A Lucidez da Lenda

A Lucidez da Lenda Raul de Taunay




Resenhas - A Lucidez da Lenda


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RUDY 01/07/2018

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR:
Muitas vezes me perguntam porque minhas resenhas tem uma nota boa e se os livros não tem defeitos? Costumo responder que avalio os livros pela sensação que tenho ao lê-los, pelo aprendizado que podem proporcionar, pelas reflexões que trazem para o dia a dia, pela criatividade. Claro que avalio também a parte mais técnica, afinal, como formadores de opinião, temos de ser sinceros e apontar os possíveis ‘erros’ e ajudar na melhoria do autor e/ou da editora, se for o caso; mostrar o que nos deixou incomodados ao fazer a leitura, porém isso não quer dizer que não reconheço o trabalho que é ter uma ideia, transportá-la para o papel, conseguir que seja editada e apreciada pelo leitor. É muito fácil criticar sem saber realmente como é todo processo de criação. Por tudo isso, busco sempre ver o lado mais positivo dos livros (e na ida também ajo dessa forma) e o que posso aprender com eles. Minha avaliação é feita assim, algo muito pessoal, demonstrando o meu sentimento. Pode ser que outro leitor, tenha uma opinião totalmente adversa a minha e procuro respeitar, afinal, avaliamos de acordo com nossas experiências de vida e cada um tem a sua própria, espero apenas que respeitem a minha. E indico a leitura justamente para que cada um tenha sua própria avaliação e experiência diante do livro. Minha palavra não é absoluta, é apenas a minha opinião.
Dito isso, não posso me eximir de apreciar um livro futurista, de um futuro bem próximo a nós, onde o tema principal é algo que vivemos hoje, tornando o livro atemporal diante das questões que aborda: ambição, poder, dominação, egoísmo, crença em um Ser Supremo, a diferença entre povos, tecnologia, evolução bélica, comportamento humano diante das diversas situações e muito mais.
O livro traz a tecnologia avançada do futuro (e perigosa na minha visão), ao tempo que a simplicidade e visão de mundo ecológica e sustentável dos índios e dos povos ribeirinhos, com suas crenças, curas através da própria natureza, da crença no Grande Espírito que comanda, ao jeito Dele, tudo que acontece na terra, permitindo o livre arbítrio e intervindo quando realmente se faz necessário.
Mesmo sendo uma ficção muito bem escrita, descritiva, traz a essência das reflexões interiores em relação ao comportamento humano, as ambições desmedidas, a influência das grandes potencias, diante de potencias menores, acreditando que podem ser conquistadas e dominadas e o quanto estão enganados em suas suposições.
Uma única coisa me incomodou em toda a leitura, foi o fato do autor ficar repetindo várias vezes as diversas formas que o Grande Espírito se mostra e é chamado, tentando deixar evidente que mesmo tendo vários nomes, Ele é um só e único. O incômodo se dá pelo excesso de repetição, de algo que fica entendido desde o início.
As personagens são muito bem descritas, assim como os detalhes dos ambientes, as personagens secundárias, apesar de serem muitas, todos tem uma função bem definida dentro do enredo e fazem parte importante do todo.
E o melhor de tudo no livro, são as mensagens subliminares que vem em cada capítulo e na evolução da leitura. A reflexão sobre várias questões amplas, sociais, tecnológicas, militares e pessoais; sobre as crenças interiores e principalmente, sobre a importância da cultura indígena para nós brasileiros e para todo o mundo. É uma ficção filosófica e profunda com uma prosa romantizada, entretanto de uma profundidade única.
Se recomendo? Sim, mais que recomendado para todas as pessoas que se preocupam com a natureza e com o futuro da

site: http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com/2018/06/resenha-31-lucidez-da-lenda-um-ensaio.html
Michelle 17/01/2022minha estante
interessante Rudy


Angela Cunha 17/06/2022minha estante
Entrelinhas!!! Eu amo livros que deixam essas mensagens nas entrelinhas e nos detalhes e esse livro parece ser o número perfeito.
Como eu ainda não o conhecia, já adorei!!!
E claro que quero ler!
Beijo




Ana Luiza 28/06/2018

A HISTÓRIA
Apesar de ser 2050, Antônia dos Anjos vive uma rotina pacata em São Bento da Ribanceira, cidade amazonense. A floresta foi o seu quintal e a jovem é uma pessoa tranquila, uma devota que acredita na paz, no amor e no diálogo para resolver conflitos. Jack Stealler, também chamado de Gorila, é um poderoso magnata americano. Para ele, o mundo é movido por duas coisas: dinheiro e violência. Mas, o capitalista não está satisfeito em apenas controlar a Federação das Corporações Unidas, uma aliança corporativa que acabou tomando o poder do antigo Estados Unidos e de demais países de primeiro mundo. Gorila quer expandir seu poder para o sul e tomar uma das poucas riquezas que ainda não o pertencem: a Amazônia. E ele não deixará qualquer se colocar entre o seu caminho.

“A paz não era boa. O mundo precisava voltar a temer algum inimigo comum, inventado ou não, para demandar novamente produtos e serviços de sua Corporação.” pág. 30

Gorila, utilizando-se do dinheiro e da ambição, logo forma aliados para seu plano de dominação: um assassino de aluguel, um prefeito corrupto e até mesmo um ambientalista ganancioso. Stealler já tem todo um plano em mente para desestabilizar a paz na região amazônica e roubá-la do governo brasileiro, fazendo todo o processo soar o mais legítimo possível. Contudo, Gorila não sabe que seu plano perverso é bem conhecido por Antônia. Sob diversas formas, um ser superior começa a se comunicar com a jovem e lhe dá uma missão. Mas, para salvar a floresta, o seu lar e todo o seu país, Antônia precisará deixar a sua vida pacata para trás e se colocar na linha de frente dessa batalha. A garota se une a um jovem jornalista, um grupo de hackers e até mesmo sobreviventes de uma tribo indígena massacrada para impedir que a nossa floresta seja tomada para sempre.

A LEITURA: TRAMA E CRÍTICAS DO LIVRO
(...)

A NARRATIVA E OS PERSONAGENS
(...)

CONCLUSÕES FINAIS
A Lucidez da Lenda se provou uma leitura interessante, que traz críticas e reflexões únicas, mas não muitas emoções. Os personagens pouco cativam e são estereotipados, e a narrativa cansativa. A obra se distingue por trazer um cenário nacional belo e rico, além de elementos da cultura brasileira, para a trama. A Lucidez da Lenda também se destaca por delinear um futuro assustadoramente real, com tecnologias bem próximas da que já temos, assim como um cenário sociopolítico-econômico bem crível. O livro é o que eu chamaria de uma distopia corporativa, que nos leva a entender certas minucias do mundo empresarial e o modo como o capitalismo se utiliza do poder e do dinheiro para controlar a sociedade e gerar mais poder e dinheiro para quem já os têm. Não é das leituras mais fáceis, mas A Lucidez da Lenda pode agradar quem não se incomoda com leituras densas e minuciosas sobre o assunto.

LEIA A RESENHA COMPLETA E VEJA FOTOS DO LIVRO NO BLOG:

site: http://www.mademoisellelovesbooks.com/2018/06/resenha-lucidez-da-lenda-raul-de-taunay.html
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vitinho 19/05/2023

Tenho muitos sentimentos conflitantes com esse livro.
Porque às vezes ele era muito bom, às vezes muito ruim. Comprei esse livro em uma feirinha de livros por 15 reais e não tava colocando muita fé nele, mas estaria mentindo se dissesse que não valeu a pena.
Não gosto de falar mal de livros nacionais, mas tiveram alguns aspectos aqui que não me agradaram, apesar de gostar muito de outros.

Primeiramente: O livro demora demais pra ficar interessante. No prefácio você tem uma ideia do que vai se tratar a trama, mas não vê efetivamente aquilo começar até uns 30% do livro, em uma escrita que foi, na minha opinião, descritiva demais e demasiado prolixa. No final acabei me conectando bastante com os personagens, mas nesse primeiro ato do livro, que o autor leva capítulos e mais capítulos para contextualizar o que ia eventualmente acontecer que eu só conseguia pensar: meu deus, vou precisar de mais forças do Grande Espírito pra terminar esse livro do que a Amazônia pra ser salva.

Falando um pouco sobre enredo: toda a questão da Federação e dissolução dos Estados Nacionais é uma alegoria legal para as ondas de liberalismo aliado ao neofacismo que a sociedade tá vendo ressurgir nos últimos anos. Em um futuro onde essa narrativa vingou e a população mundial é, em sua maioria, um peão do capitalismo, o autor ambienta uma narrativa interessantíssima de quando um líder perverso de uma das megacorporações que dominam a maioria do mundo decide ir atrás de uma das coisas a qual não dominou: a Floresta Amazônica.

Como resposta para isso, surge Antônia dos Anjos, cujo sobrenome é descobrimos ser mais literal do que parece. Achei tudo interessante até certo ponto, mas acho que sou uma pessoa muito destituída de religião pra conseguir não criticar o modo com o qual toda a parte "do bem" do livro foi abordada. A protagonista é uma serva de Deus, com D maiúsculo mesmo, e em todo momento se baseia nele para lutar suas batalhas. Venho aqui dizer que não curti não como essa abordagem foi feita (que foi bem, por sinal) mas a escolha em si de ir por esse caminho. Não conheço o autor do livro nem nunca li outras obras dele, por isso não sei dizer se é algo característico dele, mas enfim, foi uma característica do livro que não gostei.

Dito isso, o livro tem muitas coisas boas. Tem uma história bem linear, e apesar de gostar de plot twists, foi muito satisfatório ver o cerco do antagonista se destruir na frente dele de forma tão catastrófica (como diria Taylor Swift, "karma's gonna track you down", nesse livro ele faz isso mesmo, e é lindo de se ver). As cenas de tensão do livro são realmente bem tensas e lhe prendem, em contraste das cenas calmas exageradamente descritivas. O final do livro foi muito bom e consistente com o resto do livro.

Bem, se eu falar mais que isso acho que se enquadra como spoiler. Recomendo esse livro, mas só se você estiver com tempo e paciência, pois não é uma leitura leve e exige um pouco de pensamento e senso crítico pra destrinchar as metáforas. Se você estiver num ritmo muito legal de leitura e tempo pra fazê-lo, vai na fé. Se estiver na pontinha de uma ressaca literária, não recomendo esse título por agora. Fiquei em dúvida de dar 3 ou 3.5 estrelas, mas sempre dou um colherzinha de chá pra nacionais e fui de 3.5.

É isso, espero não demorar tanto no próximo livro (a facul tá um porre esses dias).
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