Amado Livro da Lua 06/04/2021
Uma história sobre a culpa e a inquietude
Robinson Crusoé é um rapaz de dezoito anos que sente um forte desejo de navegar e conhecer o mundo. E apesar de diversos apelos e conselhos do seu pai e sua mãe para que ele volte a ?razão? e entenda sua boa sorte de fazer parte da camada média da sociedade, na qual garantia a ele um conforto que estava acima da classe baixa e uma paz e liberdade das obrigações dos que estavam abaixo da classe alta, ele foge da casa de seu pai para se tornar marinheiro.
Robinson enfrenta todo tipo de infortúnio, aventuras e perigos; de piratas à naufrágio, de escravo à senhor; assim como o peso da culpa e da desobediência em seu isolamento numa ilha. O texto é composto quase integralmente no formato de narrativa, mantido como diário de bordo e aborda temas recorrentes da época, entre outros, que ainda eram ideias avançadas. Além disso, temos uma descrição minuciosa de modos e métodos que ele emprega para sua sobrevivência na ilha.
Daniel Defoe foi o precursor do romance inglês no século XVII e um escritor prolífico. A educação era um privilégio e os poucos leitores consumiam peças e poesias que eram comuns à época. O ensino baseava-se principalmente no ensino clássico, ou seja, na tradição greco-latina. No entanto, Defoe era protestante (o anglicanismo é a religião da Inglaterra) e frequentou escolas religiosas que baseavam sua educação no inglês para leitura da bíblia. Essas escolas religiosas tiveram um papel importante na ampliação do número de leitores da época.
Entender esses pormenores nos ajuda a compreender integralmente a obra que traz diversas reflexões acerca da religião, da culpa e do sofrimento. Assim como o papel constante da Providência pela qual o personagem apela diversas vezes. Um aspecto importante e que fez toda diferença para a época foi o fato da escrita ter uma linguagem corrente comum, o inglês do ?dia a dia?. E isso contribuiu sobremaneira para o sucesso da obra, tornando Robinson Crusoé o livro mais vendido do século XVIII.