Cinde.Costa 16/09/2021
Tem muito potencial!
Sim, se você está pensando em "Harry Potter", a ideia é essa. Aliás, "Bruxa Akata" é apelidada de "Harry Potter nigeriano". O enredo é o mesma: crianças, mundo real e mundo místico separado por um véu, facas juju à guisa de varinhas mágicas, mestres e tem até a zona chamada "Leopardo Bate" equivalente ao Beco Diagonal.
Assim, temos uma fantasia infantojuvenil que prioriza as cosmologias e toda uma explicação de mundo que nos é estranha pela falta de contato com os igbos - população majoritária da Nigéria - e efikes. Ainda assim, a autora é bastante eficiente em suas explicações, afinal, Sunny vai aprender mais sobre si mesma e esse mundo místico das pessoas-leopardos e nós aprenderemos como ela. Além disso, essa é uma história fantástica para ajudar a romper com o preconceito com as crenças e filosofias africanas porque é uma história ficcional, mas existem muitas referências verificáveis sobre os igbos e sua forma particular de explicar o mundo, principalmente, para uma menina negra albina como a Sunny.
Leiam!
Eu tenho ressalvas quanto ao desenvolvimento narrativo e algumas decisões criativas, pois, próximo ao desfecho, o "modo de contar" a história tem furos e torna a coreografia da sequência difícil de entender, ou seja, quem fez o que, onde, quando, por quê, etc. Então, é preciso alguma paciência e atenção. Além disso, nota-se que o Chapéu Preto - à guisa de um Voldemort - não oferece elementos suficientes que o torne interessante ou que sustente suas pretenções. Não pelas motivações dele - isso a gente entende - mas é na interação com as crianças que o embate perde força e ganha um ar muito fácil de resolver. Aí, seu poder - alardeado no começo da história - não parece tão impressionante.
Fica minha RECOMENDAÇÃO 😘