Se um Viajante numa Noite de Inverno

Se um Viajante numa Noite de Inverno Italo Calvino




Resenhas - Se um Viajante numa Noite de Inverno


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Fabio Henrique 07/06/2017

Instigante
Uma homenagem à literatura e um afago na inteligência do leitor.
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MiojoGeek 11/05/2017

Resenha Miojo
#seumviajantenumanoitedeinverno de #italocalvino // A mais ou menos uns 12 anos atrás, uma amigo meu me indicou esse livro. Na época, ele me contou o plot e eu fiquei muito curioso e interessado. Procurei em diversas livrarias até finalmente encontrá-lo num sebo aqui do RJ. Como tinha outras prioridades na fila de leitura, acabei esquecendo ele. Esse mês, lendo o #quadrinho #repeteco li uma citação no início da #hq a Italo Calvino. Na hora eu lembrei desse livro e e fui caçar na minha estante. E aí você me pergunta: do que se trata? Simplesmente, é uma das obras mais criativas, inusitadas, curiosas e sensacionais que eu já li. No primeiro capítulo, o autor começa conversando com você quebrando a quarta parede, comentando que você acabou de comprar Se Um Viajante Numa Noite De Inverno, e te dando uma série de recomendações a se fazer antes de iniciar a leitura. O segundo capítulo então começa com ele narrando o cenário de uma ferrovia e apresenta os personagens e o que está acontecendo ali. No capítulo seguinte você percebe que o autor não estava conversando com você e sim com o leitor que comprou o mesmo livro que você e que acabou de ler o primeiro capítulo desse mesmo livro, dentro do livro. O leitor então se coloca a ler o capítulo seguinte, e percebe que a história nada tem a ver com o livro que ele comprou e chega a conclusão que gostou mais da história que lhe é apresentada no capítulo seguinte que o romance se um viajante numa noite de inverno. Vai então até a livraria a procura do livro correspondente aquele segundo capítulo que ele está lendo para pedir a troca. Chegando lá, conhece uma leitora que foi até lá pelo mesmo motivo. A história que se segue daí, é uma intercessão entre primeiros capítulos de vários livros e o que se passa na vida do leitor diante daquela doidera. É sem dúvida um dos livros mais geniais que eu li. A conclusão dele é outro ponto alto. Sem dúvida leva 10/10 e minha recomendação para que você leia e se delicie com essa loucura.

site: https://www.instagram.com/p/BOOWTqJgjKQ/?taken-by=miojogeek
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Claudio 02/04/2017

A aventura de ler ficção!
"Tudo isso para dizer que, após ter percorrido rapidamente com o olhar os títulos dos volumes expostos na livraria, você se dirigiu a uma pilha de exemplares recém-impressos de Se um viajante numa noite de invetno, pegou um e o levou ao caixa para ver reconhecido o seu direito de possuí-lo.
Você ainda lançou sobre os livros em redor um olhar desgarrado (ou melhor: os livros é que o olharam com um olhar perdido como os dos cães nos cercados do canil municipal quando vêem um ex-companheiro ser levado na coleira pelo dono que veio resgatá-lo)".

Esse é mais um dos meus livros favoritos e, provavelmente, o mais inovador (estranho, mesmo! Rs) de todos que já li. Trata-se de um romance sobre ler romances (?), onde o personagem principal é você Leitor (?) que vai ansioso até a livraria comprar o novo romance de Ítalo Calvino chamado Se um viajante numa noite de Inverno (?), mas ao começar a ler descobre que justamente falta o final do livro (?) e assim começa a saga do Leitor que busca terminar de ler um romance (?). Basicamente é um livro sobre a aventura de ler ficção, onde para cada novo livro que chega às mãos do Leitor nos deparamos com estilos diferentes de escrita, novas estórias, novos tempos e novos rítmos, enfim, metalinguagem arrasadoramente bem feita.

Ler também é falar com os outros sobre o que estamos lendo, essa vontade de compartilhar a experiência é irresistível, certo? Tentar explicar para alguém sobre o que é este livro é uma experiência a parte, só comparável a explicar um episódio aleatório de Doctor Who a quem nunca ouviu falar sobre...
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wesley.moreiradeandrade 11/01/2017

Se um viajante numa noite de inverno, de Italo Calvino, é um livro para leitores. Escrevendo desta forma parece um enunciado redundante. Todo livro visa um leitor. No caso desse romance do escritor italiano visa um tipo leitor consciente do processo de produção e recepção de uma obra literária. Podemos dizer que Se um viajante numa noite de inverno é um romance metalinguístico e a leitura desta obra resultará ainda mais prazerosa para aqueles interessados e apaixonados pela linguagem como recurso criativo, sendo a literatura uma de suas maiores e longevas representações. Italo Calvino cria uma espécie de boneca russa, com uma narrativa dentro da outra que esconde mais outra e mais uma e mais uma. Colocando no centro de sua trama um leitor e uma leitora, tirando-os de uma posição passiva (daquela de receptor da mensagem por meio do livro) e tornando-os agentes no enredo intrincado e divertido, quase como um jogo ou enigma a ser decifrado. Um livro, de título homônimo ao que você, leitor real, terá em mãos, que possui um erro de impressão e impede a continuidade da leitura do mesmo aproxima dois leitores, um homem e uma mulher, que partem em busca da verdadeira história do livro que compraram que os levam a encontrar outros livros numa procura quase que sem fim envolvendo autores de países distantes e línguas pouco acessíveis e até uma bem-vinda teoria da conspiração. Calvino intercala o “drama” dos leitores protagonistas com as narrativas que eles vão encontrando em sua jornada, cada um com um estilo ou gênero diferente, o policial, o de mistério, o drama existencial, o erótico, o de guerra e etc, cada um interessante ao seu modo. Se um viajante numa noite de inverno acaba sendo uma declaração de amor à literatura, seja a clássica, a clichê ou a experimental (onde este livro acaba se encaixando), amor à bibliofilia, ao objeto livro e o hábito que tira a todos os leitores de sua própria realidade e os inserem noutras imaginárias que refletem, ainda assim, o mundo que os circundam, ajudando-os a compreendê-lo melhor ainda. Fica aqui o convite à leitura com um trecho do primeiro capítulo. Duvido que você, leitor, resistirá em não continuar:

“Você vai começar a ler o novo romance de Italo Calvino, Se um viajante numa noite de inverno. Relaxe. Concentre-se. Afaste todos os outros pensamentos. Deixe que o mundo a sua volta se dissolva no indefinido. É melhor fechar a porta; do outro lado há sempre um televisor ligado. Diga logo aos outros: “Não, não quero ver televisão!”. Se não ouvirem, levante a voz: “Estou lendo! Não quero ser perturbado!”. Com todo aquele barulho, talvez ainda não o tenham ouvido; fale mais alto, grite: “Estou começando a ler o novo romance de Italo Calvino!”. Se preferir, não diga nada; tomara que o deixem em paz.”

site: https://escritoswesleymoreira.blogspot.com.br/2016/10/na-estante-66-se-um-viajante-numa-noite.html
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Tiago sem H - @brigadaparalela 13/11/2016

Essa é minha segunda incursão nas obras do italiano Italo Calvino e assim como aconteceu da primeira vez com Por Que Ler os Clássicos, acabei me surpreendendo com a escrita do autor. No entanto, foram vias totalmente opostas. Enquanto que no primeiro livro eu me surpreendi negativamente, talvez até mesmo por ser mais um livro teórico, nesse segundo o prazer da leitura foi excepcional, mesmo que arrastado em alguns pequeníssimos pontos.

Se Um Viajante Numa Noite de Inverno é um livro totalmente diferente de tudo que já li na vida. É um livro que segue uma linha de pensamento, e se você perder esse direcionamento fica complicado de entender e até mesmo para explicar sua história. Eu seria ousado em dizer, mas essa obra se trata talvez de um livro 3D composta de várias camadas.

Temos então no decorrer do livro, três teias narrativas: i) a história do Leitor e de Ludmila que após encontrarem um defeito na impressão de um livro, tentam encontrar o restante da história para ler; ii) temos as histórias desses livros lidos pelo Leitor e por Ludmila; e por fim, iii) Calvino permeia uma rica discussão sobre o livro (o objeto livro), sobre a leitura, sobre tradução, sobre o leitor e ao fazer isso, ele quebra a quarta parede (recurso em que algum personagem, interage com o leitor), mais que isso, ele joga o leitor para dentro do livro que ele está escrevendo.

Logo no primeiro capítulo, ele irá descrever o leitor e das duas uma: ou você irá obedecer os comandos dele ou irá parar para ver se está da forma como ele diz que você está (melhor posição de leitura, a melhor forma de segurar o livro), e caso você esteja da forma que ele disse que você estaria, talvez até role um pensamento do tipo: estou sendo observado! como ele, como autor, sabia como eu estaria? E ai já começa o inception rsrsrs.

A história do Leitor é escrita em segunda pessoa, logo, Calvino já coloca você (leitor) como o Leitor personagem. Acompanhamos então o Leitor que vai a livraria comprar o novo livro do Italo Calvino, o Se Um Viajante Numa Noite de Inverno e ao começar a ler, ele descobre que a partir de determinada página, o livro começa do início novamente em um looping até o final do livro, não contendo o final do livro. Para corrigir esse erro de impressão ele vai até a livraria para a troca do livro e lá conhece a Ludmila que também comprou uma edição danificada.

O livreiro informa que houve, além desse erro, um erro nas capas, que o livro que eles estavam lendo era de um polonês e não o do Italo Calvino, contudo, como eles se apegaram a história desse novo livro, eles resolvem adquirir o livro polonês mesmo. Ao começar a ler o livro polonês, eles percebem que este possui um começo diferente, e além de também ter erros de impressão, a história não tem nada a ver com a do livro polonês que estava com a capa do livro de Calvino. Eles passam a correr atrás de uma edição verdadeira do livro para terminar de ler a história que tanto os cativaram, mas sempre algo irá acontecer que irá direcionar eles para um outro livro.

Os capítulos irão se alternar entre a história do Leitor e de Ludmila em busca do livro verdadeiro e os começos desses livros que são cortados abruptamente. Temos então dez começos de romances que irão cada um, sempre terminar de forma repentina o que acarretará para os personagens a busca pelo restante da história e com isso obtendo um livro diferente. Diferente de um conto em que você tem início, meio e fim, aqui isso não ocorre. Quando você começa a se apegar na história, o autor já corta e começa outro capítulo.

Se Um Viajante Numa Noite de Inverno é um livro fragmentado e denso que exigirá do leitor uma atenção a mais e por isso, talvez não seja aconselhável para quem está iniciando em leituras que nos tire da nossa zona de conforto.

Por fim, como segunda leitura de Calvino, ainda não posso afirmar que reconheço sua escrita e/ou que gosto do seu estilo, ainda mais quando fui do inferno ao céu com as duas obras que li, mas uma coisa tenho certeza: Se Um Viajante Numa Noite de Inverno é um livro incrível e totalmente diferenciado. Dificilmente você verá uma obra que alie essa estrutura narrativa e qualidade, isso só Calvino ao que sabe, consegue.

site: http://brigadaparalela.blogspot.com.br/2016/11/bora-ler-se-um-viajante-numa-noite-de.html
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Joana.Garfunkel 07/10/2016

Paixão intelectual
Genial. Calvino é sempre genial. Mas esse é meu preferido. O leitor é o personagem principal de uma trama que desliza entre o livro e a realidade, leitor e autor, a história que se imagina e a que se lê. Um labirinto metalinguistico, onde cada tijolo esta encaixado de forma racional dentro de um diagrama lógico. No entanto, pra mim, fica a pergunta profunda, quase lacaniana, "o que busca o leitor?". Nao poderia ser mais genial. (Hora de reler!)
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Aline 07/09/2016

Vim, LI, venci!
Diria alguns: "loucura, loucura, loucura".
Brincadeiras à parte, leitura desafiadora de um livro que não há lógica a começar pelo título. De um leitor incansável de cansado de tanto começar tantas histórias e sempre ter seus fins surripiados de formas mais inusitadas possíveis. De ler sobre si mesmo: o Leitor.
De ver diversas gêneros literários em uma única narrativa e ao mesmo tempo múltipla. De ver as diversas facetas da leitura: o livro, o leitor, o autor, tradutor, processo editoral, processo criativo, angústias, fracassos, paixões literárias, partilha de experiências e preferências literárias, idealizações de personagens e ilusões. Realidade quase que extraterrestre que te faz pensar que seres alienígenas estão regendo o enredo.
Leitura desesperadamente desesperadora que te fazer sofrer, sentir raiva, ansiedade por terminar um livro. E ao mesmo tempo arder de curiosidade por começar outra história.
De xingar o autor e chamá-lo de louco e fanfarrão por zombar de ti bem na sua cara nas linhas do texto.
De se apaixonar pelo Eu Leitor ou pela Eu Leitora.
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ElisaCazorla 30/05/2016

Enquanto lia este livro eu me senti...
Já li vários outros livros do Calvino e ele sempre surpreende. Não esperava que ele conseguisse me surpreender tanto mais uma vez.
Não é um livro fácil de acompanhar e, certamente, terei que reler num outro momento. Saio dele com algumas sensações, confusão é a maior delas.
São 12 capítulos que narram a saga de um leitor em busca do final de um livro que comprou numa livraria. Um livro interrompido leva a outros 9 livros que se intercalam com os capítulos do leitor. São livros muito diferentes e, aparentemente, espera-se que encontremos algo que todos têm em comum. Eu não consegui achar...era pra ser encontrado? Não sei...
Não gostei muito deste livro. Calvino é um dos meus autores favoritos mas, este livro foi um grande desafio. Assim que terminei o livro me encontrei tão perdida e não me lembrava de nenhum dos 10 livros inacabados.
É um grande livro. Talvez esta leitora precisa de mais maturidade para uma obra tão densa. Será relido.
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Bruno 04/12/2015

Maravilhoso
Nao sei explicar o quanto amei esse livro incrivel. Só posso dizer que recomendo com todas as minhas forças a leitura dessa obra magnífica, que considero importante para todo Leitor! :-D
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Rafa 05/07/2015

Nem me lembro como entrei em contato com este livro, depois descobri que ele fazia parte do Projeto 1001 Livros para Ler Antes de Morrer. Matei dois coelhos com uma cajadada.

O primeiro capítulo deste livro é simplesmente sensacional. Você começa a ler e a "obedecer" os comandos do livro, de se posicionar confortavelmente, espichar as pernas para cima da mesa, relaxar enquanto aprecia o livro. O livro é escrito em segunda pessoa, o que te torna personagem principal do livro.

O autor te leva pela livraria, enquanto você perpassa pelos best-sellers que vendem a si mesmos praticamente, passando pelas mesas de exposição, com vários títulos que te interessam, mas que na verdade, não foi por eles que você foi a livraria, passa também por aqueles livros que você quer ler, mas tem medo, até finalmente chegar em "Se um viajante numa noite de inverno".

Daí, entramos na saga do Leitor que, por erro da editora ou por ocasião do destino, não consegue terminar o livro. Cada capítulo inicia um novo livro e se aprofunda no mistério dos livros que não terminam.

Confesso que depois do primeiro capítulo, perdi um pouco o interesse no livro. Porque começar um livro novo a cada capítulo sem chegar à sua conclusão é frustrante. Nestes momentos, acabei lendo de forma dinâmica, para chegar na história que, sim, teria conclusão, do mistério do Leitor.

É o livro mais diferente que eu já li, sem sombra de dúvidas, pelo menos até agora, nesta altura da vida. Vale muito a pena ler antes de morrer, como a indicação. Nem que seja só pelo primeiro capítulo, que é fenomenal e compensa qualquer decadência posterior.

site: http://www.arrastandoasalpargatas.com
Francelle 24/10/2016minha estante
Estou lendo esse livro e, pelo menos até onde já li, a minha opinião é a mesma que a tua. O primeiro capítulo é maravilhoso mesmo.




Yuri 26/03/2015

A Melhor Bagunça é Aquela que de um jeito ou de outro, nunca se arruma.
Esse livro é daqueles que você lê bem rápido pra acabar logo e se livrar dele e é, ao mesmo tempo, aquele que você tem dó de ler aos saltos porque é muito bom, despertando em você o desejo de montar uma tenda temática na praça e mostrar o quão terrivelmente maravilhoso ele é pra todo mundo, gritando "Olhem o que vocês estão perdendo, pessoal!", sacudindo-o como um profeta aos céus. Porém, por vezes é aquele tipo de leitura que você não percebe que lê, se leu, ou que está lendo, como um filme que serve de pano de fundo para outro filme que você tenta ver prestando atenção em outro filme.
Esse livro é uma bagunça, mas aquele tipo de bagunça de cobertores e travesseiros que normalmente qualquer quarto respeitável tem ao amanhecer e que você sabe, mais cedo ou, provavelmente, mais tarde, terá que ser arrumada, levando embora a parte boa e confortável da manhã, com gosto de café e pão pra dar lugar a pasta de dente e o amargor das obrigações. Porém, não é só isso. Também é a confusão de cair exausto no sofá e se levantar um tempo depois, de madrugada, com o sol despontando no horizonte ainda arroxeado, enluarado vagamente, com torcicolo, dor nas costas bem onde a madeira saliente do estofamento se eleva, um fio de baba descendo pelo lado direto da cara e, por que não, uma simpática dor de garganta pulsante, já que você dorme de boca aberta.
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Ednei 03/07/2014

Diferente
Diferente de tudo já li. Como diz no próprio livro, quem quer uma saída para a literatura, ou a superficialidade descartável dos Best-sellers. Calvino vem em resgate desse leitor.
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Livretando 31/01/2014

Resenha: Se um viajante numa noite de inverno
Sempre que iniciamos a leitura de um bom livro queremos descobrir logo como se dará o desenrolar da história até chegar ao final. Mas e se por uma travessura do destino o livro que estamos lendo vier com um erro de confecção e nunca conhecermos esse final? É isso o que acontece em Se um viajante numa noite de inverno, romance escrito por Italo Calvino.

No livro, o personagem principal é o próprio leitor. No princípio Calvino narra a nossa trajetória desde a escolha de um título na livraria, onde acabamos escolhendo o próprio Se um viajante numa noite de inverno, até o caminho que fazemos para casa quando iniciamos a leitura. Estamos envolvidos na história, porém acontece um problema: por um erro de encadernação o livro repete as 32 primeiras páginas até o fim e nos vemos obrigados a ir à livraria para trocar o exemplar e dar continuidade a leitura. Chegando à livraria o vendedor informa que na verdade aquele não é o livro do Calvino, e sim um romance de outro autor e que vários clientes reclamaram do mesmo problema. Decidimos que queremos continuar a leitura deste livro mesmo não sendo o esperado. Procuramos pelo o exemplar correto, iniciamos a leitura, mas aí nos deparamos com uma surpresa, a história é outra. Continuamos a leitura, pois este livro também é envolvente, porém aparece outro problema: este romance também está inacabado.

Este livro trata-se de uma metalinguagem, onde entramos no mundo da literatura e nos aventuramos nele. O Leitor vive uma busca intensa por um livro que tenha inicio, meio e fim e que não esteja com problemas de encadernação como todos que ele iniciou. Durante essa busca ele encontra um amor, conhece editores, professores universitários e todos tentam mostrar a ele qual é o exemplar correto e essa busca parece que nunca irá terminar.

“Este romance que está em suas mãos é uma obra-prima de engenhosidade, humor e inteligência.” - é o que lemos na capa e não tem como negar. A forma que o autor escolheu para nos contar a história é surpreendente, causa um incômodo no princípio, pois não estamos entendendo o que está acontecendo, mas é sensacional fazer parte desse romance em que o escritor interage com o leitor.

Se um viajante numa noite de inverno é, no mínimo, um livro envolvente e ficamos questionando como Calvino teve a capacidade de desenvolver uma história não só bem escrita, como também criativa. E aqui ressalto que até gostaria de falar um pouco mais sobre essa criatividade, mas iria estragar a sua experiência ao lê-lo. Só posso adiantar que a forma que o livro é composto é totalmente criativa. Nas últimas páginas encontramos uma resposta do autor a um critico e compreendemos que uma das intenções dele com esse romance foi realizar uma critica à própria literatura, mostrando que é possível conquistar o leitor apenas com as 30 primeiras páginas de um livro, e Calvino consegue mostrar com propriedade isso através deste romance.

Fui surpreendida pois no inicio não esperava nada deste livro, mesmo já conhecendo outro título do autor, mas Se um viajante numa noite de inverno é algo totalmente inovador, o escritor consegue nos transportar para dentro da história e no final deixar aquele gostinho de quero mais.

Minha proposta é: deixe-se surpreender com essa maravilhosa obra da literatura.

site: http://livretando.blogspot.com.br/2012/11/se-um-viajante-numa-noite-de-inverno.html
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Tania Capel 27/12/2013

Este livro foi amplamente discutido na rede virtual, tanto que... na época deixei de lê-lo. Muita teoria, muita análise e comecei a me preocupar com o prazer da leitura... Deixei-o de lado até que estivesse livre dos comentários todos e pudesse sentir o prazer de descobri-lo.

Ìtalo Calvino é sempre um prazer... mas neste livro ele supera nossa paciência e vontade de chegar ao fim da história... O livro é composto de várias histórias, todas interrompidas no ápice do nosso interesse! Ficamos navegando na vontade de saber o que vai acontecer, ligando pontos entre as histórias para saber onde ele quer nos levar... haverá um final para o rapaz apaixonado que procura pela edição de Se um viajante numa noite de inverno, comprado numa livraria com erros de impressão que o leva sempre as trinta primeiras página que se repetem em toda a encadernação?!

Em todas as histórias... momentos de puro deleite: “- Toda quarta-feira, a jovem perfumada me dá uma nota de cem coroas para que eu a deixe sozinha com o prisioneiro. No dia seguinte, as cem coroas já se transformaram em muita cerveja. Quando termina a hora da visita, a mocinha sai com fedor de cadeia nas roupas elegantes, e o detento volta à cela com perfume da visitante no uniforme de preso. Já eu fico com cheiro de cerveja. A vida não passa de uma troca de cheiros.” (p.69)

E assim, sem nenhuma análise, sem nenhuma crítica sem tentar entender convido você a se deliciar com mais essa maravilha do Ítalo Calvino.
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