Os cavalinhos de Platiplanto: contos

Os cavalinhos de Platiplanto: contos José J. Veiga




Resenhas - Os cavalinhos de Platiplanto


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Wilton 24/07/2016

Dois mundos
Ao trazer reminiscências da infância, os doze contos do livro apresentam ao leitor um universo que mescla o embate entre os sonhos de seus personagens e a realidade do cotidiano. Nesse sentido, o conto que dá título ao livro serve como síntese da obra. No livro, José J. Veiga consegue equilibrar a violência que domina o mundo real com a nostalgia do paraíso que se perdeu, somando à saudade do passado à realização do desejo”. As dificuldades da vida adulta percorrem todo o universo narrativo do livro, como em “Entre irmãos”, em que dois rapazes confinados numa sala percebem que são irmãos e não conseguem diminuir o clima de desconforto e estranheza até o ambiente se tornar absolutamente sufocante. As histórias quase sempre têm dois planos, dois lugares distintos por onde os personagens transitam. Algumas vezes um dos planos representam o outro lado, o desconhecido, o sonho ou a imaginação. É o caso dos contos “Os cavalinhos de Platiplanto”, “A Invernada do Sossego”, “A espingarda do rei da Síria” e “Os do outro lado”. No primeiro um menino deseja ganhar um cavalo do seu avô mas depois que este fica doente a promessa fica sem ser cumprida da forma que ele esperava. No segundo também temos um menino e seu irmão, quando têm que lidar com a morte de seu cavalo de estimação. O terceiro mostra a fantasia de um homem que perdeu sua espingarda e consequentemente foi perdendo o respeito de todos à sua volta. E no quarto um rapaz entra em uma casa misteriosa, depois de seguir uma borboleta, e lá entra em contato com o mundo dos que já se foram. Esse outro lado, portanto, pode ser um refúgio interno, um consolo pela perda. Mas em outras vezes um refúgio externo também, como em “A Ilha dos Gatos Pingados”, em que um grupo de meninos encontra uma ilha para brincar e ela se apresenta como um lugar de paz para um deles, que apanha constantemente do namorado da irmã. A infância, inclusive, toma conta das histórias, e a criança, especialmente a criança menino, se encontra em situações em que deve se tornar adulta ou responsável por coisas sérias, mesmo quando ainda é muito cedo para isso. É o que ocorre em “Fronteira”, por exemplo, sobre um menino que acompanha pessoas pelos caminhos para que se sintam seguras e em “Tia Zi rezando”, em que os tios de um menino órfão escondem um segredo e farão de tudo para que ele nunca descubra. Da mesma forma em “Roupa no coradouro”, o conto mais emocionante da coletânea, um menino tem que lidar com a falta do pai, que está viajando, e cuidar da mãe, que acaba ficando muito doente. Narrado sempre em primeira pessoa, os personagens do livro são pessoas frágeis, crianças ou homens sem poder, que se deparam com um outro superior e opressor. Agem segundo o desespero de não saber o que se passa em suas próprias vidas, de não terem controle até mesmo de suas escolhas, de não acharem espaço para a justiça, pois esta é reservada para poucos.
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Marcio Silva 19/08/2015

Resenhando contos
Todos os contos são narrados em primeira pessoa, percebemos na escrita um sotaque nordestino, também tem palavras nunca antes escutadas, mas isso não atrapalha a leitura e a mesma é bem lenta! Sinto que essa não foi a hora certa de ter lido mas gostei, mega indico para quem gosta de um bom conto e queira dar uma oportunidade para a nossa literatura nacional, o livro também dá dica de outras leituras, cuja, espero que gostem.

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site: http://umbaixinhonoslivros.blogspot.com.br/2015/08/resenha-10-os-cavalinhos-de-platiplanto.html
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Tati 16/07/2015

Um dos melhores livros de contos que li nos últimos tempos. Os meus preferidos foram A usina atrás do morro e Roupa no coradouro. Todos os contos vão falar, de alguma forma e entre outras coisas, sobre as perdas que sofremos na infância e como usamos a fantasia para lidar com elas. Essas fantasias continuam a nos assombrar na vida adulta. Alguns contos, como o da usina, também possuem uma forte crítica social.
Luís Henrique 17/07/2015minha estante
E eu com preconceito com esse José J. Veiga. Interessante esse seu ponto de vista.




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