Tati Iegoroff (Blog das Tatianices) 27/06/2023Nós também merecemos as nossas heroínasHeroínas é um livro que reúne três contos, de três autoras diferentes, unidas por uma mesma proposta, que o próprio título deixa claro: trazer um protagonismo feminino e inspirador. E o melhor: em situações bem próximas à realidade. Uma proposta simples, mas necessária.
O primeiro conto foi escrito por Laura Conrado. A história tem o título de Uma por todas, todas por uma e é narrada por Daniela D’Artagnan, uma adolescente que está no último ano do ensino médio e que quer muito poder trabalhar na ONG Mosqueteiros.
Por isso, ao parecer uma oportunidade de se voluntariar, mesmo não cumprindo os requisitos, ela resolve tentar. E já na recepção recebe uma negativa um tanto quanto malcriada.
A sorte, porém, logo lhe sorri e Daniela começa a não apenas realizar seus sonhos, mas também a contribuir para que eles permaneçam vivos e funcionando como deveria ser.
Esta é uma história sobre amor aos animais, boas ações, conquistas, amizades e amores.
O segundo conto recebe o título de Formandos da Távola Redonda e foi escrito por Pam Gonçalves. Nesta história, narrada em terceira pessoa, a protagonista é Marina, que logo de cara se vê em uma grande enrascada: salvar a formatura do terceirão a apenas oito semanas do grande evento.
O problema é que, devido a um assalto, todo o dinheiro juntado até então fora roubado e a diretora resolveu confiar a Marina, devido à sua popularidade, a missão de salvar o evento mais aguardado do ano.
Para tal empreitada, porém, Marina decide formar uma comissão de formatura, que acaba sendo totalmente composta por mulheres.
Com este grupo, iremos refletir sobre amizade, respeito e o poder da união e da boa vontade. Mas também iremos percorrer o caminho da dúvida, do medo e da injustiça.
Por fim, o terceiro conto, escrito por Ray Tavares, narra a história de Roberta Horácio, um bebê que fora abandonado na porta de Gilberto e Magdalena Horácio, mas que jamais sequer desconfiou de seu passado.
Os Horácio moravam na Selva de Pedra, uma comunidade periférica. Mas Roberta é extremamente inteligente e consegue boas oportunidades para subir na vida.
O destino, porém, muitas vezes é cruel, e ela se vê órfã muito cedo. Movida pelo desejo de vingança e utilizando seus conhecimentos, Roberta decide continuar morando — ou se escondendo — na Selva de Pedra, enquanto mexe com programas e algoritmos para roubar o dinheiro de pessoas influentes, ricas e corruptas e devolvê-lo à comunidade.
Uma história que vai muito além da sede de vingança, falando também sobre injustiças sociais, abandono, corrupção, violência e — por que não? — amor.
É evidente a inspiração e a releitura feita em cada um dos contos que compõem Heroínas: o primeiro tem sua origem em Os três mosqueteiros, e isso fica claro com o título, que remete ao lema deles, mas também no sobrenome da protagonista e com o nome da ONG.
No segundo conto , a inspiração vem de Os cavaleiros da Távola Redonda, com bem aponta o próprio título da história.
Por fim, a inspiração do terceiro conto é a história de Robin Hood. Robin é o apelido de Roberta, que não apenas gosta de usar verde (como o personagem que inspira seu apelido), mas também age como ele, roubando dos ricos para dar aos pobres.
A leitura dos contos é bem tranquila e rápida. Ótima não apenas pelos temas que aborda, mas também pela leveza e naturalidade com que as histórias se desenrolam.
site:
https://blogdastatianices.com/2023/06/27/heroinas-antologia/