Correio Feminino

Correio Feminino Clarice Lispector




Resenhas - Correio Feminino


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DIRCE 12/03/2010

Até tu, Clarice, meu ídolo!
Ao encontrar o livro Correio Feminino, na biblioteca de uma Colônia de Férias, na qual eu me encontrava, meus olhos faiscaram e não pensei duas vezes: retirei o livro e mergulhei na leitura. Logo no início dúvidas me assaltaram - não conseguia acreditar que aquilo que eu estava lendo tinha, realmente, sido escrito pela Clarice Lispector. Não a Clarice que conheci por meio do livro A Hora da Estrela e que me fez tornar uma leitora mais exigente, que me levou a questionar como nós, seres humanos, somos vazios e, ao mesmo tempo, tão ávidos.
Clarice dando “receitas” de como arranjar marido? Falando em marido ideal? Príncipes encantados? Até tinha um teste para saber se a jovem já estava pronta para o casamento(!!!) E o que ela falava sobre a cultura das cores, então ? Acreditem se quiserem, mas os mosquitos em geral gostam de preto, do azul, do vermelho e odeiam apaixonadamente o alaranjado (???!!!) Tão pasmada fiquei que não pude deixar de pensar: Até tu, Clarice, meu ídolo!
Não reconheci nessa Clarice que dava tudo como acabado, tudo muito "quadradinho" a Clarice que, aos 17 anos, escreveu o livro Perto do Coração Selvagem com uma intensidade visceral. Não reconheci a Clarice que nesse mesmo livro diz: "Inspirai-me, eu tenho quase tudo; eu tenho o contorno à espera da essência; é isso? - O que deve fazer alguém que não sabe o que fazer de si?" Ou ainda: "Tudo o que possuo está muito fundo dentro de mim. (...)No meu interior encontro o silêncio procurado."
Bem, tinha um prefácio no livro dizendo que ela aceitou escrever suplementos femininos porque ela havia se separado ou algo parecido e,que para tal, ela fez uso de pseudônimos, o que me levou a acreditar que a publicação desses textos foi um desrespeito a essa escritora intensa que é Clarice.
Sinto-me uma herege criticando Clarice, mas a única coisa que salvou no livro foi o Capítulo Entre Mulheres ( se não me falha a memória) onde encontrei resquícios da Clarice em dizeres como:" Até escrever está sendo fácil ? Se é assim paro de escrever. Porque é que escrevo com as entranhas e neste momento estou escrevendo com as pontas dos dedos. É um pecado bem sei querer a carência. Mas a carência de que falo é tão mais plenitude do que essa espécie de fartura".
Esses resquícios que encontrei me permitiram a considerar o livro regular.
Paula 13/03/2010minha estante
Olá, Dirce! Não pude deixar de ler a sua resenha sobre essa coletânea de artigos da Clarice. Entendo a sua surpresa e o seu desgosto, por que isso aí não é a Clarice que a gente conhece e que a gente gosta. Se você ler a correspondência de Clarice, vai entender que ela só escreveu esses artigos porque precisava do dinheiro, naquela época os livros dela ainda não vendiam tanto quanto hoje, nem eram tão reconhecidos assim. Isso a própria Clarice afirma no livro "Cartas perto do coração", cartas entre a Clarice e o Fernando Sabino que, se não me engano, foi quem conseguiu esse trabalho para a Clarice. Em uma das cartas ela diz do medo que tinha de aceitar esse trabalho e de que isso "sujasse" sua imagem como escritora. Ela queria usar pseudônimo, mas depois não foi possível e ela fala desse medo em uma das cartas. Portanto, querida, não critique a Clarice por isso =] E se você gosta dela tanto quanto eu, recomendo a leitura dos livros de cartas. Esse com as cartas do Fernando Sabino é maravilhoso. Tem também o Minhas queridas, que são cartas dela para as irmãs, e ainda tem mais um, intitulado "Correspondências". beijos!


Tarsila 05/05/2011minha estante
Acho que ela só escrevia isso aí como colunista nos jornais... Isso não era ela.


Srt Vasconcelos 14/05/2013minha estante
Acredito sim, que esta é uma Clarice totalmente diferente da que estamos acostumados, porque não dizer, mais humana, mais mulher. São textos para uma coluna feminina, então acredito que ela mandou bem, alcançou seu objetivo. Este livro é mais pra quem quer entender a vida pessoal de Clarice, e não seus trabalhos como escritora, acredite, dá pra fazer essa separação. Estou lendo mais por curiosidade, por ser totalmente apaixonada pela PESSOA Clarice Lispector.


Tili Oliveira 23/12/2013minha estante
Nossa, tive a mesma sensação e no mesmo tempo em que você!
No começo me diverti muito, principalmente depois de ler o prefácio, mas, sinceramente, depois fui ficando cada vez mais incomodada pensando nas pessoas que não conhecem a "verdadeira" Clarice e que vão ler este livro. E ai?!
Mas também fiquei pensando no que uma mãe/mulher é capaz de fazer pra manter sua vida financeiramente e nas coisas que Clarice precisou "engolir" numa época de machismo gritante.
Este livro vai ficar pra mim, ao fim e ao cabo, como um retrato de um momento difícil de Clarice, assim como eu mesma já tive de fazer coisas que não gosto em nome da família e coisa e tal. Afinal ela é, acima de tudo, um ser humano sujeito às intempéries da vida, assim como todxs nós.




Soraia 20/07/2021

Manual do que não ser
Este livro pode ser um prato cheio para os/as conservadores/as e defensores dos "bons" modos "femininos".
Um desserviço a todas as conquistas e toda a luta feminina pela libertação e pela equidade de gênero.
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Ludmila119 31/08/2016

Correio feminino
Nestes enxertos, conhecemos um outro lado de Clarice: uma mulher que se preocupa com beleza, comportamento, homem, marido, casa e seu papel na sociedade. Apesar dos textos se apresentarem em uma linguagem mais rápida, clara e simples, ainda se nota um ar de seu humor ácido e realista, todas características da minha escritora favorita.

Há alguns escritores, porém, que não gostam desse lado de Clarice Lispector, descrevendo que seu lado feminista, neste caso, passou longe de estar presente nos textos. Neste livro, há preocupações de beleza que uma feminista [talvez] não tem, há preocupações em realizar desejos e sonhos de companheiros que uma feminista [talvez] não tenha, etc. Porém, eu já noto algo distinto.

Nossa amiga Clarice Lispector talvez não quisesse ir contra tudo o que feministas pregam e também ir contra a liberdade da mulher. Vejo o livro como uma crítica às mulheres e aos homens. Vejo o livro como uma mescla de humor e crítica às mulheres que só pensam no ato de se arrumar para o homem e agradá-lo, como também percebo o quanto é ruim a mulher não pensar em ter alguém ao seu lado e ter para quem se arrumar. Creio que talvez ela começasse a enxergar as mulheres como donas de si, como agora em nossos dias, e já quisesse evidenciar isso em alguns artigos e revistas.

Dessa forma, mostra-se no livro, que em um tom de conversa com as leitoras, Clarice incentiva várias vezes que as mulheres não percam a feminilidade, a beleza, a sedução, mas também que não sejam fúteis e apenas – o que chamarei aqui de – “mulheres de beleza”.
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BeThi.Freire 08/04/2020

Correio feminino
Quando vc pensa em Clarice não imagina nunca um livro como este. Mas aí eu lembro que muita das vezes a gente acaba fazendo coisas na qual não concorda somente pelo dinheiro.
Então creio que foi isso que aconteceu...
No livro ela da "dicas" de como segurar marido, de como cuidar da casa e dos filhos e coisa desse tipo.
Em certos momentos, achei o relato um tanto preconceituoso pela forna como ela se refere às empregadas domésticas e tb com relação às mulheres negras.
Sei que foi uma obra escrita a algum tempo, mas mesmo assim me incomodou.
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fs 03/07/2011

Por mais que eu seja mulher, a minha geração é bem diferente da de Clarice...
A curiosidade pelas dicas daquelas mulheres lindas e até hoje tão aclamadas me levou a comprar este livro. Ainda o guardo para lembrar que vale a pena agente se cuidar...
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Biblioteca Álvaro Guerra 09/09/2019

Em Correio Feminino, mais do que a escritora consagrada, é a "jornalista feminina" que se apresenta ao leitor.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/8532520456
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Ana Carolina 23/07/2013

Resenha originalmente publicada no blog Palavra Sonhada
"Correio Feminino" (158 páginas, Rocco) talvez seja um livro inédito para muitos leitores assíduos de Clarice. É uma coletânea de textos que foram publicados em revistas, periódicos e jornais. Sob os nomes de Tereza Quadros, Helen Palmer e Ilka Soares, Clarice Lispector atuou como ghost-writer na imprensa brasileira, temendo que os assuntos mais triviais prejudicassem a sua carreira como escritora.
Conhecemos um outro lado de Clarice: uma mulher que se preocupa com beleza, comportamento, casa, homens e seu papel na sociedade. Apesar dos textos se apresentarem em uma linguagem clara e e simples, distantes das "tradicionais" crônicas e contos da autora, ainda podemos notar um toque de seu humor ácido e realista.
Em um tom de conversa com a leitora, Clarice incentiva várias vezes que as mulheres não percam a feminilidade, a beleza, a sedução, mas também não devem ser fúteis e desocupadas. Coloca a mulher em um papel de constante conquista de seus maridos e pretendentes, como se nunca pudessem descansar da árdua tarefa. Tive a impressão de que a mulher perfeita para Clarice é a que se desdobra em várias, nunca descansa de suas diversas missões, uma mulher com múltiplas faces e talentos.
Um livro para quem deseja descobrir uma nova face dessa escritora tão querida. Os conselhos em si não pesam tanto para o valor da obra, apesar de refletirem os valores da época. "Correio Feminino" se apresenta como o prazer de conhecer Clarice Lispector sob outro ângulo.

site: http://palavrasonhada.blogspot.com.br/2012/07/correio-feminino-clarice-lispector.html
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Giovanna.Pereti 05/10/2022

Criticado à toa
Um livro estilo dicas de jornal/revista que toda mulher (ou menina) sempre adorou ler. Vi muitas críticas desnecessárias ao conteúdo do livro, mas deixo aqui meu parecer: o feminino precisa ser resgatado, a feminilidade tem sido tragada por um falso empoderamento. Clarice nos traz a luz no fim do túnel da mulher masculinizada: não perca sua essência por conta de uma agenda, senão você vai perder a si mesma.
marcelo.palominio 08/01/2024minha estante
Concordo totalmente. Essa obra revela o lado humano de Clarice e não o que idealizamos a partir de suas outras obras. Todo mundo tem suas fragilidades, dúvidas e pressupostos. Porque seria diferente com ela? Muitos a querem enxergar com as atuais lentes do "empoderamento" que, pra mim, nada mais é que uma tentativa inútil de esconder fragilidades pra não parecer "piegas". Ela é A Clarice, única e inimitável e pra mim isso basta.




Tili Oliveira 30/05/2014

Pra passar o tempo...
É uma decepção pra quem pensa encontrar textos muito inteligentes, mas é importante como conhecimento de um outro viés adotado pela escritora.
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Blenda Costa 12/02/2022

Esse livro não foi muito do meu agrado, mas ele agrada outros leitores os que gostam dessa autora, eu particularmente não me identifiquei, achei chato, porém eu li??
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gimellomiranda 06/09/2022

Muito diferente dos outros textos da autora que tive contato. Achei até estranho ler coisas tão triviais, mas é divertido.
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