Aline 24/07/2021Provação da féDachau foi o primeiro campo de concentração da Alemanha Nazista e um dos últimos a ser libertados. Por insistência do Vaticano, os religiosos espalhados por diversos campos durante a Segunda Guerra são reunidos em Dachau e ocupam três pavilhões. Eles gozam de alguns privilégios (melhor comida, pavilhões menos lotados e, por serem altamente instruídos, participam de trabalhos administrativos - menos extenuantes), mas sofrem humilhações e violências dos SS e principalmente dos kapos, que sentem prazer em ver homens espiritualmente elevados sofrerem as misérias humanas.
O autor detalha a estrutura física e administrativa de Dachau e narra as mudanças que o campo foi sofrendo de 1933 a 1945. Narra ainda a interferência das derrotas e vitórias da Alemanha na Guerra sobre a vida dos prisioneiros. Como em praticamente todo livro sobre o Holocausto, neste também há descrições de fome extrema, epidemias de tifo, mas não de violência extrema, provavelmente por os religiosos serem considerados um grupo "protegido", que inclusive tinha liberdade de realizar seus ritos religiosos em uma pequena capela dentro de Dachau.
Ao longo do livro vemos que o autor não concorda com a ideia mundo difundida de que a Igreja Católico compactuou com o nazismo. A parte final do livro se dedica a falar sobre todos os aprendizados que os religiosos católicos tiveram com a experiência em Dachau e a exaltar a fé destes. Fé está que, segundo o autor, não foi abalada, mas fortalecida pelas experiências traumáticas no campo.