Resenhas - The Priory of the Orange Tree

Marcela 27/12/2022

O Melhor do Ano.
Esse é definitivamente um dos melhores livros de fantasia que eu já li. A autora cria um universo tão rico e tão cheio de detalhes que é impossível não querer saber mais. Os personagem, que são muitos - mas tudo bem porque é um livro grande - são tão bem escritos e desenvolvidos que eles ganham vida, você passa a se importar de verdade com eles. A história é contada pelo ponto de vista de vários personagens o que possibilita entender muito mais das suas crenças. Esse é um livro pra se ler devagar, porque muita coisa acontece, mas no final ele te deixa querendo mais.

Ariny.Silva 14/12/2022

Muito denso
Narrativa de fantasia muito boa, mas o livro é muito denso e muito confuso para acompanhar. As mudanças de narrativa torna os primeiros capítulos difíceis de acompanhar e eu demorei meses para terminar.

adrianlendo 13/11/2022

Eu poderia falar por horas e horas sobre como 'O Priorado da Laranjeira' possui uma das melhores escritas de fantasia que eu já li, ou como as três protagonistas dessa história possuem um desenvolvimento exímio e que, por mais que o livro tenha 800 páginas, eu poderia ler sobre elas por pelo menos mais umas 500 páginas, mas não é sobre isso que eu tô aqui pra falar.

É claro que esses foram fatos essenciais para me manter imerso na leitura dessa história, mas ela é tão rica em detalhes que acredito que focar em um só possa transmitir tudo que essa história é capaz de passar.

Um detalhe que eu não vejo muitas pessoas comentando é sobre como 'O Priorado da Laranjeira' é basicamente sobre deixar de seguir suas crenças cegamente para poder fazer um bem maior.

São três sociedades diferentes aqui nessa história. Cada uma delas cresceu com base em uma crença diferente e muitas houveram guerras por causa delas só para, no fim, a crença não valer de absolutamente nada já que essa divisão só faz com que o inimigo em comum entre elas fique cada vez mais poderoso.

Essa é uma história lenta e, às vezes, levemente entediante que acerta muito em focar no seu lado político ao invés da própria fantasia ou do romance. É como se a magia e os dragões se sobressaissem ainda mais simplesmente pelo fato da autora tratar isso como algo rotineiro. O mesmo acontece com o romance, que caminha lentamente e arrebata de forma incrível no momento em que ocorre.

'O Priorado da Laranjeira' é sobre desafiar suas crenças em nome de um bem maior, em nome de continuar vivendo em uma sociedade que realmente VIVE ao invés de apenas sobreviver. É lindo, é sensacional e é definitivamente um universo que eu quero revisitar o mais breve possível, seja em outro livro ou até mesmo relendo esse.

iara 28/10/2022

Uma das melhores leituras do ano
Esse livro é enorme, e com motivo: cada página relata um mundo tão vivo, perfeito para quem quer mergulhar em uma boa narrativa.

Seguimos a história de Ead, criada da rainha de Inys, Tané, uma treinadora de dragões, e Niclays, um alquimista exilado no Leste. Essas histórias se desenvolvem separadas e se entrelaçam no caminho, ao que uma ameaça força o mundo a respeitar suas diferenças e se unir.

Eu amei as personagens, e especialmente amei a amizade de Tané e Niyamathun. Amei acompanhar como cada sociedade enxerga os dragões e interpreta a história deste mundo.

Dany 03/10/2022

Épico
Esse livro foi uma verdadeira aventura! Havia muito tempo que não encontrava uma história épica assim, uma fantasia de qualidade, com dragões e profecias e tudo que uma fantasia precisa pra ser foda!! E o melhor de tudo: volume único! Sério, esse livro é perfeito, criação de mundo sensacional, personagens complexos e super cativantes (e muito protagonismo feminino) e o clímax foi simplesmente fechado com chave de ouro. É um calhamaço de quase 900 páginas e tem centenas de personagens e nomes complicados desse universo para aprender mas vale super à pena e a escrita é tão fluída que nem se quer dá trabalho de aprender tudo sobre esse mundo e as horas passam voando lendo ele. Não conseguia largar esse livro de tão incrível que foi. Talvez até releia algum dia. Já é um favorito da vida!

amouterulyz 24/09/2022

talvez 800 páginas não sejam tão assustadoras assim
ano passado descobri a existência desse livro e o que eu mais queria era ler só pela quantidade de páginas, afinal elas me assustavam e eu queria poder falar ?ei eu li um livro de 800 páginas!?. não nego demorei mais de um ano pra finalmente pegar o livro, comecei com a versão física da primeira parte que foi traduzida e continuei por um arquivo que encontrei afinal não tenho a segunda parte ainda.

e ei eu li um livro de 800 páginas! e foi bem mais rápido e bem menos pior do que eu esperava. foi um livro que você começa sem entender nada como todo livro de fantasia mas você já percebe que o universo é GIGANTE. a autora conseguiu falar do norte, sul, leste e oeste e já acho isso um grande feito. outro ponto antes de começar a falar em si da história é que fantasia feministas tem meu coração e o fato da história se passar por três mulheres: uma rainha, uma maga e uma guerreira já tinha ganhado meu coração antes de enfrentar o calhamaço.

sobre a história em si: a Ead e a Sabran com toda a certeza foram as melhores da história, mudava o pov eu já sentia saudade delas. a Tané no início me impressionou e depois decepcionou? extremamente ingênua e lá pra metade do livro esquecem dela e ela só volta no final. o que salva é a interação dela com o dragão e tal mas queria tão mais. a trajetória da Tané merecia muito mais desenvolvimento e ela outra personalidade. comecei uauuuu a gata tá contra a lei e acabei com uma menina que só falta pedir desculpa por existir.

depois de the poppy war (a guerra da papoula) fantasias tem um nível a mais, e por isso esse livro não é 5 estrelas. a batalha tão esperada é tão comentada que é discutida durante o livro INTEIRO literalmente dura dois capítulos. você não sente a ansiedade da batalha você só fica ah? ok então. outra coisa foi o final extremamente *revira o olho* que deixou muitas coisas abertas e poxa eu li 800 páginas esperando algo fechado pra no final não ter.

a nota é inteiramente pela construção do mundo e dos personagens. a mitologia e os diferentes pontos de vista sobre um mesmo mito e sobre os dragões e PRINCIPALMENTE a evolução de alguns personagens, que até os que eu não gostava no final eu tava feliz por eles. foi uma leitura relativamente rápida mas não nego que houve momentos muito entediantes.

@rhyssmate 06/08/2022

Absolutamente fascinante
?? Não. Você é outro sonho, veio para me atormentar. ? Sabran se virou. ? Me deixe em paz.
Ead olhou para ela. Então riu pela primeira vez em semanas, uma risada veio do fundo de sua barriga.
? Maldita seja, sua idiota intransigente. ? Ela quase engasgou com a risada. ? Eu cruzei o sul e o oeste para voltar para você, Sabran Berethnet, e você me recompensa assim?
Sabran olhou para ela por mais um momento, seu rosto se iluminando e, de repente, começou a chorar.
? Ead. ? Ela disse, a voz embargada, e Ead a apertou, envolvendo seus braços ao redor dela tanto quanto podia. Sabran se enrolou como um gatinho contra ela.?

Há dezenas de detalhes que me fizeram apaixonar por esse livro, a relação da Sabran com a Ead e o crescimento da Tané foram os pilares disso, o arco dos personagens foi bem desenvolvido e cada capítulo se mostrou intrínseco pro desenrolar da narrativa. É um livro grande e rico, tudo sobre essa guerra inevitável e a maneira como é enfrentada por grandes mulheres me tocou de maneira singular. Comecei esse livro pelos dragões, eu confesso, e o livro prometeu e cumpriu, foram magníficos. Tudo sobre este livro foi bem pensado, terminei louca por mais e, ao mesmo tempo, com a sensação de que é exatamente o que deveria ser. Um livro muito, muito incrível. Fantástico e fascinante.

Pedro Avellar 03/08/2022

Religião e política
O livro, de fato, merece todo o hype que recebeu.
Primeiro pelo universo incrível criado pela autora, desde as divergências religiosas e como essas religiões moldam todo esse mundo. E segundo, pelo sistema de magia e as criaturas diferentes que existem.
Claro, é possível encontrar dragões em inumeras histórias de fantasia, mas não deixa de ser incrível.

Outro aspecto interessante é o romance sáfico apresentado na trama e como esse relacionamento interfere nas ações das personagens. Ainda, as religiões presentes são dignas de mais comentários, podendo dividí-las em três grandes: os que creem na Mão, os que creem no Santo, e os que tem os Dragões como seus deuses.

Porém, apesar de todas as qualidades e elogios que poderia fazer ao livro, achei demasiado grande, isto é, em diversas situações, sentia que eu lia muito e nãi saía do lugar. Este tem um ritmo bastante vagaroso e, acredito, poderia ter algumas dezenas, senão centenas, de páginas a menos.

Thay 28/07/2022

Uma verdadeira aventura!
Esse livro me consumiu nos últimos dias. Me fez ferver e ansiar por ele como o fruto da laranjeira faz com seus magos. Estou muito satisfeita de ter dado outra chance para ele.
Com Ead e Sabran a autora entregou tudo, personagens fortes e tão humanas que dói. As características de fantasia nessa obra também são contagiantes, são diferentes e instigam a curiosidade e as cenas de luta são muito envolventes.
A jornada da Ead é interessante desde o início, ela é quem está no meio da mais turbulência e num ambiente onde o leitor fica tenso com todas as possibilidades e suspeitas oferecidas pelas intrigas da corte. A trajetória da Tané é muito digna, mas é tão de fora que não dá pra se apegar a ela. Apenas no final fui capaz de sentir compaixão e até medo de que ela pudesse morrer. O Niclays, sinceramente... talvez eu tenha sido injusta com ele, mas o velho é amargo demais para o meu gosto.
O romance entre Ead e Sabran alugou um triplex na minha mente. Sabe, uma heroína que é uma maga e assassina tendo que fingir ser uma dama da corte para proteger uma rainha que serve uma religião em que ela não acredita e acaba descobrindo que essa rainha é uma pessoa muito real, uma pessoa que se importa de verdade com seu povo e que tem muitos problemas e precisa terrivelmente de uma amiga? Ah, sinto que é um sonho realizado.

O livro é eletrizante. Pessoalmente, achei extremamente ousado da parte da outra escrever uma aventura que claramente daria uma série de três livros ou mais e ainda assim deixar tudo amarradinho, mesmo que no final ela dê uma apressada nas coisas.

Recomendo muito essa leitura!

Eris 25/07/2022

Comecei porque tinha dragões e eu gosto de tudo relacionado a eles.

Enfim, eu gostei do livro. O começo é bem enjoado e meio maçante, mas depois a história vai fluindo bem.

Não é ruim, mas também não é o melhor livro que eu já li. É simplesmente ?bom?

Mesmo com o grande número de páginas, acho que vale a pena a leitura.

ironwzetian 22/07/2022

isso aqui esquece né? ta falando da ELITE ISSO AQUI É ELITE
GENTE PQP QUE LIVRO BOM DO CARSLHO EU LITERALMENTE ACABEI DE ACABAR E TO TODA COISADA TO NUM MIX DE EMOÇÕES SEM SABER COMO REAGIR NWDJWNZIMWDIENS

eu real não sei expressar o quanto esse livro e os personagens ganharam meu coração eu só sei que amei com todo o meu ser

o livro é extremamente bem escrito, eu pelo menos não percebi nenhuma ponta solta, um livro enorme desses e não tem uma partezinha que eu tenha ficado entediada pq SEMRPE TA ACONTECENDO ALGUMA COISA, os personagens são maravilhosos, A SABRAN E A EAD ALUGARAM UM FUCKNG TRIPLEX NA MINHA CABEÇA EU MORRERIA POR ELAS, a tané é linda perfeita também faria loucuras por essa mulher

enfim valeu cada página lida, virou fav e eu to extremamente feliz e ansiosa pro prequel que vai lançar ano que vem kwjxndienzj

Laura 20/07/2022

Muita enrolação
Gostei do livro, mas achei a história complexa demais a ponto de não sentir vontade de ler por preguiça de lembrar de cada detalhe. Não consegui me conectar com nenhum dos personagens ou com a história até ter lido dois terços do livro, resultado: 9 meses de leitura.

Duda 16/07/2022

O livro é bem longo mas em nenhum momento deixa de ser interessante, inteligente e cativante. Todas as personagens são bem desenvolvidas e são importantes para a história. A narrativa foi muito bem pensada e escrita, permitindo uma leitura fluida e leve.

Gostei demais da história e do mundo que foi criado. Amo quando os autores tem o cuidado de fazer linha do tempo e explorar isso durante o livro, dá uma maior profundidade e mais oportunidade de conexão com a história.

Outra coisa que gostei bastante foi a maneira como a autora desenvolveu as diferenças entre os reinos/regiões. Todos são bem característicos e únicos, senti em vários momentos a vontade de querer saber mais sobre cada um.

Além disso, aprecio a autora por colocar personagens queer e não fazer isso o foco ou ponto de discussão para a história seguir em frente. Aliás, as relações entre os personagens, sejam românticas ou não, foram elaboradas com maestria e colocadas em prática de forma excelente.

No geral, foi um livro excelente que aproveitei muito e acabei amando. Recomendo demais.

"Ten years and not one sunrise more."

Soterradaporlivros 14/07/2022

O livro da ?
Nossa eu pensei q não ia terminar esse livro nunca!

Mas vamos por partes.

O livro é bom! Eu juro que é! Mas eu tive alguns problemas durante a leitura.

Um livro com mais de 800 páginas onde os personagens são mal descritos (eu descobri q uma personagem tinha cabelo cacheado na marca das 500 páginas lidas e esse é só um exemplo).

Um livro onde muita coisa acontece mas que não precisava.

Eu vou ser bem sincera, esse livro seria bem melhor se tivesse sido melhor editado e se tivesse umas 300 páginas a menos... Inclusive acho que a versão br ser dividida possa ajudar, a história vai continuar com essas páginas a mais mas a pausa entre os dois livros pode ser benéfica.

O livro segue mais de um núcleo e pra mim o maior erro dele foi demorar tanto a juntar os plots.

Mas minha maior reclamação é q a história acaba, mas ficam vários pontos que podem sim originar mais um livro. Só que não precisa.

A história é boa, porém não foi tão bem contada, é isso.

Queria Estar Lendo 01/07/2022

Resenha: O Priorado da Laranjeira
O Priorado da Laranjeira é um intrigante livro de fantasia única. Escrito pela autora Samantha Shannon. Ele está chegando aqui no Brasil em duas partes pela Editora Plataforma21. Uma história sobre legado, magia e uma guerra profetizada. Mas não sobre dragões. Fica aqui a crítica.

Há centenas de anos, na Era da Amargura, uma fera ancestral despertou e causou ruína por onde passou. Aquele Sem Nome foi derrotado e colocado para dormir. Mas sua presença ainda ronda lendas e cria ameaça. No Leste, nas terras dos Seiiki, Tané cresceu e treinou para montar em dragões. Lá, os dragões são adorados como seres divinos. São diferentes dos monstros de fogo que descendem daquele Sem Nome.

No Oeste, os dragões e os wyverns são temidos e odiados. A fé que rege o Rainhado de Inys é diferente, e tem os dragões como seus maiores inimigos. A crença que existe é de que a linhagem de Berethnet guarda seu povo. Enquanto houver uma rainha com esse sangue e uma coroa, eles estarão a salvo do inimigo adormecido.

Apesar da estabilidade em ambos os reinos, coisas terríveis começaram a acontecer. Wyverns e wyrms passam a atacar cidades. Até mesmo os generais dragônicos da ameaça adormecida se levantam para espalhar o terror. Com o tempo, a instabilidade recai sobre os países. Então fica clara uma coisa: os dois territórios vão precisar colocar suas diferenças de lado para enfrentar seu maior inimigo.

O Priorado da Laranjeira é um livro de alta fantasia bastante complexo. Com muito foco em política e desenvolvimento de personagens. Mas pouco na ação e no conflito. Enquanto entrega muito de uma coisa, peca muito em outra.

Não me entenda mal, eu gostei do que li. Mas estava esperando mais do que me foi entregue. E pode ter sido expectativa mal construída da minha parte? Pode. Mas já que essa resenha é minha opinião, condiz com o que eu estava esperando da trama.

Com suas mais de 800 páginas, essa história em volume único tem um ritmo e desenvolvimento vagarosos. O que é um problema quando demora para desenrolar o conflito final, e acaba por fazê-lo em meras 40 páginas. A bem verdade, O Priorado da Laranjeira poderia ter tido umas 500 páginas, facilmente.

"Todas as histórias crescem de uma semente de verdade."

Dava para cortar algumas situações ali no meio que acabaram rendendo drama, mas pouco desenvolvimento real. Poderia ter poupado diálogos e mostrado mais ação. Poderia, principalmente, ter feito valer a "grande ameaça terrível" que constrói por quase 750 páginas para, no fim, não ser nada impressionante.

A parte política do livro é ótima. Samantha Shannon não se apressa em fazer as coisas acontecerem e relação aos dois territórios. Isso nos dá tempo de entender as políticas de cada país. Conhecer mais a fundo cada personagem. Assim, cria aquela sensação de que estamos em um universo muito querido. Muito familiar. Por isso, eu esperava mais tensão quando a ameaça começa a aparecer.

Os wyverns são impressionantes. Mas são burros. E, ironicamente, são criaturas inteligentes, com capacidade de falar e pensar. São generais de batalha, representando a fera aprisionada. Mas são burros! Nem pra fazer um estrago eles servem.

O Priorado da Laranjeira tem diferentes pontos de vista no decorrer da trama. Cada um em um canto do mapa. Temos Tané, no Leste, com seu sonho de se tornar uma cavaleira entre os dragões. Ead, no Oeste, na corte da rainha Sabran. Ela está ali como espiã há quase dez anos, trabalhando para garantir a segurança da rainha. Loth, em uma viagem secreta, que acaba se envolvendo numa trama paralela para lá de perturbada. E Niclays, no Leste, é um exilado de moral bastante dúbia.

A divisão de fé é muito marcante na história. O culto à fera Sem Nome, a grande ameaça adormecida, está crescendo. No Rainhado de Ilys, a fé reside em virtudes que representam as inclinações de cada pessoa. No Leste, a fé está sobre os dragões da água; feras ancestrais que combateram Aquele Sem Nome no passado, e que reinam como deuses sobre aqueles que os adoram.

"Todos temos sombras em nós. Eu aceito as suas."

O Priorado da Laranjeira tem grande inspiração na cultura oriental para a composição do reino do Leste. Enquanto os dragões de fogo são inspirados nas feras clássicas de RPG, como os wyverns, as feras do Leste se assemelham aos das culturas orientais.

Eu gostei muito dessa divisão criativa, e de como esse universo é completo. Além deles, temos a magia do Priorado da Laranjeira. É um lugar habitado por guerreiras ancestrais, mulheres que foram escolhidas para carregar o fogo da árvore sagrada. Ead é uma delas. Toda a mitologia criada em volta dessas magas é incrível e completa. Tem lendas, histórias antigas, e elas se entrelaçam com a história principal de um jeito bastante notável.

Eu queria, no entanto, que os plot twists tivessem sido mais bem entregues. Alguns são legais, outros parecem sem pé nem cabeça. Mas, em resumo, não têm emoção. Não sei se foi questão de narrativa ou de escolha de cena. Mas, sempre que alguma reviravolta acontecia, eu não ficava impressionada. Se achava ótimo, era porque trazia uma nova visão para a história. Faltou aquele choque, sabe? Aquela cena que tira seu ar, porque você não imaginava isso acontecendo. E, quando não fazia o menor sentido, era pra me deixar com pontos de interrogação na cabeça. Teve um, em específico, envolvendo uma peça-chave da trama que surge, literalmente, do nada de bandeja para uma das personagens, que pelo amor de deus.

O Priorado da Laranjeira, a bem verdade, é muito mais sobre suas personagens do que sobre a fantasia. E por isso, talvez, eu tenha me decepcionado. A promessa de guerra e horror que perdura 700 páginas acaba se mostrando infrutífera. É aquele tipo de fantasia que arrasta sua ameaça e sua história por muito tempo, para encerrá-la de maneira abrupta e sem emoção. A "grande batalha" mal dura 30 páginas. Não tem um saldo positivo que eu possa tirar dela, com tudo que o livro prometeu e não cumpriu. Era para ser épico, e foi broxante.

"Lembre-se, Tané, que uma espada não precisa ser amolada o tempo todo para se manter afiada."

As personagens, no entanto, salvaram a história para mim. Como eu disse, o desenvolvimento delas é excelente. Usa mais páginas do que precisava, a bem verdade. Ead, Tané, Loth e Sabran foram queridos em todos os seus momentos. E a narrativa sabia disso, e por isso se estendeu tanto neles. Apesar de amá-los, muita coisa poderia ter sido poupada para que, no final, o livro não precisasse me contar o que aconteceu, e sim me mostrasse acontecendo.

Eu gostei demais dos arcos de cada protagonista. Ead e sua coragem, Tané e sua força, Loth e seu coração, Sabran e sua determinação. Cada um deles vive em intensidade suas histórias individuais, e a forma com que elas se entrelaçam é maravilhosa.

As mulheres de O Priorado da Laranjeira são a força motriz dessa história. O universo da Samantha Shannon é movido por suas personagens femininas. Em suas mais diversas posições de poder, elas regem o mundo. Guiam batalhas. Fazem escolhas que decidem o destino da humanidade. As mulheres são um dos pontos mais fortes do livro.

Ead e Tané foram muitas favoritas. A primeira, poderosa em sua magia, sábia em suas escolhas, fiel em seu coração. Ela e Sabran desenvolvem um relacionamento que começa nas alfinetadas e na Ead tendo coragem de dizer à rainha do Leste o que mais ninguém diz. Aos poucos, uma faísca nasce, e o romance se desenvolve lindamente.

Esse é um universo em que relacionamentos homoafetivos existem e são aceitos como qualquer outro. E é sempre incrível pegar uma história de fantasia que abraça a diversidade LGBTQIA+ com a normalidade com que deveria. O mesmo para a diversidade de personagens não-brancos em todo o livro.

"Meu coração conhece sua canção, como o seu conhece a minha."

Tané, a cavaleira de dragão mais fiel e honrada do mundo, foi outro show da história. Ela e sua dragão companheira são de uma irmandade tão linda e querida que roubaram meu coração. O modo como os dragões são venerados no Leste cria em Tané essa adoração; e é lindo ver a relação de amizade e família que ela desenvolve com a fera que a escolhe.

Loth e Sabran também roubam momentos para brilhar. Mas, para mim, Ead e Tané foram o maior espetáculo desse livro. Do começo ao fim, foram consistentes em suas personalidades. Ganharam arcos de crescimento e desenvolvimento maravilhosos. E tiveram fins dignos da história que escolheram viver.

"É durante a noite que o medo vem até nós com toda a força, quando não temos como lutar contra ele."

O Priorado da Laranjeira tem pontos altos e baixos, no fim das contas. É uma fantasia épica que escorrega muito na parte do "épico". Tem uma mitologia interessante, personagens femininas poderosas. Mas falha no que promete por tanto tempo. No fim, deixa uma sensação de que poderia ter sido muito mais.

site: https://www.queriaestarlendo.com.br/2022/07/resenha-o-priorado-da-laranjeira.html