Alessandra @leituraromancecafe 22/01/2019
LETARGIA O AMANHÃ PODE SER MELHOR
Resenhando | Letargia O amanhã pode ser melhor
Esse é aquele livro super amorzinho que desperta em nós o prazer de resenhar. Confesso que estou presa a uma história com tantos fatos que se torna difícil descrever parte dessa leitura sem dar algum spoiler. Mas calma, são só migalhas de um grande silo.
Ele é uma romance nacional e de época, quer dizer... Sabe aquela época em que você se encaixa? Tudo é bem presente, e sem perceber mergulha na história cheia de reviravoltas inesperadas. A autora espertamente usou um cenário bastante comum e existente em qualquer época, confesso que para mim muito atraente... As casas são simples (interioranas) e há muito, muito verde. Juro que desejei conversar com alguém abertamente a respeito dos muitos acontecimentos, e por isso, estou indicando tanto esse livro, que sai do convencional e certamente surpreenderá vocês leitores.
Letargia conta a história da impetuosa Kaila, uma jovem de vinte e um anos que mora com os tios. Afastada do convívio social, criada sob as rígidas regras de sua tia Rebeca, Kaila vê o mundo passar diante de seus olhos, até que seu tio Filemom, cansado de fugir, compra um pequeno comércio na pacata região de “Encosta da Serra” (gente, eu amei o nome desse pequeno povoado e até procurei na internet para ver se ele existia, mas não, ele não existe ).
É aí que a engrenagem da história gira e mil coisas acontecem, vou falar aqui apenas a ponta da corda que se desenrola na trama, então reafirmo: não se preocupem.
No dia seguinte a sua chegada, ela sai para conhecer a região com sua amiga Duda (aquela que está por dentro de todos os acontecimentos, uma jovem alegre, que irá ajudar Kaila a aprontar das suas), e sem querer, Kaila se distrai e perde o horário. Na volta para casa, ela meio que conhece Humberto,um homem retraído, filho de um grande fazendeiro da região... é a família Calado.
Nessa mesma noite, ela conhece Felipe (tirando a Kaila, ele foi um dos meus personagens favoritos, o cara é o tipo “vamos viver o hoje como se não houvesse amanhã e pegar todas sem se prender a ninguém”.
Devido a região ser pequena, aos poucos, a tia dela começa a soltar as rédeas e a nossa jovenzinha, que não tem nada de santa, aproveita todas as oportunidades para desbravar o mundo. É como se ela desejasse abraçar tudo de uma vez, e eu entendo (afinal ela vivia trancada),mas também lamento. A pessoa quando se afasta do meio social, perde a noção do quanto pode ser manipulável, e essa sua ingenuidade será o propulsor que a conduzirá a tomar as piores decisões possíveis. Deixo aqui um comentário pessoal. Nos tempos atuais, não existe mais personalidades tão ingênuas, talvez seja por isso que a inocência exagerada da Kaila causou em mim tanta gastura.
Mas as coisas acontecem de um jeito tão fluido... Sem você se dar conta, as circunstâncias aproximam ela de Humberto e Felipe. Mais rápido ainda, ela vai para São Paulo e não sendo o bastante termina em Belo Horizonte. E nem tentem imaginar o que irá acontecer. Você vai sorrir, ficar indignado e com certeza se surpreender, esse gênero de suspense prende a gente com muita facilidade. Um ponto que também quero ressaltar é a respeito da narração. Narrado na primeira pessoa, Kaila mostra seus pensamentos de forma bem clara, é como se fosse você vivendo a história.
A autora lança muitos pontos que nos leva a refletir, afinal, é certo você tomar uma decisão levado pelo momento? E até que ponto você deve odiar e amar?
A jovem Kaila, por ter sido criada isolada, vê o mundo como se tudo fosse perfeito, aquela ingenuidade de acreditar que tudo vai dar certo, com o tempo e os fatos ela percebe que não é bem assim que a vida acontece. E toda sua precipitação e insubmissão a levarão a seguir por caminhos bem complicados, acreditem!
O livro tem muitos personagens (e todos foram muito bem montados) cada um tem o seu papel importantíssimo na trama, então fiquem de olho.
Uma coisa que também percebi é que em alguns momentos a autora deixa meio que certas pontas, sabe aquela pulga atrás da orelha? Estou com várias e isso é terrível (no bom sentido). No meio da história, você tem a certeza de que o final é bem inesperado.
O livro é uma trilogia e termina da pior forma possível, confesso, fiquei hiper irritada com o final e, ao mesmo tempo, louca para dar continuidade.
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