Lorena 13/05/2013ControversoCleo e Daniel, romance escrito em 1967 por Roberto Freire, não é uma leitura fácil. Quando comecei a ler pensei que não passaria da página 20, mas persisti.
A narrativa é feita em primeira pessoa pelo psicanalista desencantado da vida Rudolf Flügel. Os personagens são jogados ao leitor sem cerimônia e eu fiquei me perguntando "Quando Cléo e Daniel vão surgir?". E essa aparição demora acontecer, lá pra metade do livro.
Enquanto isso, ficamos com Benjamim, Betariz, Fernanda, Madalena, Gaby, Julio, os elefantes: Mágico de Oz, Castro Alves, Juqueri, Ricardo e Alencar, Marcus... Até o próprio Roberto Freire aparece na narrativa como o psicanalista de rudolf. Uma mistura muito louca e sem capítulos, parece que tudo é escrito em um só fôlego.
Aí aparece Daniel, que é amigo de Marcus, o filho homossexual de Mágico de Oz, e depois Cleo. Até os dois ficarem realmente juntos, já estamos quase nas páginas finais. Daniel é internado em um hospício, Cléo quase é mandada para um internato na Suíça e Rudolf abandonou sua profissão.
Com certeza, esse não seria um livro que recomendaria para qualquer pessoa. Só para as mais sensíveis. No final, gostei bastante, mas, certamente, esse é um daqueles livros que poucos amam e muitos odeiam.