A Improbabilidade do Amor

A Improbabilidade do Amor Hannah Rothschild




Resenhas - A Improbabilidade do Amor


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Andre.28 15/08/2020

Uma salada confusa e sem sal
Alguns livros, que tem uma grande pretensão em seu enredo, acabam por prometer muito, porém se perdem no meio dessa pretensão transformando-se em uma grandiosa narrativa confusa. “A Improbabilidade do Amor”, livro publicado em 2015 pela escritora ­­britânica Hannah Rothschild, acaba por se torna uma leitura que promete muito, mas que pouco cumpre. Esse enredo confuso mais parece uma cacofonia de personagens aleatórios, sem grandes atrativos, pouco cativantes, e em minha opinião, pouco desenvolvidos para que o leitor possa criar qualquer tipo de vínculo, ou empatia, por qualquer um deles.

O enredo, que aborda uma infinidade de personagens, se centra um pouco mais em Annie McDee, uma mulher de 30 anos, aspirante a cozinheira e que encontra um quadro sujo numa loja de brechó nos dos subúrbios de Londres. Este quadro do século XVIII é “A Improbabilidade do Amor”, a pintura do francês Antonie Watteau, que há décadas estava perdida no obtuso círculo de comercio da arte. Annie é a típica personagem que se martiriza a toa, sem graça, sem sal, sem vida, ela é uma chef de cozinha talentosa, porém falida, que fica a maior parte do livro chorando as pitangas pelo ex namorado, e pelos fracassos da vida feito uma bebê chorona (aaaafff... zero paciência). Enquanto Annie chora as pitangas e o Jesse, o pretendente romântico dela tenta conquistá-la, o livro passeia pelos personagens dos mais variados e irrelevantes que giram entorno do interesse pelo quadro de Annie, incluindo a família Melling, formada de negociantes inescrupulosos, o gangster dramático chamado Vlad e o seu assistente Barty (uma cópia estereotipada de um Elton John do mundo das artes), a ambiciosa magnata da arte idosa Sra. Aplledore e tantos outros personagens sem graça.

Descrições superficiais sobre o amor em meio a uma mistura de culinária Masterchef e um manual da subjetividade da História da arte, este livro começa a degringolar ainda mais, fechando com um final pastelão aos moldes “novela das 7”. O livro tem grandes pretensões, porém se torna confuso, – onde até o quadro de Watteau tem um espaço para “falar” – mas acaba por ser uma “salada sem sal”, um enredo forçado, com excesso de descrições subjetivas, clichês sem graça, personagens mal desenvolvidos e uma comicidade que não convence. A narrativa não chega a irritar tanto, mas o livro enche uma boa quantidade de linguiça com todo aquele quadro descritivo (que no final não leva a coisa alguma). O plot twist seria até interessante – se os personagens tivessem um tipo de carisma, ou fossem interessantes –, mas como o leitor não se importa tanto com os personagens, o plot se torna ineficaz. Não foi uma experiência de leitura maravilhosa, nem tampouco empolgou. É aquela coisa, no final tanto faz ler ou não ler. É uma história sem sal e confusa com um final tragicômico.
Gicelìo Besérra 02/02/2022minha estante
Ola! Eu gostei tanto que indiquei pra vários amigos que também gostaram ( ou pelo menos foi o que disseram ). Kkkkk Em alguns momentos é um tanto exaustivo a leitura, mas voltaria a ler com certeza. ?


Mel 14/11/2022minha estante
Totalmente de acordo! A autora tenta fazer um daqueles livros que apresentam todo um panorama de personagens e lugares, mas simplesmente não tem capacidade para isso. A personagem principal é a Annie ou é a tela... É tão confuso que não dá para saber quem é!!! Porque a tela tem as partes mais interessantes, até pela novidade de a tela ser um protagonista... Mas aparentemente, é Annie a protagonista... Mas ela é tão chata, tão chorona, tão mal desenvolvida e tão abandonada no fim... Quero dizer,... Quem é ela? Uma mulher incapaz e mergulhada em auto piedade, como no início... Uma chef super talentosa e confiante, como no meio... Uma filha que vive momentos únicos com a mãe, em algumas partes... Uma filha que quer que a mãe apodreça na prisão e nem liga para a mãe estar finalmente indo aos AA, em outras, embora tenha pedido isso por anos!!! Uma confusão total, no final... Nem vemos a Annie sair da prisão!!! Essa confusão, só quanto à protagonista. Quando se acrescenta a miríade de personagens inúteis, com a multidão de detalhes que não acrescentam nada, muito menos sentido, fica muito pior!!!
Premissa boa, capacidade péssima.
Se a autora tivesse feito o livro escrito o tempo todo em primeira pessoa pela tela, ficaria muito bom! Se ela se limitasse a acompanhar Annie, Rebecca e a tela, uau. Seria excelente. Porque a autora consegue passar algumas considerações interessantes sobre arte, que fariam a diferença. Mas, na confusão que ela faz, impossível.




Dri Ornellas 01/05/2021

Se tiver filme, fique só com o filme
A improbabilidade do amor é aquele tipo de livro que deixa a sensação de que poderia ter sido bem melhor: ele conta a história de como a vida de uma cozinheira se cruzou com o destino de uma pintura perdida depois da Segunda Guerra Mundial e como a trajetória delas se alterou para sempre depois desse encontro.

O mote é ótimo e interessante, o grande problema do livro é ter personagens demais. A autora transforma todos os personagens secundários em principais e acaba gastando páginas e páginas com histórias e acontecimentos sem importância para a trama.

Mesmo assim, o livro ainda é uma boa opção de leitura por levantar reflexões que abordam a arte em seus diferentes aspectos e como, atualmente, ela está distante de seus significados subjetivos, tendo passado a ser, principalmente, sinônimo de investimento financeiro e de construção e manutenção de reputação dentro da elite.

É um livro que se tiver uma adaptação cinematográfica – e deveria ter – você não precisa nem se preocupar em ler, melhor ficar só com o filme e usar o tempo de leitura dessas mais de 500 páginas em outro livro.
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_amordelivros 09/06/2021

Sobre a arte do amor
"A Improbabilidade do Amor" não tem uma leitura simples. Hannah Rothschild escreve uma história complexa, cheia de personagens. Demorei a engatar a leitura, fiquei tão perdida quanto no começo de Game Of Thrones.

O livro é uma ficção que gira em torno da arte. Annie, uma jovem cozinheira recém-separada, encontra um quadro em um brechó e o compra para dar de presente ao cara com quem está saindo. Porém ela leva um bolo dele e acaba ficando com o quadro. Quando sua mãe aparece para ficar uns dias em sua casa, insiste para que ela o avalie, porque tem pressentimento de que não é uma cópia barata. E realmente não é: é um quadro de Watteau perdido há anos. Porém, descobrir a verdade não é nada fácil e Annie acaba envolvida em uma história que chega até ao roubo de obras pelos nazistas.

O livro mistura arte, história e ficção e traz uma surpresa atrás da outra. Por outro lado, não é bem um romance. Há muito sobre o amor, mas pouco romance em si. E, apesar de a sinopse falar basicamente de Annie, quase todos os personagens têm suas histórias contadas um pouco mais a fundo. Todos eles acabam se interessando pelo quadro, mas, sendo bem sincera, alguns que não estão tão envolvidos na história, não precisavam de tanto tempo dedicado a eles.

Algumas vezes, achei que o texto teve interrupções abruptas. A autora está aprofundando e contando todos os detalhes da situação e do nada passa o dia ou um outro momento importante sem ser narrado. Pode ter sido impressão minha, mas não me pareceu natural essa passagem.

Mas uma coisa interessante é que, apesar de a história ser contada por um narrador observador, em alguns capítulos o próprio quadro narra. É uma perspectiva interessante e diferente, e é nesses momentos que se fala mais sobre a história da arte. Se o que é contado é tudo real, não sei dizer. Não sou ligada à arte. Mas é um ótimo livro, principalmente para quem é.
Mel 14/11/2022minha estante
Isso mesmo, personagens demais, com detalhes completamente desnecessários e desligados da trama, causa só confusão!




brunaetal 19/07/2020

Não sei como esse livro concorreu a um prêmio.
A autora perde muito tempo descrevendo personagens pouco interessantes, dando mínimos detalhes sobre coisas com pouca relevância para o desenvolver da história e mistura muita coisa em um livro só (gastronomia, desilusão amorosa, alcoolismo, história da arte, crimes, holocausto, nazismo...) Esse livro poderia ter sido facilmente reduzido a 300 páginas. Toda vez que eu lia um capítulo escrito pela protagonista, queria ler mais, mas logo era cortada por um capítulo de outro personagem que não importa para a história. O pior de tudo foram os capítulos narrados por um objeto.
No início do livro achei chato, no meio me interessei e no fim eu só queria jogar tudo pro alto e abandonar faltando 100 páginas pra acabar.
Não recomendo a leitura.
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@lendosonhando 22/05/2022

Um quadro de 300 anos é o ponto em comum entre o vários personagens desse livro. Cada um deles tem uma motivação para tê- lo e ao longo das 500 páginas acompanhamos os desdobramentos que cada um tem.
Eu amei todas as reflexões que a autora trouxe sobre a subjetividade da arte, sobre o que ou quem determina o que seja uma obra prima e todos os bastidores de dinheiro e corrupção que envolve o mercado de pinturas
Na minha opinião a quantidade de personagens acabou prejudicando o desfecho do livro, tornando o final muito apressado e com explicações bem novelescas, mesmo assim eu adorei a leitura e tods as referências que ele traz.
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Viferoli 06/09/2023

Poderia ser um conto
Um livro de mais de 500 páginas que poderia ser um conto facilmente. Cheio de partes desnecessárias, muitos personagens que não precisavam existir, uma protagonista fraca e bem chatinha. O livro é cheio de clichês, estereótipos, sentimentos excessivos e absurdos irreais que me deixou cansada desde o início, impossibilitando de me conectar com a história.
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Cláudia.Borges 11/07/2018

Magnífico
Ameeeeeiiiii.
Gente o livro é uma Beleza ! Uma aula sobre arte, beleza, amor, superação.
Annie é um doce, uma lutadora. Suporta os desvarios da mãe com coragem, apesar de se questionar muitas vezes sobre isso. Cozinha como quem pinta uma obra prima, dança um ballet clássico ou escreve um romance best seller. Ela é maravilhosa .
Indicado com louvor !
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Vicky8722 14/01/2023

Para mim eu pensava que esse livro seria um romance, mas foi uma história totalmente diferente do que eu pensava. Nele aborda sobre um leilão onde há um quadro valioso que se chama "a improbabilidade do amor" e que ficou uma história confusa após o quadro ter sumido, foi um livro muito mal escrito, difícil de entender o que realmente ocorre e com uma história super maçante e desnecessariamente longa, foi uma das maiores decepções literárias que eu tive no ano passado.
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Fla @fla_books 10/01/2021

Comprei o livro pela capa e nem sabia que por traz de um título existia o nome de um quadro. A história dele e das pessoas que estão à sua volta é muito interessante. Acho que depois de ler esse livro a gente passa a dar um valor maior à arte em si. Não tinha ideia do quanto dinheiro e status está envolvido nesse ramo. Claro que o livro é uma ficção. Mas a vida imita a arte. ?
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Fabi | @ps.leitura 16/05/2018

{resenha feita no blog PS Amo Leitura}
O que você faria se encontrasse uma obra de arte em um brechó e anos mais tarde descobrisse que a mesma valia muito dinheiro? O que a nossa personagem Annie não esperava era que sua vida mudaria completamente a partir daquele momento.

"A improbabilidade do amor" vai narrar a história da querida Annie, com 31 anos e tem um grande sonho de ser uma renomeada chef. Vive sozinha em seu pequeno apartamento e apesar de suas frustrações, ela possui uma grande esperança de encontrar o verdadeiro amor.

Falando em amor... Annie está saindo com um cara, mesmo não acreditando que esse relacionamento terá tanto futuro. Para comemorar o aniversário, ela decide ir em uma loja de quinquilharias e encontra uma pintura escondida atrás de várias coisas. A pintura está mal cuidada, não parece nada de mais e é algo que ninguém se interessaria, mas despertou um grande interesse em Annie. O que piora a situação é que o cara não aparece!

Completamente frustrada, ela decide que ficará com o quadro, afinal, ela pagou por ele! Ela fez um grande negócio com o vendedor e agora já era tarde demais para voltar atrás. Tudo já havia mudado. E é quando o desenrolar da história começa e altas revelações aparecem, deixando o leitor completamente apaixonado pelo enredo!

A vida de Annie estava tudo bem até esse quadro aparecer. Ela achou no brechó, qual valor ele teria? Mas é quando várias pessoas começam a cruzar a sua vida e diversos acontecimentos começam afetá-la, e ela descobre que o quadro não é um quadro qualquer; é uma obra de arte com mais de 300 anos! O que ela fará para ter sua vida normal de volta?

Sabe aquele livro completamente bem narrado, cheio de explicações, personagens diferentes, mas que cruzam o caminho dos outros personagens de uma forma sutil e completamente delicada? Então, "a improbabilidade do amor" é capaz de mostrar, em riqueza de detalhes, os acontecimentos de cada envolvido e a conexão que cada um têm, mas ainda não sabe, entre si.

Cada página a história fica ainda mais interesse. Eu confesso que nunca fui tão fã da história da arte, mas a forma como Hannah Rothschild descreve os acontecimentos, os quadros e tudo, me deixou completamente encantada. Me via muitas vezes completamente perdida na história e torcia para que os caminhos de todos os envolvidos se cruzassem. Quando isso aconteceu, a história ficou ainda mais interessante!

Além disso, o que mais me encantou na obra foi a forma como Annie é uma personagem simples, delicada, mas que é capaz de encantar todos em sua volta com toda essa sutileza. Repleta de confiança, ela mostrou do que ela é capaz e mostrou o seu melhor para todos aqueles que não acreditavam. Isso foi incrível! Os outros personagens que aparecem no decorrer da história, como é o caso de Rebecca e Jessie, também são encantadores. É maravilhoso conhecer a história de cada um deles, pois você consegue entender o momento que estão vivendo e o porquê de determinadas atitudes.

Os elogios acabaram? Não! Porque essa obra é tão incrível que merece ainda mais elogios. Mais um ponto forte na narrativa é que a autora deu voz ao quadro. Além dos capítulos narrados pelos personagens, também temos capítulos em que o quadro a improbabilidade do amor narra sobre seus donos dos séculos passados, narra sobre seus acontecimentos atuais e como ele desejaria poder interferir em grandes momentos na vida. Ele é um quadro que, apesar de tudo, consegue se apegar a nova dona e torce completamente por sua felicidade.

Para amantes de arte, "a improbabilidade do amor" é um livro excelente; até mesmo para os não amantes de arte, o livro é altamente indicado! Você acaba percebendo que o livro em si é uma verdadeira obra de arte!

site: http://psamoleitura.blogspot.com.br/2018/05/resenha-improbabilidade-do-amor.html
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Anna 11/08/2018

Começo arrastado, mas surpreende...
Demorei para percorrer as primeiras 160 páginas do livro: prolixo, muitos personagens, varias historias... mas depois que a trama se revela, unindo todos, a personagem principal ganha força e o livro mostra mais fôlego. Uma história oculta vem à tona, e o ritmo no final ganha força e surpresa. Gostei bastante.
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Laura Brand 05/02/2019

Nostalgia Cinza
Falar sobre arte é falar sobre técnicas, estilos, composições, artistas e obras-primas. Mas falar sobre arte é também pensar na subjetividade, na emoção, na mensagem, no amor. No amor a alguém, a algum momento ou a alguma coisa. A Improbabilidade do Amor fala sobre pessoas, motivações, segredos, desejos, história. Arte. Amor.
A Improbabilidade do Amor fala sobre a subjetividade de cada um por meio de uma obra de arte, uma pintura. É uma história sobre o amor, uma homenagem a uma forma de arte que sobrevive aos séculos e, a cada novo proprietário, se transforma sem mudar nada de sua pintura. Suas camadas se mantém praticamente as mesmas, a mesma pintura da época em que foi criada, mas sua história se molda e transforma com o tempo. Ela continua a mesma, mas ao mesmo tempo muda o tempo todo. É o que faz a arte universal e atemporal. O que faz de uma pintura uma obra-prima não é a forma como foi feita ou a perfeição dedicada a cada traço, mas sim o que ela faz as pessoas sentirem, que tipo de subjetividade ela desperta em cada um que a observa e a tem.
O livro de Hannah Rothschild conta a história de uma obra de arte considerada perdida há décadas: A Improbabilidade do Amor, do grande pintor e pioneiro do rococó Antoine Watteau. A pintura é a protagonista do livro que leva seu nome. Além de ser a narradora em diversos momentos, é o arco central que une todas as histórias dos personagens e representa alguma característica de cada um deles, seja o desejo por poder, fama, a busca por algum significado mundano ou até mesmo um sentimento mais profundo. Ela faz parte da história de cada um deles de alguma forma.
Pela sinopse fica a impressão de que Annie é a protagonista do livro, mas sua participação vai se perdendo ao longo das páginas até que ela se torna uma coadjuvante e outros personagens ganham muito mais destaque e desenvolvimento. A própria narração acaba esquecendo Annie e focando nas reflexões propostas pelo livro e na narrativa geral.
A Improbabilidade do Amor se solidifica como uma história que tem como enredo as consequências da existência da pintura que dá nome ao livro. É como se a pintura entrasse na vida daquelas pessoas que sofrem por algum amor platônico, da mesma forma como seu pintor sofria. Por ter sido criada com base nesses sentimentos, é como se ela procurasse aqueles que a lembrassem de suas origens.
As reflexões feitas pela Improbabilidade do Amor são, definitivamente, um dos pontos mais destacáveis do livro. A forma como ela fala do amor, da vida, do comportamento humano e da passagem do tempo faz com que a história ganhe mais e mais camadas e se torne uma reflexão mais profunda e inusitada sobre a vida e suas formas de amor.
O livro abandona completamente o conceito de “é só uma pintura” ao mostrar as diversas camadas que um quadro guarda. Além disso ser apresentado por meio das escolhas de ambientação e motivações dos personagens, isso se mostra presente na escolha por colocar a pintura A Improbabilidade do Amor como uma narradora.
A própria pintura é uma narradora ousada, narrando apenas o suficiente para deixar o leitor instigado e curioso, escondendo fatos até a hora certa, revelando detalhes à medida que a narrativa se desenvolve, apresentando uma personalidade própria tão interessante quanto à sua própria história e seu passado.
Assim como um pintor trabalha as muitas camadas de sua pintura, A Improbabilidade do Amor traz diversos níveis de reflexão a respeito da arte. Um ponto muito recorrente ao longo de toda a narrativa, tanto por meio de diálogos dos personagens, quanto nas reflexões da própria Improbabilidade do Amor, é que a arte é subjetiva. Ela pode ser como é, com todas as suas cores, formas, contornos e história. Mas o que ela desperta em cada um é extremamente pessoal, individual e subjetivo.
A pintura é, também, uma das muitas formas de amor que existem. Além de tentar imortalizar momentos, ela também pode ser um presente passado de geração em geração e fazendo parte do acervo dos mais diversos amantes. A efemeridade do amor, principal ponto defendido pela própria pintura ao longo de toda a construção narrativa, também ganha destaque. O próprio fato de a obra ter tido tantos proprietários e passado por tantas mãos é uma forma de representar a efemeridade da vida já que, na história, essa pintura é a representação do amor em todas as suas nuances. Nas palavras de A Improbabilidade do Amor: “esta é a grande tragédia do amor - mesmo que você tenha a sorte de se deparar com ele, é sempre efêmero” (p. 311).
A Improbabilidade do Amor mostra como a arte também está muito ligada à história. Um mesmo quadro passou pelo correr dos ponteiros do relógio e viu os acontecimentos se desenrolando. Uma pintura com mais de 300 anos com certeza viu muita coisa e o livro também pega essa questão e trabalha por meio de uma das personagens.
É preciso admitir que a narrativa demora para prender o leitor. As primeiras dezenas de páginas apresentam um universo extenso e detalhado que requer mais atenção do que o esperado. Como a estrutura narrativa e a linguagem se mantém inalteradas ao longo de todo o livro, é mais difícil para o leitor mergulhar de cabeça na história. Além disso, o desenvolvimento dos personagens é um pouco fraco. Como são muitos personagens que dividem o tempo de forma razoavelmente equilibrada, principalmente três deles, é difícil mergulhar no crescimento e nos dilemas pessoais de todos com certa intensidade. Então muitas vezes achei difícil me apegar a algum deles ou sentir empatia por seus dilemas como aconteceria se não houvesse essa escolha de narrativa. Por esse motivo, algumas escolhas dos personagens não faziam tanto sentido e pareciam não condizer com sua personalidade.
Entretanto, mais do que apresentar um desenvolvimento dos personagens, A Improbabilidade do Amor tem como objetivo fazer uma homenagem à arte como forma mais bela de expressão dos sentimentos humanos. Além disso, o que dá um toque a mais ao livro é a veracidade dos fatos. A escolha por um pintor expoente e a riqueza de descrição sobre sua obra e seu estilo artístico fazem com que A Improbabilidade do Amor seja um livro ainda mais precioso. Não é difícil acreditar em suas páginas.
No quesito livro físico, a edição da Morro Branco está linda. Com a folha de guarda repleta de bolinhas coloridas na mesma paleta de cores da capa, esse detalhe dá um toque a mais de delicadeza à narrativa. A diagramação também está linda, mas acredito que, pelo tamanho do livro, o formato poderia ter sido um pouco maior, de 14x21cm para 15,5x22,5cm para deixar a leitura menos blocada e mais fluida.
A Improbabilidade do Amor é um livro que se mostra para aqueles leitores dispostos a entender suas camadas e receber suas sutis reflexões. É um livro fácil de ler, mas que ao mesmo tempo não entrega nada de bandeja para o leitor. Cada um poderá tirar um pouco da narrativa. Assim como a própria arte, o livro A Improbabilidade do Amor oferece uma leitura subjetiva e pessoal que pode despertar os mais diversos sentimentos naqueles que abraçam esse enredo.
A história de Hannah Rothschild faz um lindo paralelo entre o que a arte deveria fazer que é despertar algo nas pessoas e o que hoje ela é: uma forma de ganhar dinheiro, lavar dinheiro, ostentação e riqueza. É uma história que ganha na delicadeza e nos faz relembrar como momentos, por mais efêmeros que sejam, podem mudar nossas vidas. Seja esse momento ao lado de uma pessoa ou apenas tendo contato com uma expressão artística. O amor se apresenta em várias formas: pessoas, momentos, lugares e, por que não, pinturas. Dessa vez o amor se apresentou na forma de um livro e não poderia ter sido mais surpreendentemente delicioso.


site: http://bit.ly/aimprobabilidadedoamor
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arlete.augusto.1 19/09/2018

Surpreendente!
Adorei o livro! Muito original, com histórias bem costuradas, personagens bem construídos e sem apelos sentimentalistas. Não é um thriller, nem é um romance, e vc não consegue saber pra onde a história irá conduzi-lo. Daqueles poucos livros que vc sente pena de chegar ao fim. Recomendo.
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Renata 12/02/2020

Quase me conquistou...
Só que não. Amei a história girar em torno do mundo da arte, mas o final poderia ter sido melhor. Fiquei com a sensação de que foi muito livro para uma história que não valeu tanto a pena o esforço.
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Letícia 16/08/2020

Uma leitura deliciosa literalmente, é doce e real ao mesmo tempo.
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