Silogismos da Amargura

Silogismos da Amargura Emil Cioran




Resenhas - Silogismos da Amargura


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Felipe.Souza 25/03/2024

Em ?Silogismos da Amargura?, o filósofo romeno Emil Cioran nos conduz por um território de reflexões profundas e pessimismo lírico. Nessa obra, Cioran explora temas como a morte, a existência e a decadência da civilização ocidental. Seus silogismos são como fragmentos de pensamento, curtos e diretos, que nos levam ao cerne das questões.
Cioran, mesmo que relutante em ser rotulado como filósofo, apresenta uma visão niilista e poética. Sua escrita é concisa, mas carrega contextos mais amplosNietzsche é uma influência presente em sua obra, embora Cioran tenha posteriormente recusado o filósofo alemão1. Assim como Nietzsche, ele mergulha na angústia da existência e na busca por sentido.
Os silogismos de Cioran não seguem a lógica formal. São subjetivos, conclusões que escapam à análise objetiva. Eles nos confrontam com a fragilidade da vida, a incapacidade de atribuir sentido ao que parece destituído dele. A existência, para Cioran, não resiste a uma interrogação séria. No entanto, paradoxalmente, somos seduzidos por esse naufrágio, pela vastidão do vazio que permeia tudo o que vive.
Em suma, ?Silogismos da Amargura? é uma obra que nos desafia a encarar a existência com olhos críticos e a abraçar o desconforto da incerteza. Cioran nos lembra que a vida é um enigma, e talvez seja justamente nesse enigma que encontramos sua beleza e sua tragédia
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Mariana113 14/02/2024

A insolitude brutal.
Ao lê-lo, senti. Poderia apenas pensar e formular racionalizações, porém, além disso, senti; senti uma estranheza, premeditada uma dose de loucura. Silogismos que chocam: fazem-me sair do eixo e amargam-me.
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Romeu Felix 04/03/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
O livro "Silogismos da Amargura" é uma obra filosófica composta de aforismos e fragmentos que expressam a visão pessimista de Emil Cioran sobre a condição humana e a existência. Dividido em duas partes, o livro aborda diversos temas como religião, morte, sofrimento, política, arte, cultura, entre outros, sempre com um tom melancólico e desesperançado. Cioran questiona a razão e a lógica da vida, criticando a racionalidade excessiva e defendendo a importância do absurdo e do irracional. O autor também aborda a ideia da queda e do declínio das civilizações, apontando a decadência do mundo moderno e a falta de valores que permeiam a sociedade contemporânea.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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luvrrcch 06/03/2022

livro rapido que serve a seu proposito: pequenas doses de sabedoria, de alegoria, de aliterações, de críticas, de amargura. escrito pelo Cioran em momento difícil, pra ser relembrado em momentos de dor e de prazer. nada é eterno.
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Claudio.Kinzel 15/10/2021

Silogismos para veteranos da dor
Pessimistas, fatalistas e bem-humorados: assim são os silogismos de Cioran, pensador niilista e veterano da dor (pois se esqueceu de se matar), que mostram com precisão a inutilidade de se estar vivo, a estupidez do ser humano e a ausência de sentindo inerente à condição de todas as criaturas que vivem neste mundo de dor. É preciso uma dose de loucura para a leitura fluir melhor e um sentimento de profunda dor inerente a todos que encaram a realidade de frente, nesta tragicomédia que o homem vive.

Aprendi que só os otimistas que não conseguem mais sê-lo matam-se, pois os demais, não tendo razão para viver, por quê teriam para morrer?; que o cigarro é mais eficaz que o Evangelho nos momentos cruciais da vida; que Jesus se vinga de nós por não ter morrido num sofá; que os indivíduos são gotas de saliva que a vida cospe e que a própria vida não vale muito mais que a matéria; que o super-homem de Nietzsche é uma mera elucubração e que Cioran viveu por mais de 80 anos porque poderia morrer quando quisesse: sem a ideia de suicídio, teria se matado há muito tempo.
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Henrique.Franca 15/02/2021

"Sem Deus tudo é nada; e Deus? Nada supremo." ? Emil Cioran
Um livro de fato ácido. O livro nos apresenta trechos e frases que demonstram toda a morbidez que cercava a mente de um filósofo tão amargurado com a própria existência quanto Cioran, alguém que de fato encantava-se em encarar seus abismos mais profundos. Não recomendo a leitura deste livro caso não esteja com o psicológico muito bom, devido ao fato do livro cercar-se de assuntos como morte, suicídio e vazio existencial, e ainda que o autor não defenda atos suicidas, a forma como organiza as palavras pode fazer com que as ideias cerquem nossas mentes por bastante tempo. Outros assuntos como religião, fé e música também podem ser encontrados neste livro.
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Fábio Justus 15/09/2018

"Só os espíritos superficiais abordam as ideias com delicadeza."
Curto e direto, o romeno vai ao âmago das questões, com breves frases que escondem profundos contextos. Aridamente inteligentes, o texto provoca certo desconforto, aborda cruamente temas como, vida, morte, solidão, tédio, angustia, insucesso, mas passa longe de ser uma apologia à melancolia, sutilmente há uma exaltação à arte, à musica, ao amor. Subversivo à existência, seu aspecto negativo roga o coro dos infelizes, ou melhor, “rancor dos solitários”, como ele mesmo o disse.
Dito isso, sigamos, um par de trechos..
“Desconfie dos que dão as costas ao amor, à ambição, à sociedade. Se vingarão por haver renunciado a isso.”
“Para nos vingar dos que são mais felizes do que nós, inoculamo-lhes - na falta de outra coisa - nossas angústias. Porque nossas dores, infelizmente, não são contagiosas.”
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Robert 14/02/2018

"Apenas adolescente, a perspectiva da morte me horrorizava; para fugir dela corria ao bordel ou invocava os anjos. Mas, com a idade, nos habituamos a nossos próprios terrores, não fazemos mais nada para nos livrar deles, nos aburguesamos no Abismo. E se houve um tempo em que invejava esses monges do Egito que cavavam suas tumbas para chorar sobre elas, se cavasse agora a minha seria apenas para jogar pontas de cigarro"
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Svartzorn 07/11/2015

Resumo como onanismo sem orgasmo para os pessimistas, expressão que acho que o autor apreciaria ler, para variar.
Parece, também, ser uma obra recheada de hermetismos filosóficos, daí eu não me dedicar inteiramente a ela. Em todo caso, como também me identifico pessimista, principalmente do ponto de vista civilizacional e geopolítico, brilham com resplendor as notas sobre o Ocidente, seu estado atual e o passado.
Aqui e ali algo que se aproveite fora do suprarreferido hermetismo, principalmente alguma nota subjetiva sobre o ser, o tempo, as pessoas, etc.
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Tobias 27/02/2013

Amarguras e pessimismos
O pessimismo é a matéria prima de Cioran, que neste livro soma-se com a amargura e coloca em palavras angustias profundas sobre a existência, que para o autor é algo inconveniente.

Em uma série de sentenças, Emil Cioran discorre sobre os vários temas que lhe são caros em seus escritos: a ideia de mal, a religião e o que está ligado a ela, a civilização, o Ocidente. Com uma série de colocações que caminham - sem se preocupara com os limites – entre as constatações filosóficas e a literatura, expõe as mazelas que tanto o incomoda.

Os sentimentos humanos que mais perturbam são tratados suas várias páginas. Do desespero ai medo, do ódio à melancolia, da paixão ao niilismo e a fé. O tempo e a historicidade, tão cara à sociedade ocidental também aparece como conteúdo de suas inquietações. Sua anti-historicidade, o que remete a Nietzsche e Schopenhauer, é exposta, e entregue aos que como ele também está desiludido com o que esse conjunto de desgraças acumuladas e falsificadas de glórias é mais uma ferramenta para a desgraça humana e vêm como o Ocidente busca uma forma de agonia digna de seu passado.

Nesse vazio de esperanças é que ele encontra a substância para sua filosofia que aparece como agente de destruição do que ele vê como já desgraçado e sem futuro, pois é “quando se aprende a beber nas fontes do Vazio, se deixa de temer o futuro. O tédio opera prodígios: convertendo o vazio em substância, é ele um vazio nutritivo”.

Ler as confissões do homem que considera o Ocidente uma possibilidade sem futuro, a religião como fonte de metáforas e delírio do espírito vendo Deus como um delírio sonoro, faz com que se pense em como pode alguém com tantas perturbações viver. Talvez tenha sido as letras, a filosofia e a música que tenham guardado a chama de vida ainda no corpo que era seduzido pela obsessão com a morte, pela obsessão, não pela morte.
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