José Eduardo 12/09/2020
Clássico instigante
Tenho lido alguns clássicos em sua língua original. De todos, este me parece ser, disparado, o mais interessante para leitores ordinários como eu. O texto não é difícil de se entender. A leitura é fluida e, em alguns momentos, é difícil largar o livro (o que não vinha acontecendo com os clássicos que li antes deste, que eram, de certo modo, enfadonhos). Os personagens são convincentes e o autor tem o cuidado de expor de forma diferente o ponto de vista de cada um deles (sendo que os capítulos são anotações, cartas, diários dos personagens, apresentadas seguindo a linha de tempo dos acontecimentos; muito interessante esse formato). Interessante notar que o Conde Drácula é apresentado como um ser demoníaco e, como tal, suas fraquezas estariam em parte relacionadas aos poderes divinos concedidos a simples crucifixos ou mesmo água benta, exatamente a imagem geral que temos dos vampiros (talvez exatamente por conta da influência de Bram Stoker no gênero).
Van Helsing, a quem fui apresentado pelo filme de 2004 (que nada tem a ver com o seu original), é crucial na história. O desenrolar dos acontecimentos é crível e a história é instigante o suficiente para nos prender até o final. A leitura, portanto, vale não só por ser um clássico, mas também por ter o poder de transportar-nos ao universo criativo do autor.