Resenhas - Ressurreição

Mabia.Santana 12/12/2021

Lívia é a melhor personagem feminina de Machado
Gostei muito de aprender sobre a feminilidade com a viúva Lívia. De verdade, nunca li algo tão lindo que mostrasse na "prática" uma mulher exercendo seu papel de feminilidade.
Leiam!

uepa 20/08/2022

Quase pulo da ponte
Tenha santa paciência.
Ressurreição foi publicado em 1872 e é o primeiro romance do pequeno Machado; e se você sabe do óbice do autor para se encontrar nos campos das artes, sabe também do quão ruim pode ser este livro.

Não vai ser a pior coisa que você vai ler na sua vida miserável, porque, primeiro: existem livros do Augusto Cury circulando em terra e, segundo: Machado não era analfabeto. Então Ressurreição é sim ruim se comparado a qualquer outra obra do autor, porém não é um crime contra a humanidade.
Por que você está lendo isso?
espero que a resposta seja somente por curiosidade. Caso a resposta seja outra, vá ler algo que preste. Não perca seu tempo lendo uma obra que claramente é vinda da primeira fase do autor ( aprendizagem ) e ainda por cima a inaugural. Pule 4 anos e leia Helena (1876), ali a essência machadiana já está aflorada. Ou pelo menos tenha senso de entender o contexto do autor durante a obra.
Horroroso
Acredito que do mesmo saco de farinha em que as peças de teatro de Machado foram tiradas, esse livro saiu e caiu no chão. Put@ mer_da.
Meu único ponto positivo para esse livro é que qualquer um o pode ler. Como eu disse, a essência de Machado não está aqui, por isso VOCÊ entende quando lê.

Lucas1429 23/11/2021

Folhetim terapêutico
Marca registrada de nossa mídia visual, as telenovelas abordam e exploram as inconstâncias da vida e de seus personagens por etapas há anos, tais quais os folhetins de nosso passado literário tão rico, fonte inspirada. Data daí o "Romantismo", que apresentava o herói e sua capacidade de atingir a excelência máxima, a mocinha idealizada, o vilão vencível e a roda social característica no entorno. De forma alguma estes elementos faltariam numa obra do período, mas viria a torto, afinal, esta história nasceu de uma pena e tinta de Machado que não se preocupa em fantasiar caracteres, mas sim expor a complexidade afetiva.

Primeiro romance de nosso patrimônio cultural, Machadinho experimentaria já todas as nuances que o elevaria do elogio à veneração: o traço de contato e a intimidade com o leitor, a narração onisciente, condutor de um enredo simples que da concisão transforma-se numa expressiva trama contemplativa, além da carga psicológica de seus convivas em eterno teste e provação. Félix e Lívia, dois interessados amorosos mútuos se veem no Rio de Janeiro imperial a catástrofe do que não viria a ser; e para o autor não há magoa em fugir da obviedade romântica, é nela que estaca e expande sua pretensa análise humana, - marca de relações deléveis -, que inconstantes e permissivos que somos, condenamos o outro pela falta das "memórias de ilusões" na busca de se ser.

Poly 09/07/2021

Primeiro romance do bruxo do Cosme velho
No primeiro romance do pai da nossa literatura conhecemos a história de amor de doutor Félix e da viúva Lívia.

O médico que considerava seus romances semestrais, acaba se apaixonando pela irmã de um dos seus amigos que é uma recém viúva chegada a cidade.

Enquanto a viúva morre de amores por ele o médico está sempre querendo esconder o relacionamento e morrendo de ciúmes de qualquer coisa que ela faça. Vemos aqui Machado começando a rascunhar Bentinho.

Apesar de ser um primeiro romance ele tem a profundidade das discussões, a leveza dos diálogos e as referências bíblicas e mitológicas que só machado sabe fazer.

Mavih 03/10/2020

Razoável
O primeiro romance de Machado de Assis mostra sua escrita, de início crua que ao longo do tempo se mostra uma das melhores escrita brasileira. Por ser um romance escrito em 1872, o vocabulário usado é complicado de compreender o que aquela frase queria dizer, tanto que pensei em desistir de ler. Obviamente, não é uma trama difícil de entender, só mais um caso de vai e vem de casais que se amam mas não podem ficar juntos e afim. E ainda mais por falta de comunicação entre o casal. Félix, ciumento e inseguro no amor, não esclarece seus sentimentos porque nem ele próprio os conhece de início.
Dizem que nós livros de Machado, não se aspira confiança na mulher, a figura feminina é sempre a causadora do conflito; a mulher descrita por protagonistas essencialmente masculinos tem na maioria das vezes uma imagem negativa.
E vejo isso nesse livro.

Anderson916 12/06/2020

Otimo passatempo
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Bárbara 09/04/2022

Releituras das obras Machadianas em ordem cronológica.
Resolvi fazer as Releituras das obras de Machado,mas em ordem cronológica.
E pude constatar toda magnitude desse autor!
Escrita sólida, inteligente,personagens bem elaborados e temáticas que abordam os mais diversos conflitos humanos.
Ler Machado é sempre um deleite! Não é à toa que é meu autor favorito da vida,o que me deixa até repetitiva quando o assunto é tecer comentários ao seu respeito.
Resta- me então recomeda-lo,relê-lo e disseminar seu legado e seguir encantada com tamanha genialidade.

fev 10/02/2023

Eu simplesmente amei a narrativa. E estou surpreso por ter gostado tanto dessa história.

Félix é um frouxo incorrigível que no fundo mesmo nunca quis amar ninguém e o final da história arremata essa minha opinião.

Foi uma leitura super gostosa. Achei até divertida. Fica a recomendação.

Elyene 29/03/2022

Leve e viciante
Que leitura gostosa! Muito mais fácil e fluida do que minhas experiências anteriores com o autor (que apreciei muito, mas não foram tão tranquilas de ler). Sinto que é uma história para agradar muitos públicos, especialmente fãs de Jane Austen e também os que não gostam dos livros dela pelo excesso de informações kkkk Ainda que direto, o autor suscita reflexões e críticas bem contundentes. Parece-me uma ótima leitura de entrada para quem nunca leu Machado!

AsaReader 23/03/2022

Superou e muito as minhas expectativas.
Terminei a leitura do romance Ressurreição de Machado de Assis. Foi seu primeiro romance publicado em 1872, ainda no período romântico, um ano depois da aprovação da Lei do Ventre Livre em 1871.
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O enredo gira em torno da personagem Félix, um médico e rico herdeiro que não acredita ser capaz de amar. Seus afetos não ultrapassam os seis meses. Ele é volúvel, inseguro e ciumento. O romance começa com ele terminando seu caso com a última amante que é deixada aos prantos, mas logo isso vai mudar. Félix vai a uma festa e lá reencontra a irmã de um amigo. Uma linda e jovem viúva que desperta imediatamente o seu interesse. Será que desta vez um homem volúvel, como ele, vai finalmente ser bem sucedido em um relacionamento? Até que ponto a personalidade de uma pessoa a inviabiliza para um relacionamento saudável? Até onde uma coleção de relacionamentos casuais de fato pode nos dar a experiência para lidar com o amor verdadeiro? Essas são questões que se destacaram para mim nessa leitura. É uma história envolvente e com um final surpreendente.
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A leitura cronológica das obras de Machado mudou a visão que eu tinha do autor. Ele saiu da posição de massante e chato para queridinho. Eu nunca gostei de Machado desde meu primeiro contato com ele ainda na escola. Sempre o achei descritivo demais e enfadonho. Depois de adulta temia me reencontrar com ele e postergava a leitura, embora achasse que não poderia morrer sem ter conhecido a obra do maior escritor brasileiro e um dos maiores do mundo.
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Não por acaso, recentemente, comprei o livro do Ítalo Calvino, por que ler os clássicos, nele, o autor diz que as leituras da juventude podem ser pouco proveitosas em razão da impaciência, distração, inexperiência da vida e etc. Fiquei refletindo sobre isso... Fazia muito sentido. Por isso quando soube da leitura cronológica das obras de Machado, achei que tinha chegado o momento de retomar e concluir a leitura das obras desse autor.
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De minha parte o que posso dizer é que amei demais esse primeiro romance. Ele serviu para destravar a minha leitura desse autor, embora, não negue, ainda estou apreensiva com a sua fase dentro do realismo naturalismo que talvez seja o motivo do meu desgosto. Ainda assim, estou animada, porque para quem está desbravando Proust em seu realismo psicológico que dificuldade insuperáveis poderia ser encontrada no realismo naturalista de Machado? Sinto que já estou a meio caminho da vitória.
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Sendo assim, enfrentem seus autores mais temidos, lembrando que talvez dessa vez, com mais idade, maturidade e vivência descubram o prazer que outrora não puderam encontrar.

elske 12/04/2022

Sol e chuva...
Este livro é uma história dramática de amor. O protagonista é Félix, e ele tem uma personalidade detestável. Ele considera que seu coração morreu, devido a romances fracassados no passado, e acredita que só pode amar semestralmente; daí que uma das primeiras cenas consiste em Félix abandonando sua amante, Cecília, de maneira fria e repentina, depois de 6 meses de namoro.
O melhor amigo de Félix, o advogado Meneses, é o seu oposto: mais jovem, talvez mais imaturo, e ultrarromântico, deixa-se levar facilmente pelas emoções e não percebe quando outras pessoas dissimulam um sentimento. Enquanto Félix é apático, extremamente desconfiado de tudo e de todos, bastante egoísta, e não acredita quando outras pessoas manifestam um sentimento verdadeiro.
Porém, eis que aparece na vida de Félix a possibilidade de fazer seu coração renascer: o amor pela viúva Lívia, uma bela e inteligente mulher que consegue a atração de todos. Félix e Lívia se apaixonam e começam um namoro; porém, o caráter desconfiado e ansioso (talvez até paranoico) de Félix faz com que ele veja, a cada passo da viúva, uma possível traição. As mínimas coisas colocam na cabeça de Félix a convicção de que ele está sendo traído. Assim, o namoro dos dois tem momentos de tranquilidade, e momentos de crise e perturbação, em que Lívia tenta convencê-lo de seu amor verdadeiro. (Surpreende que Lívia continue apaixonada por ele, mesmo após todas as mostras que ele dá de inconstância emocional e, como descreve Machado, pusilanimidade.)
A maior parte da história se desenrola nesse vai-vém de amor singelo e crises entre os dois, que têm o seu casamento marcado (mas secretamente, conforme o desejo de Félix — outra mostra de sua inconstância). Até que ele recebe uma carta anônima que diz que Lívia irá traí-lo após o casamento; isso é o suficiente para que ele, um dia antes do casamento, cancele a cerimônia, desista da relação e fuja para fora da cidade. Isso faz com que Lívia adoeça. No final, Félix é forçado pelo seu amigo Meneses a ir ter com a viúva; os dois conversam, Félix compreende que o que fez foi errado e indigno, mas Lívia já não quer dar uma outra chance a ele; ela entende que os dois são incompatíveis. Assim, eles fazem as pazes e vão viver as suas vidas.
Enquanto isso, os dois jovens e românticos Meneses e Raquel, que sofreram por amar, respectivamente, Lívia e Félix, acabam casando-se entre si e vivendo "felizes para sempre". A lição do livro, portanto, pode ser a de que são esses dois jovens, românticos e talvez ingênuos, o modelo a ser seguido.

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Eu pensava que, por ser o primeiro romance de Machado de Assis, da "fase romântica" do autor, não seria um livro muito bom; felizmente, eu estava enganado. O livro trabalha os aspectos psicológicos dos personagens, ao mesmo tempo que desenvolve uma história de temática romântica e "de costumes". Nesse livro, pode-se ver claramente os mesmos temas que vão caracterizar uma das suas futuras obras-primas, Dom Casmurro: a desconfiança extrema de um homem que teme a traição; uma mulher cujas ações e intenções parecem puras, mas que, com muito esforço, podem ser consideradas ambíguas e escondendo algo.

A minha pequena teoria para este livro (ou a minha explicação pessoal para os acontecimentos) é a de que Lívia, quando era casada com o primeiro marido, teve um amante, Luís Batista. Dele teve o seu único filho, a quem deu o nome de Luís. O marido, talvez tendo descoberto a traição, adoeceu e morreu repentinamente, o que de fato fez Lívia sofrer muito e se afastar de Luís Batista — por isso ela o trata indiferentemente na sociedade, ainda que todos saibam que ele é um de seus maiores "pretendentes". Para se vingar de Lívia, ou por despeito, ou ciúme, Luís Batista mandou aquela carta anônima para Félix, na qual lhe indica a não casar-se com Lívia, pois ela havia traído o marido anterior, provocando a sua morte, e fará o mesmo com ele, caso se torne seu marido. Félix, sendo já extremamente desconfiado e fraco, acredita, e cancela o casamento. Mas essa é só uma teoria pessoal.

Taís 09/04/2022

Primeiro livro de Machado (1872)
Esse eh um bom livro!! Ainda não eh "aquele machado", mas é um bom livro para perceber que ele já gostava de jogar com a questão da confiança/dúvida entre os personagens.
O ranço que sinto de Félix, causado pela imaturidade ou leviandade dele para com Lívia, ficou comigo quase o livro todo. Era um relacionamento tóxico típico, relacionamento ioiô... onde o sempre inseguro macho desconfia de verdade do sentimento da moça boba. Curti o desfecho, apesar de Félix não ter sofrido o que deveria!! #vingativa ??

Cris 24/03/2021

Ressurreição
Ressurreição foi o primeiro romance de Machado de Assis, publicado em 1872, encaixa-se na fase romântica do autor. No geral, este livro não tem nada de extraordinário.
O típico boêmio como personagem principal, aqui apresentado como Felix que trata seus amores como passageiras aventuras, apaixona-se pela recém-chegada à cidade Lívia, jovem viúva detentora de uma beleza estonteante; o que no decorrer da trama aflorará as inseguranças de Felix que passa a desconfiar da fidelidade de Lívia que é constantemente cortejada pelos homens de seu convívio, tendo em vista que seu romance com Felix é mantido em sigilo pelos dois.
Como de praxe, o casal passará por altos e baixos, desconfianças, idas e vindas, enfim... nada de novo sob o sol.
Não compreendo o que leva Machado de Assis a mostrar uma visão deturpada da mulher em suas personagens que sempre são postas como potenciais traidoras, fúteis e superficiais, enquanto os homens são heróis galanteadores que quanto mais machistas, mais "vitimizados" são. Não sei, pode ser uma tendência da época, mas observo muito isso nos livros de Machado de Assis e principalmente neste senti um grande incômodo quanto a essa questão.
Apesar do desagrado acima descrito, julgo válida a leitura, principalmente para balancear situações similares, afinal, Machado tem uma escrita única com um humor implícito, quase ácido, que instiga o leitor a apreciar suas obras e tirar delas os pontos que lhe interessarem.

jordanaverissimo 16/05/2021

Consideração lacônica de uma preguiçosa
Ressurreição é um romance considerado da fase "romântica" de Machado, mas podemos ver que mesmo nesse contexto o autor supera o estilo e dá sua marca à narração. Além disso, aborda um tema que posteriormente foi resgatado na sua fase realista: o ciúme. Aqui, Machado é um autor muito menos maduro que o autor de Dom Casmurro e, mesmo assim, destrincha com maestria a mente humana na alta sociedade carioca no século XIX. É interessantíssimo conhecer a obra completa do autor e compreender sua evolução.

Mazinos 27/03/2021

Não é um romance comum.
Esse é o primeiro livro do Macho de Assis e já demonstra como toda a sua obra seria diferente das demais. Não se trata de um romance comum e que tudo acaba bem no final, como era comum naquela época. Confesso que o final me deixou bem triste.