Marlonbsan 09/03/2021
A Volta ao Mundo em 80 Dias
Phileas Fogg é um rico lorde inglês, segue uma rotina bem definida, com horários bem regrados. Contrata Jean Passepartout, seu valete, que pensa estar indo para um trabalho tranquilo e sem aventuras, isso dura pouco, pois Phileas surge com a ideia mirabolante e parte para tentar atravessar o globo no prazo estipulado.
O livro é narrado em terceira pessoa e acompanhamos o que ocorre, basicamente com Phileas Fogg e Jean Passepartout. A linguagem é simples, mas há muitos deslocamentos de verbo nas frases o que gera certa estranheza. A fluidez oscila bastante também, o início possui uma progressão mais constante entre diálogo e narrativa, depois passa a contar contextos históricos e deixa a leitura densa.
A ideia central do livro é bem simples, mas sua execução precisou de uma análise muito elaborada sobre as rotas ferroviárias e marítimas do mundo na época, até que ponto essas informações e rotas eram verdadeiras, eu não sei, mas se encaixam muito bem no contexto criado.
Como um livro de aventura, ocorrem situações inusitadas, uma ou outra ficaram meio confusas, o deslocamento dos verbos contribui um pouco para isso. Os diálogos são interessantes e os momentos de ação geram uma boa progressão narrativa, a ideia em si já instiga a continuar a leitura para ver o que vai acontecer. Porém, nos momentos de contextos históricos a densidade da leitura aumenta bastante.
A história toda é bastante engenhosa, com toda a construção do itinerário e o final mostra ainda mais como Verne era inteligente em sua concepção. A progressão narrativa ocorre de forma bem interligada, havendo focos em personagens secundários que são interessantes também.
O engraçado é perceber que em 1872, data da primeira publicação, Júlio Verne já entendia que a terra não era plana.
Foto e resenha no meu ig @marlonbsan