Viviane.Dias 24/04/2020Um ensaio muito interessante sobre a educação como forma de resistênciaUm ensaio muito interessante sobre a educação como forma de resistência. Em época de Apartheid, quando negros eram proibidos de ocupar espaços em que haviam brancos, como ônibus, banheiros, bancos de praça e calçadas, Angela Davis fala como a busca pela educação mudou a realidade dos escravizados. Junto dessa necessidade de aprender, vieram mulheres corajosas que desafiaram as leis, correram riscos de apedrejamento e morte e diziam que se o negro tivesse acesso a cultura seria o fim da escravidão. A escola era um lugar de luta e de busca pela vida comum ao mesmo tempo em que professoras brancas e negras travavam batalhas pessoais contra uma constituição que dizia que "ensinar escravos a ler e a escrever tende a incutir a insatisfação em suas mentes e a produzir insurreição e rebeldia". Uma escrita forte que faz-nos, mulheres, refletir sobre o termo sororidade, que foi fundamental pra o fim do analfabetismo negro e que hoje trata apenas de um "ninguém larga a mão de ninguém" até que os interesses pessoais sejam feridos, então cada um que se vire com o seu.
A força de mulheres que decidiram mudar a história de sua geração, ensinando seus filhos em senzalas, escondidas na madrugada à luz de um lampião, e que reflete até hoje na luta pelo ensino de qualidade e que respeite raças, cores, credos e origens.
Uma leitura curta, de cerca de meia hora, e que nos leva a uma obra maior chamada Mulheres, Raça e Classe, da mesma autora, que eu já quero ler! :)