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GOTCHA! ROBERT HARRIS




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JB 26/12/2018

O lado inglês da cobertura jornalística da Guerra de Malvinas
A Guerra de Malvinas foi um conflito que opôs Argentina e Grã-Bretanha entre 02 de abril de 1982 quando tropas argentinas recuperaram a soberania argentina sobre as ilhas até 14 de junho quando as tropas inglesas novamente tomaram controle das ilhas.
Durante todo tempo que me dediquei a analisar e estudar o conflito, muita ênfase foi dada à questão da imprensa argentina, controlada por uma ditadura , e seu triunfalismo injustificado e sua cobertura parcial, no entanto, nada foi dito sobre a mesma questão na imprensa britânica.
Robert Harris, nesse livro , nos faz compreender que no caso inglês, a cobertura não foi apenas tão parcial, direcionada e restrita, como o Ministério de Defesa da Grã-Bretanha pretendia, inicialmente, não enviar sequer um correspondente.
Sendo assim, a existência de correspondentes de guerra dentro da Força-Tarefa inglesa só existiu devida a pressão de Downing Street e, consequentemente, foi extremamente prejudicada pela "pouca vontade" dos comandantes dos navios, restrição do acesso aos meios de transmissão via satélite por parte desses mesmos comandantes , além da censura que, entre outros meios de censura, "recomendavam" o não uso de determinadas informações por parte de jornais, sobe a ameaça velada de restringir mais ainda o acesso aos meios de transmissão .
Uma curiosa estatística configurou-se: na Guerra Civil americana, mesmo na da Criméia, notícias levavam 21 dias para chegar aos meios da comunicação aos quais os correspondentes serviam, em tempos que o máximo que os mesmos poderiam contar é com o telégrafo. Na Guerra de Malvinas, algumas notícias e, principalmente, imagens do conflito, apenas chegaram à Inglaterra VINTE E SEIS DIAS depois dos acontecimentos, por exemplo, no afundamento do Sir Gallahad na Baia Agradável.
Também interessante notar que a cobertura de órgãos como a BBC foram extremamente criticadas, com movimentos inclusive de remoção da direção da mesma , quando o programa Panorama, apresentou um programa que oferecia uma visão ampla e crítica, em certas medida, à guerra que se desenvolvia.
Esse livro merece ser lido pelos que se interessam pelo conflito do Atlântico Sul, a questão da imprensa e a guerra e os métodos aplicados por governos para restringir acesso á seus cidadãos, do que efetivamente acontece nas guerras.
Leitura recomendada.
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