Luiza Helena (@balaiodebabados) 07/04/2020Originalmente postada em https://www.balaiodebabados.com.br/A Página em Chamas começa já de forma eletrizante, mostrando o que podemos esperar desse terceiro volume. E prometeu o que cumpriu.
Acho que já está ficando chato eu comentar toda vez o quanto admiro Irene. Ela tem um grande senso de lealdade, tanto para com a Biblioteca quanto em relação aos seus amigos. Além de ser bastante corajosa e sensata, ela sempre consegue manter a calma e a concentração, mesmo em momentos de puro desespero.
Um ponto que mais gosto na protagonista é o fato dela não baixar a cabeça para os homens. Já deu pra perceber que a Londres que ela está residindo atualmente, as mulheres não possuem tanto lugar de fala e muitas são tratadas de forma condescendente. Mas Irene ela se faz ouvir e respeitar, ainda mais por ser a pessoa com maior conhecimento sobre a Biblioteca.
Nesse volume, a Biblioteca está mais uma vez ameaçada por Alberich. Confesso que a falta de citação do vilão em A Cidade das Máscaras foi um ponto negativo, mas aqui isso é compensado. Ficamos sabendo sobre o seu grande plano em relação à Biblioteca e o que isso vai significar para todos que atuam nela. Já da parte da instituição, também vemos como seus superiores estão lidando com toda essa ameaça.
Além do pano de fundo londrino, dessa vez Irene e Kai são mandados para St. Petersburg, a fim de recuperar um livro super raro. Gostei muito como a autora soube conectar essa aparente missão para manter as aparências com a ameaça de Alberich, visto que Irene o confronta no meio de um baile realizado para a imperadora.
Alberich é um vilão um tanto caricato, com seu plano de vingança contra a Biblioteca, mas ele cumpre seu papel. Mesmo não estando sempre presente, sua ameaça está sempre ali rondando. Sua constante obsessão e interesse por Irene é um dos pontos altos e mistério da série. Eu já tenho as minhas teorias e espero que nos próximos livros a autora desenvolva isso.
Quanto aos secundários, já falei o quanto amo a amizade e companheirismo entre Kai e Irene. Sempre fica aquela questão de dúvida se eles algum dia irão se envolver romanticamente, mas o laço que os une é bem profundo. Como a própria Irene reflete e se admira do quanto ela pode contar com Kai para tudo, pelo pouco espaço de tempo que eles estão juntos.
Por conta da sua natureza, Kai em alguns momentos é super protetor em relação a Irene, mesmo ela sendo sua superior. Porém, percebemos que o interesse de Kai em relação à segurança de Irene é bastante genuíno; mesmo que não goste de algumas de suas ideias, em nenhum momento ele tenta obrigá-la ou comandá-la a obedecê-lo.
Além da ameaça de Alberich e essa missão de resgate literário, nossos dois bibliotecários ainda tem de lidar com o fato de alguém está querendo matá-los. Esse detalhe foi um pouco previsível, mas nem por isso deixei de temer por algo pior acontece com os dois.
Um personagem que também se destaca aqui é o detetive Peregrine Vale. Por conta da sua ajuda ao resgatar Kai no livro anterior, ele está sofrendo de uma espécie de infecção do Caos, o que faz com que Irene e Kai temam por sua vida e sanidade. Quando ele deu as caras lá em A Biblioteca Invisível, pensei que ele não seria de muita importância nos outros livros, mas ele se provou um grande amigo e uma ótima fonte de ajuda para Irene e Kai.
Assim como nos livros anteriores, A Página em Chamas termina com um bom gancho para sua continuação. Estou super ansiosa para conferir novas aventuras em A Trama Perdida.
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