Deuses caídos

Deuses caídos Gabriel Tennyson




Resenhas - Deuses Caídos


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Edilene 30/04/2021

Esse é um livro que merecia virar filme!!!
Se fosse fiel a obra faria uns dois filmes.
A história é surpreendente!!!!
Dê.Fiel 21/01/2024minha estante
seven: os 7 pecados capitais




@tigloko 05/10/2020

“Errar e se orgulhar da própria merda era ser Judas Cipriano”
O livro mistura uma narrativa policial com uma pegada de horror. Muito pesado, puxado para o grotesco. Acho que foi o livro mais pesado que já li nesse sentido. Partes sangrentas são descritas nos mínimos deles, então não recomendo para as pessoas sensíveis.

O trabalho de ambientação faz você sentir que é uma história no Brasil. Mesmo que eu não more no RJ, abro um sorriso ao ver descritos botecos pé sujo, camelôs e pontos turísticos conhecidos, como a Igreja da Penha. A construção do mundo fantástico também é maravilhosa. Criaturas saídas das mais diversas mitologias coexistem nesse mundo. Além do sistema de magia ser original ao meu ver.

Me chamou atenção o assassino usar as redes sociais como parte do seu plano, algo que casa muito com a nossa realidade atual em que todos estamos conectados.

O livro tem uma seleção de personagens coadjuvantes muito bons. Mas é Judas Cipriano, o protagonista, que rouba a cena. Cabelos grisalhos e encaracolados, barriga de chope, jaqueta de rock e gola eclesiástica: é um padre exorcista casca grossa. Com bom humor e carismático, ele tem um arco narrativo satisfatório e que me fez querer saber mais sobre ele.

A história é frenética, com o típico jogo de gato e rato para pegar o assassino. E ela se conclui bem apesar do autor deixar pontas para uma possível sequência, o que eu gostei pois quero mais desse universo.
Carlos 13/10/2020minha estante
Tiago, sua resenha me fez ficar com muita vontade de ler esse livro...vou adicioná-lo em minhas metas de leitura.... muito estigante ????


@tigloko 14/10/2020minha estante
Opa valeu :D espero que goste do livro




Tamirez | @resenhandosonhos 17/10/2018

Deuses Caídos
A primeira coisa que precisamos tirar do caminho sobre esse livro é de que é uma história adulta, com um linguajar bem pesado, cenas explícitas e um escracho proposital de um retrato muito promíscuo da sociedade, tendo como foco o povo carioca. Tendo isso em vista, é um livro cheio de trejeitos e sotaques, expressões locais e muito palavrão.

Se tudo isso tivesse um encaixe perfeito com a história, eu estaria aqui fazendo uma resenha bem diferente, mas o excesso de absolutamente todos os artifícios, me trouxe uma experiência que beira o ridículo de tão ruim. Ao fim da história – que não tem um final bom para salvar alguma coisa, o sentimento que eu tinha com o que eu estava lendo era nojo. Não pelas cenas de sexo, não por nosso protagonista padre gostar de travestis, nada disso. Mas pela forma desnecessária com que tudo isso foi usado, repetido e atirado constantemente em cima do leitor.

Se eu tivesse que resumir a minha experiência: diria que todo o cenário do livro, desde as palavras, o trato com as mulheres, a fala, é o retrato de como a cabeça de um homem bem escroto funciona. E ai, quando concluí a leitura, ainda tentei encontrar o propósito do que eu li. Um retrato do povo carioca? Não sei se o povo carioca vai ficar feliz com essa conclusão; Uma crítica social? Muito mal feita ao ser rodeada de tanto elementos degradativos; Uma comédia? Talvez. Se sirva rir pra não chorar.

“As mentiras mais convincentes eram contadas diante do espelho.”

Até metade do livro eu ainda estava levando em consideração uma guinada, mas ela não veio. O final, como já mencionei, também é aquele bem típico onde as peças importantes se salvam para termos uma continuação, que eu, definitivamente, não pretendo ler.

E, algo que também é importante mencionar é a salada de frutas – ou de lendas – que temos aqui. Sabe tudo que você pode imaginar mitologicamente? Tá aqui, jogado no liquidificador e colocado na história onde parecer conveniente. Se se salva alguma coisa, talvez seja a criatividade de fazer isso (não que tenha funcionado).

Judas tem sangue celestial, mas é um padre que gosta de travestis e, portanto, não é um padre nada tradicional (ou como a gente esperaria que um padre fosse). É claro que ele é perturbado e tem um passado horrível vem que vai ser revelado pra gente naquele momento onde ele precisa se justificar de ser do jeito que é. A única coisa que gostei nele foi a capacidade de invocar os estigmas de Cristo em si. Porém no ato final tem algo que acontece em relação a isso que não desceu.

Na outra ponta temos a Júlia, que por si só já tem algo especial mas, mesmo sabendo que nem tudo no mundo se resume ao “normal”, é relutante até o último segundo para acreditar no que está bem embaixo do nariz. Um legitimo caso de “só vale o que eu conheço” que demora muito pra se resolver. E o vilão é o clássico caso do garoto prometido que vem ser o anticristo que já vemos retratado em várias outras obras, só que aqui adaptado ao contexto.

Deuses Caídos é um livro nacional e me entristece muito dizer a vocês que foi uma das piores leituras que fiz esse ano. Fiz a leitura em conjunto com mais treze pessoas dentro do nosso clube do livro do Vórtice Fantástico e as impressões foram muito semelhantes, com algumas exceções apenas de pessoas que não odiaram por achar engraçado. Então, caso você se aventure nessa história, leve em consideração os aspectos mencionados e depois me conta o que achou!

site: http://resenhandosonhos.com/deuses-caidos-gabriel-tennyson/
@eu_sandroka 11/05/2020minha estante
Tô lendo em uma LC, mas que livro pesado. :-(
Daqueles pra terminar na força do ódio, né?!




naponiic 14/04/2021

Circunstâncias extraordinárias exigem explicações extraordinárias
Facilmente um dos meus livros favoritos de todos os tempos. Deuses Caídos me conquistou desde as primeiras linhas e me deixou sem fôlego até seu final. Com uma escrita dinâmica e a mistura de gêneros pelos quais sou apaixonada (fantasia, thriller, investigação policial), o livro conseguiu atender todas minhas expectativas e ainda por cima me deixar ansiando por uma continuação.
Os personagens são extremamente cativantes e a narrativa é brutal, descrevendo cenas grotescas com riqueza de detalhes (não sendo recomendado para leitores mais sensíveis), sem deixar de nos agraciar com um humor seco. Além disso, a inclusão dos mitos e lendas brasileiros é realizada sem clichês e de forma extremamente satisfatória, tornando o universo crível e rico até seu último detalhe.
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Aline__ 13/11/2020

A história se passa no Rj e conta a história de um padre bem diferente do convencional que entra em uma investigação sobrenatural junto com sua parceira policial.

Por ser um livro nacional faz com que tenha as gírias, as expressões e até mesmo o ambiente familiar. Tem também palavrões e cenas de violência bem descritivas.

O enredo é uma mistura de criaturas mitológicas, folclore, sobrenatural, religião.. Algumas partes do livro achei um pouco arrastado e alguns personagens ficaram perdidos dentro da história, não tendo um desenvolvimento marcante após a apresentação.

No geral achei um bom livro, com uma história bem diferente, personagens inusitados e que vale a leitura.
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Leonardo 01/10/2021

Muito bom!!!
Nossa, achei o livro muito bom, criativo, explora bastante vários mitos conhecidos mas de uma maneira bem diferente, mais sombria. Os personagens são bem legais e o livro tem passagens bem violentas. O final é surpreendente, de deixar de queixo no chão, vale muito a pena!
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Gabi 25/04/2020

Inusitado....
Uma literatura fantástica com fortes toques de terror, Deuses Caídos, de Gabriel Tennyson é um livro que só pode ser descrito com uma palavra: perfeito.

Ambientado no Rio de Janeiro (quem mais aí é carioca que nem eu?) acompanhamos Judas Cipriano, um padre exorcista, que de padre só tem o título (já que pode ser usado como um belo exemplo de pessoa herege) em uma luta sobrenatural contra um ser que ninguém sabe exatamente o que é.

Cipriano é parte da Sociedade de São Tomé, que tem como principal objetivo manter os seres e atividades sobrenaturais distante dos humanos, mesmo que convivam mais próximos do que podemos imaginar. Mas esse ser, que está cometendo assassinatos em série, ameaça o equilíbrio criado pela Sociedade.

Usando a internet para crescer e ser conhecido, o serial killer busca famosos evangelistas para serem suas vítimas, expondo seus pecados e se apresentando como o novo Messias; e está rapidamente ganhando popularidade.

A busca para descobrir quem e o que é esse assassino, seus alvos e o porque de tudo isso não será fácil, e Cipriano conta com a ajuda da policial Julia Abdemi, que possui uma longa linhagem familiar sobrenatural, mas que apesar de estar ciente de seus poderes, não conhece suas origens.

Com a ajuda também de outros seres sobrenaturais, desde súcubos imortais até uma gárgula carioquíssima e um dragão chinês, encarar essa missão deveria ser mais fácil, mas conforme as verdades vão sendo reveladas a realidade pode ser mais chocante do que se esperava.

Na minha escrita pode parecer um pouco confuso, mas a narrativa do Gabriel é simplesmente incrível: te prende, te choca, te surpreende. É uma leitura explícita, pesada e encantadora. Nunca imaginei que tantos seres diferentes poderiam estar em uma estória de uma forma tão natural e fluída.

Todos os amantes de literatura fantástica precisam ler Deuses Caídos, é impossível não gostar. Inclusive preciso confessar que apesar da curiosidade para saber o final eu enrolei na leitura por não querer que terminasse.
Veronica133 25/04/2020minha estante
Voce recomendaria ele?
Desculpa por isso, mas poderia me ajudar com alguma dinheiro ou compartilhamento? Eu preciso estudar e estou sem o celular onde tem tudo, então fiz uma vaquinha: http://vaka.me/1013934




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Mat 11/02/2021

Obra prima
Deuses Caídos é quase um "Supernatural no Rio". Foi uma grande surpresa pra mim pois não li nada sobre ele antes.

A ambientação é incrível, principalmente pra nós brasileiros. O enredo é cativante e os personagens são a melhor parte, cada um, único e marcante.

Da pra chorar, rir, e principalmente fica muito tenso e curioso.

Este livro e "Nova Jaguaruara" foram minhas portas para literatura brasileira, me fez ver que a literatura brasileira pode não só ser boa como a gringa, mas MELHOR, muito melhor.
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heitor 21/02/2021

Versão BR da série Deuses Americanos
Explorando todo o limite do surrealismo, quase estourando todas as fronteiras do aceitável numa ficção, o livro consegue entregar um universo complexo, denso e sem a necessidade de ter páginas e páginas de introdução à essa realidade; as explicações vêm no decorrer da história de uma maneira despretensiosa, como se já estivéssemos acostumados com toda a fantasia apresentada.

Apesar de leves incômodos durante a leitura, como o excesso de referências à séries, filmes e livros e a constante utilização do ?manda um zap? em momentos aleatórios, a história tem seu mérito pela ousadia e pela (por mais contraditório que seja) coerência ao desvelar as camadas da fantasia urbana que estamos tão bem acostumados em ver nos livros estadunidenses, mas agora em solo Carioca, o que torna o livro muito mais interessante!

Com cenas gore ao extremo e piadas infames, o enredo te joga num vórtex de acontecimentos insanos, porém críveis na realidade proposta pelo autor, abordando lendas, folclore brasileiro, seres mitológicos, anjos e demônios, numa mistura caótica de tantas coisas que podem causar dois sentimentos: um completo tédio pela bagunça, ou um completo fascínio pela ousadia.

A construção dos personagens é interessante, embora tenha seus clichês que nada causam problemas no arco principal! O protagonista parece de todas as formas querer te retirar da zona de conforto com sua excentricidade, mas como disse, à mim não causou dificuldade na leitura, pelo contrário, tornou um contraponto com o caos da fantasia que rodeia cada canto do Rio de Janeiro do livro.

Sinto que minha maior resistência a esse livro se deve ao fato da fantasia, do surreal, da magia pertencer sempre a lugres estrangeiros nos livros e nunca aqui no Brasil, e como esse livro é abrasileirado de uma ponta a outra, imaginar esses fatores em nosso território, se tornou um desafio pra mim do qual eu gostei de ultrapassar!

Com gancho para possíveis novas histórias, esse livro é de longe uma excelente leitura, fazendo vista grossa para algumas coisas e desconsiderando outras, o livro te entrega um mistério e ação de dar gosto de ler; e a escrita do autor só faz isso ficar ainda melhor!
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maria.e.sousa.7 09/04/2023

O anti-herói perfeito!
Tem spoiler de leve!

Tive reações diferentes conforme fui progredindo na leitura de deuses caídos: Comecei com espanto, me irritei em alguns momentos, mas terminei tirando o chapéu.

Comecei com a sensação de soco no estômago, porque o prólogo já dá um belo spoiler do que você vai encontrar nas páginas seguintes. Soco no estômago, deixa você sem fôlego e é assim que a gente se sente de imediato ao encontrar a primeira personagem, no primeiro parágrafo.

Conforme você vai progredindo na leitura, a sensação de espanto, horror e incredulidade se adensa, numa história muito bem amarrada, que reflete com maestria o sincretismo brasileiro, os estereótipos, as crenças, brincando com incensadas figuras históricas ou populares de forma transgressora (aqui até lembrei um pouco de Men in Black haha), trazendo questionamentos sobre a moralidade duvidosa de muitos figurões que se colocam como ?modelos? ? especialmente as figuras religiosas.

Iconoclasta, não poupa ninguém: tem o pastor dinheirista, o padre pedófilo, a vidente charlatã, o cardeal corrompido pela sede de poder, e muitos outros ? todos exploradores da fé, da ingenuidade e da miséria alheia, quando deveriam ser seta e caminho para o Divino. Perderam-se, confundiram-se com forças arquetípicas maiores do que eles mesmos, que achavam que podiam controlar e assim, tornaram-se apenas possuídos pela sombra daqueles que se pretendem iluminados. Poder, corrupção, luxúria, perversão e muitas doses de todos os pecados capitais... encontram-se de sobra por aqui. Vale destacar: a começar pelo nome ? referência a um ícone famoso da mitologia feiticeira e cristã ? uma das sacadas de gênio de Tennyson foi colocar como protagonista um anti-herói magistral, um Santo Católico boca suja, cheio de defeitos humanos e muita... luxúria! As carola pira! ?

Defintivamente, Gabriel Tennyson tem muita imaginação e um grande talento para a ficção, além do conhecimento das mitologias cristã e judaica, especialmente nas suas partes mais obscuras. Também achei animador uma estória ambientada no Brasil, utilizando lendas urbanas brasileiras, estórias e referências locais, apesar de em alguns momentos Cipriano me lembrar John Constantine ? mas Contantine, mesmo sendo suicida, tinha como maior pecado na vida adulta, o vício do fumo (suicídio a conta-gotas, anyway).

Não é o estilo de livro que normalmente me faria entrar numa livraria para comprar ? já li muito mais desse estilo no passado. Por isso, no início da leitura, fiquei um tanto desconcertada: por que me indicaram esse estilo de leitura, que definitivamente não é o meu? Tão brutal. Tão perturbador. Tão violento! Eu sempre me lembro de Marion Woodman que diz: ?as imagens de que nos alimentamos governam nossas vidas? e não é desse tipo de imagem que quero me alimentar... Porém, conforme se progride na leitura, a narrativa te prende e você só quer chegar ao final, roendo os dedos ? sim, estimula a fissura! Ainda não é o estilo de leitura que eu escolheria voluntariamente ? o terror continua não sendo dos meus estilos favoritos ? porém, admito: o livro é excelente! Contudo, sigo buscando outras imagens para me nutrir.

O novo ?Messias? que surge aparentemente faz referência à juventude gospel/carismática, que parece ter sofrido lavagem cerebral religiosa, e que acha que pode julgar e condenar com severidade implacável os ?pecados? de seus pais ou dos ?infiéis" que não seguem suas crenças, e mesmo julgar a Deus no seu ?excesso? de misericórdia. A eugenia religiosa executada pelo cardeal sai pela culatra ? ele mesmo, questionando a própria fé, acha que pode julgar os desígnios de Deus, acha que faria melhor no seu lugar e fica claro que o problema realmente não é a juventude fanática, mas suas lideranças equivocadas que simplesmente não entenderam a mensagem do Cristo. O Messias jovem e ingênuo não tem noção nem de si mesmo, nem da própria alma e é derrotado não por Cipriano, mas por esse profundo desconhecimento de si e da natureza humana.

Um incômodo. No início, as metáforas que o autor vai criando para descrever cenários, situações e momentos são muito estimulantes, dando aquela sensação de ?Uau!? ? _o pavimento cicatrizou, as ruas sangravam pelos bueiros, prédios empalando o horizonte, luzes cor de urina_... Entretanto, com o tempo isso vai perdendo a graça. Há momentos que julgo que o autor recorre excessivamente a essas figuras de linguagem e fica cansativo, exageradamente dramático. Em certas passagens tais metáforas são perfeitas, em outras, dá uma sensação de lacração, de drama excessivo. Tirando isso, o livro é um excelente exemplar do estilo terror. Recomendo, para quem gosta.

Vale ressaltar: a metáfora melhor de todas é que o resgate da fé na vida e na humanidade se dá não pelas igrejas e líderes religiosos corrompidos, santarrões azedos e moralmente putrefatos, mas pelas ações singelas e honestas de pessoas comuns, de anti-heróis insuspeitos, muitas vezes vivendo à margem das sociedades: aqueles a quem Jesus não só não excluiu de seu convívio, mas chamou para seu banquete!

Spoiler: o final é brutal. O autor não tem compromisso com finais felizes ou apaziguamentos e não poupa suas personagens. Isso deixa a gente num anticlímax de incredulidade, esperando a segunda "temporada" onde a personagem XY surja explicando aquele fim tétrico.

Este é um daqueles livros que daria uma ótima série ou mesmo um ótimo filme!

4,5 de 5
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Luciano Otaciano 08/07/2022

Livro incrível!
Assassinos com dons sobrenaturais, mortes viscerais, e os caminhos misteriosos das religiões são o combustível para grandes histórias de terror. William Hjortsberg nos presentou com Coração Satânico, um dos melhores exemplos de livros nessa pegada. Se pensarmos nesse Brasil em que a crença é intrínseca em nosso povo, o que não faltam são elementos capazes de gerar um panteão de personagens dotados dos mais inusitados dons e histórias para mexer com nossos nervos. Se avançarmos mais um pouco e mergulharmos na ginga mística do sangue carioca, aí então que teremos todo um universo a ser explorado. Um mundo e um submundo povoado por deuses caídos.
Fugindo daquelas tentativas recorrentes de imitar autores norte-americanos ou mesmo de ambientar a trama em territórios estrangeiros de modo artificial, como existem inúmeros exemplos povoando nossas estantes nacionais, Gabriel Tennyson mergulhou na essência do carioca e esbanjou criatividade e originalidade para compor seu Deuses Caídos.
A base tradicional do suspense está na superfície de Deuses Caídos: um assassino em série e uma dupla de investigadores em seu encalço para detê-lo. Mas é mergulhando na essência da obra que encontramos seu diferencial e sua genialidade. A sociedade carioca, seus estereótipos sociais, a cultura, o sincretismo, a sensualidade, o subúrbio e a zona sul… Tudo se mistura para dar vida a um terror bizarro, sujo, chocante e extremamente plausível. Por mais grotesca que seja a trama, e isso não é uma crítica negativa, em nenhum momento ela soa como uma fantasia absurda. Excluindo as situações mais fantásticas, todo o resto é crível e daríamos total crédito se fosse notícia de jornal. Porque esse sobrenatural que Gabriel tão bem manipulou faz parte da nossa essência. Logo, é verossímil.
Nas páginas de Deuses Caídos vocês vão encontrar o pecado, que tão bem conhecemos, sendo punido por alguém que se acha um novo messias. Os pecadores escolhidos são um acerto à parte e a forma de punição é elaborada e inteligente. A investigação está nas mãos de um padre síntese do carioca, que transita em todas as esferas, fala todas as gírias e conhece todos os buracos onde se tem solução pra tudo. Mas é no lado coadjuvante que o encanto do livro é mais forte. Gárgula, súcubo, dragão chinês, fada do dente, todos carioquíssimos, sensuais, construídos com DNA de Brasil. Gabriel Tennyson criou e adaptou um rol de entidades e figuras mitológicas e folclóricas para dar sustentação a sua história. Com isso, inaugurou uma mitologia nova, bem brasileira, e que lhe permite expandir seu universo em incontáveis novas histórias.
Puritanos, conservadores e mentes fechadas devem manter distância da leitura de Deuses Caídos. A história aqui é para quem tem estômago e aprecia qualidade de criação, sem pré-conceitos. Aos fãs do terror, do fantástico, do sobrenatural, leiam, releiam e ergam as mãos aos céus, pois, enfim, temos um horror digno dos maiores clássicos escrito por um nome nosso. Recheado de referências, com um humor ácido, e em uma linguagem gostosa e envolvente. Recomendo demais! Em resumo, DEUSES CAÍDOS é um livro único, bem escrito, de construção impecável. Se você curte terror, este é o seu livro. Espero que tenham curtido a resenha!
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Diego 12/04/2021

Uma mistura boa
A saga dos deuses antigos e monstros nós tempos modernos, desde vampiros, lobisomem até fadas, uma mistura até que boa, com muito sangue...
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