Resenhas - Quando vieres ver um banzo cor de fogo

Renata (@renatac.arruda) 06/03/2019

O título do livro parece enigmático para mim. Banzo, como conheço, é o sentimento de melancolia que acometia as pessoas escravizadas com saudades de casa e da liberdade. O que seria um banzo cor de fogo? Embora eu não saiba responder, tem algo de poderoso nesse verso.

Essa foi uma impressão que me acompanhou durante a leitura. Um misto de enigma com admiração: embora eu confesse que não compreendi o sentido de alguns poemas, eles comunicaram alguma coisa ancestral, alguma coisa que você percebe mas não sabe nomear. Talvez esteja na maneira como a @ninaarizzi utiliza as palavras, muito nova para mim.

Em uma entrevista, vi a Nina dizendo: "aqui no ‘banzo’ busco uma espécie de origem, os rastros que a fala mais natural produz. Re-ouvir, a primeira fala, a fala dos rios e plantas, animais; uma fala do Desejo. Deixar existir a poesia mais selvagem". E tudo fez sentido. "Poesia selvagem" é uma ótima forma de definir o que li.
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"Quando vieres ver um banzo cor de fogo" é o livro mais recente de Nina Rizzi, e o segundo que leio. Diferente do "Geografia dos Ossos", esse é mais sensual, mais leve, mais cheio de desejo. Minha admiração por ela só cresce. Soube que esse ano tem livro novo, além da reedição de um volume mais antigo, e já estou animada pra ler!
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"preciso de enganos, paixões, dúzias de cartas estúpidas sanguidolentes assim, sem poder com o que é morno e morto".

Em: https://www.instagram.com/renatac.arruda/p/BuoOzdygfj2/

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Adriana Scarpin 03/06/2018

a menina e o cocô, o cocô e a menina
"hoje eu fiz um cocô tão lindinho
era bem pequenininho
parecia uma nuvem
caindo do céu
aí quando ele caiu espirrou
que nem as lágrimas da chuva
numa poça d'água

gato diz que vamos voar"