Ca Agulhari @literario_universo 26/08/2018PERTURBADOR!O livro a seguir foi lido por mim (ah vá!) em português de Portugal. No começo você estranha um pouco algumas expressões como ''carrinha'' para carro, ''miúda'' para criança e etc mas é perfeitamente possível lê-lo todo sem que se comprometa o entendimento da história.
Desde já quero salientar: o desenvolvimento do livro é ótimo. Eu realmente adorei as idas e vindas da história narrada pela Helena, onde ela nos conta detalhes da sua infância. Eu confesso que não achei o plot crível: quem em sã consciência que sabe onde o pai (assassino e muito mais) se esconderia, não conta à polícia o que sabe e como encontrá-lo mas sim sai à procura dele sozinha? Essas personagens como síndrome de herói me irritam um pouco entende? Mas enfim, continuei lendo afinal esse é o enredo da autora, não tem como a gente fugir. Se assim ela quis, vamos acompanhar né?
Há uma surpresa no início de cada capítulo pra quem gosta de contos do Hans C. Andersen, há menções aos Vikings, porém nada que torne a história um livro de fantasia. Essas adições caíram muito bem dentro do enredo.
Helena é uma personagem intrigante. Ama o pai mais que tudo na vida. Se embevece com as palavras dele, suas histórias, as coisas que ele lhe ensina. Quando criança, agia por uma obediência cega ao pai, que via como um herói em sua vida. Já eu, às vezes a detestava, em outros momentos, tive pena dela. Mais pena ainda tive de sua mãe. Helena cresceu sem saber que era filha de um raptor e sua vítima. Suas emoções, muitas vezes primárias podem te fazer torcer o nariz. De fato, em muitos momentos, a tive tão cruel quanto o pai. Jacob me deu náuseas. Vale muito a pena você ler o livro se gosta de histórias bem amarradas, de uma dose de drama na medida certa, se você se interessa pela mente humana. E claro, se você gosta de livros na temática acima, com uma pitada de suspense, de leve nesse caso. Recomendo o livro? Sim! Embora como eu tenha dito, o plot de heroína tentando salvar a história me irrite, o que me fez gostar do livro foi seu desenvolvimento como um todo. O final foi até que condizente com tudo que aconteceu desde o começo da trama, embora eu ressalte pra vocês que achei muito triste tudo que aconteceu à mãe mais do que à filha em alguns momentos. A palavra que melhor define esse livro pra mim é ''perturbador''. Em algumas cenas, eu fiquei realmente angustiada, puta da vida com o pai. Que tipo de pessoa faz o que ele fez? Ele age numa dose de frieza fora da esfera do aceitável pra mim. Seria Jacob uma pessoa puramente sádica, doente ou refém das circunstâncias da vida que levou?
Resenha originalmente postada em ''Universo Literário''
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