@blogleiturasdiarias 09/06/2022Mesmo moldes que o primeiro (o que não é algo ruim!)Existem autores que eu apelidei carinhosamente de zona de conforto: são aqueles que possuem histórias que dificilmente não curtirei. Podem não ser livros favoritos da vida, porém os enredos são tão bons que eu passo tranquilamente o dia inteiro lendo, sem enjoar. Simone Elkeles é dessa categoria, onde Leis da Atração — segundo volume da série Química Perfeita — foi uma leitura que me surpreendeu positivamente, e sai amando!
Carlos Fuentes, um garoto de estilo bad boy, contra a sua vontade foi obrigado a voltar do México para os Estados Unidos. Ao chegar no país já se metendo em uma enorme confusão, por diversas questões, ele será obrigado a morar na casa do ex-professor do seu irmão mais velho, Alex. E é lá que ele conhece Kiara, a filha do professor. De dois mundos opostos — pois Kiara é tímida e nunca se meteu em enrascadas — eles serão forçados a viverem juntos, descobrindo uma forte atração. No entanto, será que a paixão pode sobrepujar as diferenças? E Carlos, será que realmente seguirá os sonhos que os outros desejam para ele, e não o que quer?
Não creio que seja um desenvolvimento inovador ou que tenha algo destoante. Seguindo moldes semelhantes do volume antecessor, é uma narrativa que nos conquista por trazer o esperado. É um jovem adulto com uma trama até que simples com seus momentos de dramas, de risos, momentos tensos e/ou apreensivos, onde um relacionamento amoroso vai sendo construído e lapidado. É um enredo que cresce a medida que nos apaixonamos pelos seus personagens. Aparenta não entregar nada, entretanto queremos muito mais da conjuntura.
Sobre os protagonistas, Carlos é indubitavelmente uma versão mais nova de Alex. Já esperava uma personalidade assim — até pelo que demonstrou ser no livro do irmão — então nada fora do esperado ao ter que revirar os olhos para alguns comportamentos imaturos até crescer. Já a grande surpresa é com a Kiara e seu jeito que nos cativa, onde da mesma forma que revela suas atitudes fortes e a coragem de ir atrás do que quer, demonstra seus receios e medos. Dois opostos, duas vidas completamente diferentes que a paixão unirá.
"Carlos é um idiota durão que não deixa ninguém se aproximar ele. Mas quando consigo vislumbrar sua afeição e compaixão escondidas, sinto que minha muralha começa a desmoronar." pág. 213
Preciso exaltar nomes secundários que aparecem, e são de extrema importância para o contexto. Os pais de Kiara, Alex e Britt, o melhor amigo da Kiara, entre outros que formaram uma rede de segurança — praticamente uma família — que souberam lidar super bem com emblemáticas complexas.
Tenho que falar também, acerca da autora nos apontar uma realidade de segundo plano que pode passar desapercebida: a xenofobia. Com um núcleo de pessoas de nacionalidade mexicana presente na trama, é nítido em falas, conversas e até mesmo convívio social o quanto ser estrangeiro nos Estados Unidos é emblemático. E nesse caso, ainda mais quando falamos dos mexicanos e toda sua bagagem histórica com relação ao EUA. Reflexões e debates importantíssimos são levantados no texto.
E claro que não poderia faltar momentos eletrizantes, onde pensei que tudo daria errado e não teria um final que me deixasse feliz, contudo reviravoltas acontecem. Tenho a sensação que perdi o fôlego diversas vezes na narrativa, onde só fui respirar quando os problemas começaram a serem solucionados. Como disse anteriormente, é um andamento que melhora a medida que as situações vão se desenrolando então, em um dado instante a sensação que temos é de só querer que tudo se resolva, de modo positivo.
O desfecho chega acalentando o coração dos romântico, e o que dizer do epílogo simplesmente perfeito. Confesso que até umas lágrimas de felicidade rolou nesse final rs. De uma forma geral, Leis da Atração é um romance jovem sensacional, com todos os altos e baixos que acompanham essa fase de descoberta.
"Não sou boa com palavras e, se eu tentasse falar qualquer coisa, provavelmente gaguejaria e quebraria o clima. Se não consigo dizer a ele como me sinto, posso mostrar." pág. 241
Na parte física, eu não sei o que se passou na cabeça da editora brasileira para a escolha da capa, mas enfim.... melhor do que não ter o exemplar traduzido né?! Não é uma das minha opções preferidas. A diagramação é a padrão da editora GloboAlt, com texto espaçado e confortável de ler. Não encontrei erros de revisão ou ortográficos. A narrativa é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista tanto da Kiara quanto do Carlos, alternados.
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