Fabio Pedreira 26/08/2020Vingança a Longo PrazoDurante muito tempo Têmbria era governada por cinco grandes reinos. Isso durou até que o Rei Steveren Langene fosse traído e morto por Lodavico Sentarzi. No meio da guerra que culminou com a morte de Steveren e sua familia, estava Daylon Durmarch, o barão de Marquensas e grande amigo de Languene. O fato interessante era que apesar da amizade dos dois, Daylon foi pego de surpresa nessa empreitada, não deixando alternativa a não ser marchar a favor de Lodavico e se juntar às tropas traidoras.
Mas uma oportunidade de vingar a morte do amigo aparece. Reza a lenda que quando o último dos Jubardentes fosse morto o mundo iria acabar. Como isso não aconteceu, talvez exista ainda um descendente vivo. Isso se prova verdade quando, após a batalha, um bebê é deixado na tenda de Daylon, e, sem saber, o que fazer ele o envia para uma nação secreta, onde jovens são treinados para se tornarem os melhores assassinos do mundo. Porém, Daylon tem uma condição… ao se tornar adulto, o jovem deve retornar e se apresentar pra ele.
Se você acha que isso é spoiler, fique tranquilo porque é só o prólogo do livro. O rei das cinzas é o primeiro volume da trilogia da saga dos Jubardentes. E logo após todos esses eventos vamos conhecer os reais protagonistas da história, Hatu e Declan.
Hatu é o bebê encontrado. Apesar dele não saber, nós sabemos porque é bem óbvio e não tem segredo nenhum nisso aí. Como o livro é dividido em capítulos com pontos de vista, nos capítulos de Hatu nós vamos conhecer mais sobre seus treinamentos e como funciona a nação secreta de assassinos, até que coisas aconteçam e mude seu destino. Já Declan é um jovem aprendiz de ferreiro que também tem sua vida virada de cabeça para baixo quando a pequena vila que ele mora é atacada por contrabandistas forçando assim ele e outros a fugir. Como seu mestre fez uma promessa no passado, Declan se vê de certa forma obrigado a cumpri-la.
A personalidade dos dois são bem opostas, enquanto Hatu tem sempre uma raiva crescente dentro dele, Declan é bem mais tranquilo e menos impulsivo. Porém, os dois tem qualidades que os tornam únicos. Claro que devido ao seu treinamento mais amplo, Hatu tem algumas habilidades extras e essa sua raiva é explicada em determinado momento do livro.
Aliás, como eu disse antes, esse é o primeiro livro de uma trilogia, então ele é muito mais introdutório. Não vá esperando um livro cheio de ação. Se você for com essa intenção é bem provável que se decepcione. Mas ao mesmo tempo não entenda errado, pois não é porque o livro não tenha muita ação que ele seja ruim, pelo contrário. O rei das cinzas é uma história muito envolvente e que tem um mundo muito bem criado, sendo uma alta fantasia de qualidade. Já li outro livro do autor (Mago: Aprendiz) e sei como ele constrói mundos muito bem.
Apesar desse detalhe, de talvez para alguns ele demorar um pouco de engrenar, eu digo que vale a pena insistir. Muita coisa interessante acontece, principalmente referente a Hatu. Um clímax na história vai sendo construído a ponto de deixar você bem intrigado para o que pode acontecer no próximo livro.
Outra coisa que me pegou de surpresa foi que apesar de eu ter achado inicialmente que não, o livro conta sim com um sistema de magia. Ela leva um pouquinho de tempo para ser introduzida mas acaba aparecendo eventualmente, não só ela como também a existência de outros seres que com certeza vão se expandir nos próximos volumes.
Recomendo essa fantasia para todos os fãs do gênero. Quem gosta pode ir sem arrependimento, mas como eu disse, quem está acostumado com uma leitura frenética, vá com calma. Tirando isso, acho que não vai se arrepender. E agora torcer para a Harper Collins lançar o segundo, que saiu lá nos EUA esse ano.