Maria - Blog Pétalas de Liberdade 20/12/2018Resenha para o blog Pétalas de Liberdade A história é narrada em terceira pessoa e nos apresenta as irmãs Watson, por ordem de idade: Rachel, Sienna e Courtney. Elas perderam o pai há mais de vinte anos e Maggie, a mãe, acabou tendo que se dedicar ao trabalho para conseguir sustentá-las. Agora, a mãe vai se casar novamente e a trama acompanhará o período anterior ao casamento, onde mudanças importantes acontecerão nessa família.
Courtney teve um retardo na aprendizagem escolar que demorou a ser detectado e tratado. Oficialmente, ela trabalhava como camareira no hotel de Joyce, uma mulher que ajudou a família quando ficaram até sem teto após a morte do senhor Watson. Maggie vivia insistindo para que a filha fizesse algum curso para ter um emprego melhor. O que ela não imaginava é que Courtney era muito mais que uma simples camareira que morava no hotel. A jovem desempenhava muitas outras funções lá, inclusive organizaria praticamente tudo referente à cerimônia de noivado e de casamento. Courtney, que sempre foi vista como desastrada, até incapaz, por causa de seu desempenho escolar e por ser muito alta, surpreenderia ao mostrar o quão capaz era.
Além de surpreender no trabalho, Courtney reencontraria Quinn, empresário do ramo musical e neto que Joyce criou. Quinn havia resolvido sair de Los Angeles e transferir seus negócios para Los Lobos, onde a avó morava. Quinn era rico, bonito, mas sentia que talvez fosse a hora de encontrar alguém para lhe fazer companhia para o resto da vida. Seria Courtney a pessoa certa?
Sienna tinha um emprego muito bacana: trabalhava numa ONG que ajudava mulheres vítimas de violência doméstica. Ela arrecadava dinheiro com empresários, doações para um brechó cujos lucros eram revertidos pra ONG, e até ajudava casos de emergência onde mulheres fugiam de maridos violentos. O problema de Sienna era na parte amorosa. Ela estava noiva de David, mas não tinha certeza se queria se casar com ele. Sienna já tinha rompido dois noivados, seria esse o terceiro?
Rachel estava sobrecarregada de trabalho mas dificilmente pedia ajuda. Era dona de um salão de beleza, cuidava do filho adolescente e estava separada de Greg há alguns anos, ainda muito magoada pelo fato de ele ter lhe traído. Mas parecia que Greg estava tentando se reaproximar, se apenas para ser um pai mais presente na vida do filho ou se para tentar reatar, Rachel teria que descobrir. Mas ela conseguiria confiar novamente nele após a traição?
Resenhar "As filhas da noiva" está sendo uma tarefa difícil, pois não sei como avaliar essa leitura, ainda que tenha gostado do livro. Já tinha visto comentários super positivos sobre a história, o que, juntamente com a ideia que eu tinha da trama pela sinopse, me fez começar a leitura com expectativas grandes demais, que não foram superadas. Também já tinha visto elogios à escrita da autora, esse foi meu primeiro contato com ela e acho que preciso ler outras de suas obras para poder formar melhor uma opinião, pois em alguns momentos eu gostava e em alguns momentos não.
Achei interessante como Susan Mallery trouxe personagens que tem seu lado bom e ruim. Sienna, por exemplo, fazia algo maravilhoso em seu trabalho, mas agia de forma não muito legal com Courtney. Maggie conseguiu construir uma carreira admirável, mas para isso não pôde estar tão presente com as filhas. É nítido que a perda do pai e as dificuldades financeiras que vieram com isso marcaram a família, e eu ficava pensando se depois de vinte anos ainda fazia sentido culpá-lo pelos medos de cada irmã e pelos problemas de relacionamento entre elas. Mas quem sou eu para julgar se nunca passei por isso? Se nunca me vi perdendo a casa e com três crianças pequenas para alimentar?
Acho que o caso da Rachel foi sobre o qual mais refleti. Há pouco tempo circulou pela internet uma história em quadrinhos intitulada "Era só pedir" (vale a pena dar uma pesquisada no Google para conferir), que mostra como as mulheres precisam lidar com uma carga mental muito maior. Por exemplo, Rachel terminava a semana já tendo que pensar na limpeza, comida e organização pra próxima semana, ela não tinha tempo nem ânimo pra mais nada, e foi assim durante o período de casada também. Ela e Greg se casaram e foram pais jovens, e ele dizia que ela não pedia ajuda, mas o fato é que Rachel não tinha que dizer pro Greg o que ele precisava fazer (como se por ser mulher ela tivesse nascido com uma capacidade especial de saber sempre o que precisava ser feito numa casa), o Greg é que deveria se conscientizar que se ele morava naquela casa e tinha um filho, também deveria cuidar dessa casa e desse filho.
"Para Rachel, divertir-se era dormir até tarde e deixar que alguém preparasse seu café da manhã. Mas não havia ninguém. O filho precisava da mãe, e ela fazia questão de estar sempre por perto. Cuidando das coisas." (página 15)
O livro tem muitos pontos positivos, como as cenas super divertidas, por exemplo, as ideias extremamente criativas que Maggie tem para o casamento e, no início, onde Courtney tenta se controlar para não rir na cara de um hóspede que volta correndo para pedir ajuda após ter escolhido o hotel concorrente para um evento e o local ter sido invadido por abelhas. O fato de Maggie estar em um novo relacionamento saudável, o destaque para as personagens femininas bem sucedidas, ou ainda Quinn ser um cara legal já que infelizmente vemos tantos exemplos de relacionamentos abusivos romantizados em outros romances e a ambientação na fictícia (eu acho!) cidade de Los Lobos com boa parte das cenas ocorrendo em um hotel são coisas que me agradaram.
Sobre a edição: a capa do livro é muito bonita e os vestidos trazem essa referência ao casamento. As páginas são amareladas, a revisão poderia estar melhor, a diagramação tem letras, margens e espaçamento de bom tamanho.
Enfim, "As filhas da noiva" foi um livro que li rapidamente, eu me importava sim com os personagens e queria saber o que aconteceria com eles, mas acho que também lia com aquela vontade de que algo mais acontecesse para me fisgar de vez. Acredito que cada leitor, baseado em sua experiência de vida, vai ter uma opinião sobre os dilemas que cada personagem enfrenta (dilemas que muitos leitores também podem ter enfrentado na vida real), com isso, com certeza a experiência de leitura de cada pessoa vai ser diferente. Eu gostei de "As filhas da noiva", não tanto quanto esperava, mas recomendo sim essa leitura, especialmente para quem curte tramas que falem sobre relações familiares.
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