Eric Rocha - Ersiro 09/07/2020
Scooby Apocalipse, v. 1
É uma história de terror com cenas um pouco gore, ainda que o desenho na maior parte não seja tão explícito. Não há muito do teor cômico e leve do desenho animado. O traço e as cores utilizadas são lindíssimas.
Nas primeiras páginas a história parece não ter nada de excepcional e estrondoso, mas isso melhora lá para o fim e alguns pontos conseguem ser criativos, como por exemplo, a explicação do porquê do cachorro falar. É uma experiência interessante acompanhar uma aventura nesse estilo apocalíptico com uma releitura dos personagens e do universo de Scooby-Doo.
Não possui narrador, logo a história é narrada pela fala dos personagens. E há MUITOS balões de fala, tornando a leitura um pouquinho cansativa, longa e arrastada. Não sei se é comum HQs da DC ou de super-heróis possuírem tantos balões de fala.
As personagens femininas, Velma e Daphne (não mais patricinha e aqui muito segura de si - amei isso!), o que uma tem de demonstração de inteligência científica e a outra de força interior, consecutivamente, conseguem ser reduzidas, durante um bom tempo das páginas, a irritantes personagens que discutem entre si o tempo todo com falas e questionamentos repetitivos.
Sei que é apenas o primeiro volume e que é normal ter intrigas, que não dá pra pedir confiança (uma vez da participação de Velma no experimento) e uma união do time logo de início, mas talvez dava para ao menos inserir falas diferentes para as duas ou até mesmo, quem sabe, cortar algumas cenas, para não dar essa sensação de algo repetitivo.
Felizmente isso não dura a HQ inteira e lá para as páginas finais o leitor é apresentado a algumas explicações em forma de flashbacks que dão finalmente certa robustez à história e à personagem da Velma, deixando a trama bem mais interessante.
A obra também fala sobre uso de animais em experimentos científicos, ética científica e critica as pseudo-raças-arianas, lembrando de sua relação com Hitler.
Nota 3,5