adam Roberts




Resenhas - A Verdadeira História da Ficção Científica


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Graziely8 15/02/2023

O título da obra, sugere, mais do que aparenta "A Verdadeira História da Ficção Científica", não é sobre ditar uma única abordagem histórica absoluta do gênero, mas apresentar, de modo profundo, as nuances tão únicas dessa Literatura tão diferenciada. Do preconceito à conquista das massas, é uma referência de como a Ficção Científica, outrora tratada com desdém por muitos críticos, ao longo dos anos é a forma de narrativa que mais domina o mainstream. Adam Roberts adentra profundamente na história do gênero FC, e remonta sua origem a novela antiga, mais precisamente no contexto da Reforma Protestante. O caráter protestante da FC ainda perdura, nesse sentido ele defende que a narrativa de FC não é de fato ao todo materialista. Mas é marcada por uma dialética entre religião X ciência e misticismo (magia) X materialismo. Prova disso é o sentimento de elevação e sublimidade frente ao novum. Outro ponto relevante, é que o autor demonstra que a FC é um conjunto de obras muito maior que os aficionados, como ele diz, ?consideram o maior escrito de FC?. Para além de Asimov, Heinlein, etc., o universo de obras e criações é quase infinito. Muitos autores são marginalizados, por muitas vezes, certos fanatismos de algumas bases de fãs. O fato é que Roberts é claramente versado e conhece profundamente o universo plural da FC. Outrora tão inferiorizada, é a Literatura que domina o cinema (esse que moldou e materializou as especulações imaginativas da FC), a TV, o rádio, a música, os quadrinhos, os jogos, dentre outros tipos de linguagem.
Viajando pelas viagens cósmicas do século XVIII, em seguida pela Ficção Científica do Século XIX, dedicando um capítulo a dois nomes imprescindíveis para o desenvolvimento da Ficção Científica, o francês Jules Verne e o inglês H.G Wells. Depois, o século XX com o alto modernismo e a influência das vanguardas na FC, principalmente o Futurismo, ele também traz discussões relevantes acerca das revistas Pulps. Adam discorda do termo Era de ouro para designar as obras de FC escritas entre 1940 e 1960 (ainda assim usa o termo no título do capítulo), além disso discute o impacto da New Wave no final do século XX. E por fim, apresenta as FCs do começo século XXI, que trouxe um protagonismo dominante de um subgênero da FC: a distopia. Principalmente, após o sucesso de The Hunger Games.
Uma leitura que todos os fãs, pesquisadores e escritores de Ficção Científica devem fazer.
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douglaseralldo 01/06/2018

UAU! 10 CONSIDERAÇÕES SOBRE A VERDADEIRA HISTÓRIA DA FICÇÃO CIENTÍFICA, DE ADAM ROBERTS
1 - Vigoroso, contundente e provavelmente completa, A Verdadeira História da Ficção Científica de Adam Roberts é um deleite não só para os aficionados e estudiosos da FC, mas para qualquer interessado em literatura e na cultura, pelas quais Roberts perpassa não só por obras conhecidas por grande parte do público - estejam elas nos livros, nos cinemas, nas artes, etc... - mas compartilhando sua vasta leitura, e com isso amplia ainda mais nossas listas futuras de obras que precisam ser lidas;

2 - Nas mais de setecentas páginas de uma leitura inebriante, Roberts principia sua abordagem desde os anos 1600 focando em seu "argumento central [que] não é apenas que a FC tem origem na reforma; é também que o clima cultural febril dessa época moldou a FC, escreveu seu DNA em formas que se manifestam, com força substantiva, mesmo no Século XXI". Assim, com força qualitativa e quantitativa, o livro aborda desde a problemática das Definições, trazendo Ficção Cientifica e Novela Antiga, Do Romance Medieval à Utopia do Seculo VI, Ficção Científica do Século XVII, Ficção Cientifica do Século XVII: o Grande, o Pequeno, Ficção Científica do início do Século XIX, Período 1850-1900: Mobilidade e Mobilização, Verne e Wells, O Início do Século XX, : FC do Alto Modernismo, e, As Revistas Pulp, A Era de Ouro da FC: 1940-1960, O Impacto da New Wave, FC nas Telas, FC em prosa das décadas de 1980 e 1990, Fins do Século XX: Multimídia até o presente com a FC do Século XXI;

3 - Ainda que a tradução traía um pouco o autor ao ampliar o título com a expressão "verdadeira", palavra que de certa forma corromperia a dialética presente e constante nas abordagens do autor tornando sua visão demasiado autoritária, há na argumentação eloquente de Roberts uma boa dose de sinceridade quando revela "como histórica crítica, este trabalho tem também certa tese a defender. Espero evitar o viés tendencioso, mas meu argumento não é neutro - se é que pode existir de fato um argumento crítico puramente neutro". Isso não só ajuda a posicionar o leitor, mas também fortalece a discussão proposta ao assumir uma não neutralidade, criando assim um vinculo interessante no processo de leitura, que diga-se, é bastante prazeroso;

+: http://www.listasliterarias.com/2018/06/uau-10-consideracoes-sobre-verdadeira.html

site: http://www.listasliterarias.com/2018/06/uau-10-consideracoes-sobre-verdadeira.html
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Maikel.Rosa 09/02/2022

Essa leitura foi imprescindível pra que eu entendesse o que realmente é a FC e o que ela pode se tornar, em meio a todo o barulho sobre o que se diz que ela representa. Você pode pensar: ué, mas como alguém que se diz escritor de scifi poderia ainda ter dúvidas a esse respeito?

Ora, é claro que tinha e continuo tendo, mesmo depois dessa leitura tão esclarecedora.

Pra explicar sua teoria sobre as raízes do gênero (que ele associa ao reformismo racionalizado das correntes protestantes pós-copernicanas), Adam Roberts nos conduz não só pela sua história, mas também pelo próprio desenvolvimento da literatura moderna, explorando seus contextos e as formas de expressão artística que deram nova vida à FC, como o cinema, a música e o videogame.

Meu saldo ao término desta bíblia do scifi é uma lista imensa de obras a serem visitadas, um entendimento mais profundo da arte que me proponho a fazer e um certo alívio por entender que minhas escolhas enquanto escritor estão bastante alinhadas com a evolução e os novos rumos da Ficção Científica contemporânea. Com certeza uma obra de referência que manterei na “cabeceira” pra consultar com muita frequência!
Roberta Pereira 05/06/2023minha estante
Acha a leitura válida para uma mera fã de Si-fi, com pouco conhecimento, ou é complicado demais?


Maikel.Rosa 06/06/2023minha estante
Não é complicado não, mas acaba sendo denso. É um livro mais teórico, pra ser lido devagar e com atenção ?




Erika Toretto 30/10/2020

Longo, mas com muitas informações interessantes
Um livro gigante, mas que vale a pena. Não acho perfeito, poderia ter ido mais fundo nos autores e autoras mais contemporâneos. Mas dá uma base legal e alerta bem sobre o flerte de uma boa parte dos produtores desse tipo de gênero com ideias muito problemáticas na área social e política.
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Disotelo 16/05/2021

Mini Enciclopédia da Sci-Fi
O livro começa com dois longos prefácios, depois um capítulo desnecessariamente longo aonde o autor debate a definição de ficção científica, até aí o livro é uma baita encheção de linguiça.
Depois vem uns quatro capítulos onde o autor vai listando, cronologicamente, exemplos de obras antigas com características de sci-fi, pra quem está interessado nisso é uma obra bastante rica, não foi o meu caso, pra mim essa parte foi muito longa. mas não dá pra não elogiar a enorme pesquisa feita pelo autor.
Depois 200 páginas chegamos ao primeiro autor relevante da Ficção Científica: Julio Verne, daí em diante o livro fica muito interessante, com uma exposição bastante completa sobre todos os principais momentos da sci-fi, o livro vale a pena por causa dela.
No final tem uma conclusão onde o autor tenta relacionar a ficção científica ao protestantismo, achei meio nonsense, mas é um trecho curto.
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Luan 03/08/2023

Enciclopédia do Sci-fi
"A verdadeira História da Ficção Científica" é uma enciclopédia sobre apenas um gênero literário, algo que você não encontra por aí. Não existe algo assim sobre Realismo Mágico, ou Romance Policial. Ou mesmo Fantasia. O que Adams Robert faz nesse livro é digno de louvor, porque não é apenas sobre definições de gênero, mas sobre gênese, sobre a história do pensamento científico e sobre a evolução das sociedades. É uma obra tão profunda que ela é quase um tratado sociológico sobre o conflito entre o místico e o natural.

A ficção científica hoje não marca apenas a literatura, mas todas as formas de arte. Todas. Dos poetas aos pintores e desenvolvedores de jogos. E à medida que a tecnologia e ciência avançam, mais o gênero se entranha em nossas vidas. Ninguém está livre de ser influenciado por ela. Nem mesmo seus críticos.

É preciso salientar que esse livro não é para qualquer um. Exige uma bagagem literária impressionante. Às vezes o preciosismo do autor cansa, mas vale a pena. Recomendo principalmente para aqueles que pretendem escrever no gênero.
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Will 20/01/2022

Um excelente panorama da história e espalhamento da FC
Adam Roberts defende muito bem sua tese de que a divisão na igreja causada pela Reforma Protestante também dividiu as mentalidades literárias do Materialismo e do Espiritualismo, o que torna obras bem anteriores a Frankenstein como fundadoras, ou pelo menos antecessoras do gênero. Gosto bastante da defesa feita sobre Somnium de Kepler, que estava bem posicionado no meio da reforma, mesmo que sua história tenha mais elementos que remontem ao espiritualismo do que a cenários mais de Ficção científica.

No resto, ele oferece um excelente panorama de como o gênero se estruturou e de sua ascensão até os cinemas, TVs, videogames e o mercado musical. Entretanto me frustrei um pouco com a exploração ínfima, para não dizer nula, que foi feita da abordagem de subgêneros que não são do mainstream, em particular o afrofuturismo, que foi um marco na história da FC. Por mais que ele problematize a questão de adaptações multimilionárias com fórmulas de sucesso sendo as ocidentais brancas e etc, e mesmo que tenha construido um caso de exemplo da perpetuação dos estereotipos racistas em filmes tão recentes como Jurassic World, ter se ausentado de discutir alguns desses nichos diminui o impacto de sua acusação, na minha sincera opinião.
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Nica 01/03/2023

Várias ressalvas
1) Ele tem como proposta apresentar leituras anteriores a categoria de ficção-científica que se enquadra nisso, ele faz isso e por isso dei três estrelas, mas ele propõe uma leitura cronológica que não cumpre. Não cumprir ficou muito forte, ele só não faz isso muito legal por exemplo, na época pulp e New wave, fica bem complicado de entender de qual época é qual autor, se os autores compartilham a categoria, porque ele vai e volta nos exemplos. É a proposta dele, entendo, mas não funciona pra mim.

2) Então a proposta do livro, já expliquei, e ele traz diversos autores, como exemplos e dando a opinião dele. Ok. Quando o livro que ele traz exemplo, é de uma autora com conteúdo de gênero, ele sempre, SEMPRE, coloca algum comentário desnecessário. Exemplo: Margareth Atwood, com o Conto Da Aia. Existe todo um arco referente a personagem e questões relacionadas a prostituição, ele coloca isso como uma quebra da leitura e expectativa da história. Esse foi um exemplo, mas tem outros onde a questão de gênero sempre é apontada como quebra na narrativa ou doutrinação por parte da autora.

3) Chegando aos anos 2000, a atualidade, ele comenta sobre autores e autoras negras, com conteúdo afro distopico, bem interessante não fosse o comentário "percebo que tem algo de racismo no que digo". Se percebe, faz algo sobre. Perceber o privilégio, perceber as intenções racistas, e justificar com "sou de outra epoca" não é desculpa. (Isso aprendi no primeiro livro que li esse ano "Racismo Branco" da Koa Beck, com base no que aprendi ali que teço esse comentário)

4) Diagramação de ruim pra péssima. Ele traz diversos exemplos de livros em outras línguas, e não existe um padrão de como isso vai ser apresentado. Uma hora tem o nome em inglês entre parênteses, falando do livro sequência, na mesma frase, é a tradução que vem em parênteses. Uma bagunça. Existem erros de digitação e erros de tradução de títulos do inglês pro português.

Tem mais coisas que não gostei, mas não conheço outro que se proponha a fazer o que ele tá fazendo com a linguagem mais acessível, por isso três estrelas. Os comentários são coisas que incomodaram durante a leitura, uma leitura densa e muitas vezes falha.
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Marisol 12/06/2023

Eu tinha preconceito com ficção científica
Ao escolher uma leitura, eu passava longe de ficção científica, até porque pensava que se tratava apenas de robôs, viagens espaciais, alienígenas – tópicos dos quais não sou fã. Contudo conheci algumas produções e me dei conta de que iam muito além da ciência, do futuro e da tecnologia, como os livros O Conto da Aia e Admirável Mundo Novo, e a série Black Mirror. Resolvi, então, compreender melhor o assunto lendo A verdadeira história da ficção científica.

Professor de literatura, Adam Roberts traz uma obra completa que aborda, de forma cronológica, a evolução da FC, com uma análise profunda e muitas referências – filmes, livros, revistas, séries, HQs, desenhos animados, artes visuais etc.

O que mais impressionou sobre a pesquisa de Roberts é que a FC vem muito antes de Mary Shelley e Edgar Allan Poe – na verdade, remonta às novelas gregas antigas, há mais de 400 anos de Cristo. As raízes da FC, explica o autor, são as viagens extraordinárias, narrativas de aventuras (com uma parte fantástica), que abordavam expedições marítimas, jornada pela terra, viagens ao céu e a outros planetas.

“Viagens através do espaço ou, às vezes, rumo ao mundo subterrâneo, para maravilhas da Terra oca (distintas das viagens normais, mais convencionais, sobre a superfície do globo), são o tronco, por assim dizer, do qual se ramificam as várias outras modalidades de FC. Falando em termos gerais, esses outros ramos são de dois tipos. Primeiro temos as viagens pelo tempo, como um corolário de viagens pelo espaço. [...] Um segundo ramo, na realidade um galho fundamental (para continuar com a metáfora), são as histórias sobre tecnologia.”

Para quem precisa pesquisar e se interessa por assunto, eis um excelente livro para conhecer o fundamento, além de diversas publicações citadas para ler ou assistir. Parte dessas obras citadas estão resenhadas pelo autor.

Foi uma leitura que aumentou meu interesse por ficção científica e, principalmente, entender que vai muito além de produções que envolvem tecnologia – é sobre o ser humano, o desconhecido, as diferenças.


site: https://www.instagram.com/marisoldeandrade/
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et 01/12/2019

Surpreendente!
Quando adquiri este livro achei que seria uma leitura leve e despretensiosa.
Mas ao contrário – é um livro denso e interessante. Vindo de autores clássicos, passando por Dante, More e até mesmo Copérnico, Adam Roberts explora as raízes da FC que criaram nossa realidade. No livro são apresentados autores que nem conhecia (mas agora estão na minha lista de leitura). Ao final ele derrapa um pouco “à esquerda” e para algumas teses que beiram o “politicamente correto”, mas nada que fora de contexto ou que prejudique o conteúdo. Um livro que deve estar na sua biblioteca.

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Antonio 06/08/2019

Uma história da ficção científica
O título do livro em português é um tanto enganador. Talvez desonesto, até, porque desde o começo o autor nega apresenta estudos de outros críticos e, em nenhum momento, afirma que a visão dele é a correta, "detentora da verdade".
Mas isso é um problema da tradução, não do livro em si, que traz uma extensa e bem explicada análise da origem da ficção científica, destacando o papel das mudanças culturais na evolução do gênero.
O livro é bem interessante na forma como apresenta essa história, sempre apresentando, ou tentando apresentar em alguns casos, as obras e autores relacionando-os com o contexto cultural em que surgiram, apontando também suas influências e influenciadores.
O livro é bastante abrangente, deixando pouca coisa de lado e, acertadamente, focando nas obras mais representativas de cada período, mas sem deixar de falar das "menores", especialmente em cinema e em literatura. Talvez tenha faltado se aprofundar um pouco mais nos quadrinhos e nos games. E, no caso desses últimos, talvez incluir também RPGs de mesa (senti falta de GURPS e Numenera...).
Quanto à tradução, fora o título, está bem competente, com alguns deslizes aqui e ali - o mais grave talvez tenha sido considerar N. K. Jemisin e Nnedi Okorafor como homens.
Por fim, algo que faltou na edição brasileira foi uma apresentação da nossa ficção científica. Acredito que poderia ter sido feito um breve posfácio, ou algo similar, indicando autores clássicos, antigos e contemporâneos de ficção científica no Brasil. A apresentação ensaia algo nesse sentido, apresentando rapidamente alguns estudos de críticos brasileiros, mas infelizmente acaba sendo pouco.
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Livros Livres 23/11/2021

Um livrão super completo que aborda o tema desde sua origem!
Resenha completa lá o ig projetolivroslivres
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Daniel 12/04/2023

Começou bem, mas depois...
Começou bem, mas depois me desinteressei. A tese do autor é muito boa e bem fundamentada. A tradução é horrível, com muitos erros e enganos que a gente identifica mesmo sem ter o original para comparar; foi isso o que mais contribuiu para eu desistir da leitura: o texto não tão bom dificultou o fluxo da leitura, infelizmente...
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