Ana do Café com Leitura 29/06/2020
SOMOS NINGUÉM
O livro Somos Ninguém, da escritora Cindy Dalila, oferece ao público-leitor, numa coletânea de 14 contos, histórias em que seus personagens vivenciam questões muito intensas, como as presentes na vida de tantos no cotidiano, como quando, por exemplo, passamos numa fila de banco, ou no metrô, dentro do ônibus, e que sequer imaginamos.
Nos relatos de Diana, Abigail, Frederico, Valentina, Fátima, Beatriz e seus demais protagonistas, a escritora nos oferece narrativas com diferenciais que envolvem imaginação, criatividade, transformações ―seja do corpo, da mente e, quem sabe, até mesmo da alma de cada um.
São espécies de (in)quietudes versus experiências;
Sexualidade atrelada a desejos, o mais explícitos e ainda os subentendidos.
Em alguns contos, como Abigail, Cindy Dalila nos capta através de atitudes como o controle de pensamentos e a observância de si mesmo e do próximo.
Já em Valentina (um dos meus preferidos!), infere sonhos em contraste com a realidade.
O medo.
A fé ( a possível falta dela).
Ceticismo.
Uma escrita que dosa simplicidade à complexidade, acerca de análises, cogitações e anseios de cada ator central envolvido de maneira fictícia, mas ainda os coadjuvantes de cada proposição histórica, quando assim lhes são permitidos.
A sonoridade, misturada a sentimentos que, aos olhos de muitos são vistos como irrelevantes, parecem, de certa forma, incoerentes à nossa realidade diante e por detrás das redes sociais, que expõem, muitas vezes, falsas alegrias.
Tristes recordações, angústias, surpresas que só a mente humana nos provocam e nos obrigam , de certa maneira, a viver.
Sobre a simplicidade e a complexidade anteriormente mencionadas, acrescenta-se força, uma escrita provocativa. Batente na escolha das palavras, bem como na construção de cada personagem.
E nesse querer um espaço no mundo,
Quem sou?;
A que vim?;
Que propósito há em minha pessoa?
Amizades que se constroem e desmancham-se com a naturalidade do tempo ou, na solidão, dúvidas quanto a nossa existência, ao reconectar-se e, sem ao menos compreendermos muitas interrogações, algo cessa, a iniciar-se em outras inquirições.
Coisas da vida.
( Na íntegra no blog!)
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