Bianca232 25/09/2018A Ladra - 5 estrelasA resenha a seguir contêm spoilers. Leia por sua conta!
- Spoiler!
- Spoiler!
- Tem certeza? OK!
A história de Assail e Sola finalmente se desenrolou. Embora o premissa central (sobre as espécies) enfrentado não tenha sido tão grave, acho que combinou com os personagens. Sola me irritou bastante no início, achei-a fraca, e na primeira oportunidade quis cair fora do relacionamento facilmente. Mas na página 439 tudo é justificado quando ela mesmo diz que "estivera aterrorizada com o amor encontrado." Fiquei com pena de Assail e imaginando o quanto ele teve que sofrer pra que ela enfim ficasse com ele. No início da história dos dois, aquele caos todo de brigas, drogas e tiros, neste livro Assail tem que lidar com a quase morte infligida por ser vício. Só na quase morte é que Sola Morte (até rimou!) aceitou sequer o visitar. E no fim do livro, ele teve que quase morrer novamente pra que ela reconhecesse o amor verdadeiro dele.
"Sola não fazia ideia do que o futuro lhes reservava. Como funcionaria. Ou se havia perdido o juízo de vez. Mas era inteligente o bastante para saber que, quando o destino te manda o amor verdadeiro, não importa qual a forma dele, você precisa aceitar o presente." Finalmente, Sola se mostrou uma mulher boa à altura de Assail ao resolver o desenrolar da história dos irmãos Benloise. Neste fim, virei fã de Sola e acho que ela está à altura das mulheres da Irmandade. Acabei virando fã de Sola mesmo na página 453 (sem entregar o que acontece), a frase por si só já revela muito: "Mulheres de verdade não esperavam que seus matadores de dragões chegassem para salvá-las. Eram verdadeiras companheiras..." Mandou muito bem, hein, Sola!
Sobre Assail: Creio que todo homem entra um pouco em pânico ao mudar de vida, e assumir uma vida mais doméstica e familiar. A velha rotina de ir ao mercado, cozinhar e ir à missa no início assustou Assail, devido ao contraste que a vida dele tinha anteriormente. Mas fiquei feliz que em nenhum momento mesmo repensando sua situação, ele deixou transparecer à Marisol. De modo que agora que quase a perdeu novamente, ele pôde ver que essa rotina é maravilhosa para os dois. Comportamento de um verdadeiro macho vinculado. No fundo, acho que ele terá uma participação maior na Irmandade, é o meu palpite. Espero que o conhecimento/vivência dele seja aproveitado e que ele possa se ocupar de algo que o motive e o preencha, tenho certeza que isso acontecerá de algum modo. Isso transpareceu bem na página 459:
"Certamente existiriam obstáculos a superar e conflitos a resolver -, e ele teria que encontrar uma função produtiva com que se ocupar. Mas se aprendera uma lição nos seus quatro séculos de existência? Com amor... tudo é possível."
Acho importante dizer que as mulheres da Irmandade sempre se ajudam. Neste livro, Jane foi ótima com Sola, fiquei muito feliz por ver mais uma vez a cumplicidade das mulheres em se ajudarem.
Jane e V. tiveram novamente seu felizes para sempre. Acho que é isso que acontece num relacionamento. Mesmo casados, vem certos problemas e distanciamentos exigindo um esforço coletivo. Fiquei feliz por V. não ter estragado tudo, apesar de ter chegado bem perto disso. Assim ele e sua shellan puderam se reconectar e viver novamente felizes juntos. V. amadureceu bastante, mudou bastante e se mostrou um companheiro exemplar. Antes a racionalidade e frieza me deixaram em dúvida se ele poderia ser um desses casais invejados da Irmandade, mas eles não ficaram atrás de nenhum outro. Jane também me deixou em dúvida, por sua rotina e obsessão com o trabalho, os dois tão diferentes em seus gostos e rotinas, mas mesmo assim a autora conseguiu nos mostrar o quanto eles podem ser bons juntos e se completarem de formas tão diferentes.
Se o livro possui algum defeito, é que a presença dos outros irmãos foi pouca. Gostaria de ter matado as saudades de todos, mas eles quase não apareceram. Estou muitíssimo empolgada pelo livro de Lassiter, ele é realmente uma figuraça, o livro deve ser muito doido, mal posso esperar. Spoilerzinho: Lassiter tomou o lugar da Virgem Escriba, então já sabem o que pode vir por aí!
A sociedade redutora não existe mais, apesar de Ômega sim. Vemos neste livro uma nova e desconhecida ameaça à raça: um livro amaldiçoado que caiu em poder de Throe (da glymera) e com o sangue dele, ele criou "sombras" que estão atacando civis, e Throe planeja - assim como Ômega - tirar o trono de Wrath. (HA-HA-HA vai tentando!) Acho que essa história não vai render muito, visto que V. já descobriu que o livro pertencia ao Santuário e as sombras podem ser derrotadas com a água da fonte do Santuário nas balas. Mesmo assim, achei essa história das sombras CREEP AS FUCK, e fiquei com medo da autora resolver mudar a pegada do livro para terror, mas felizmente tirando os zumbis que duraram poucas páginas, nada disso aconteceu. SHOUTOUT para a avó de Sola! Figuraça!
Pra resumir essa resenha gigante: considero o livro 5 estrelas, um bom desenvolvimento, nada de enrolação, nada de esperar 100 páginas para ver o início da história. Pitadas de humor e erotismo na medida certa, como sempre. Logo de cara tudo se desenrola, um ritmo perfeito, as histórias se entrelaçando e se unindo, aquele pico básico de cliffhanger que deixa a gente com o coração a mil muito bem feito e desenrolado na hora certa. Nadinha a reclamar, recomendo fortemente. Favoritei. E até o ano que vem!