jota 17/05/2023BOM: jovem se apaixona por sua parceira de tênis, muito mais velha do que ele e os dois vivem o que ele chamou de uma história de amor únicaLido entre 07 e 16 de maio de 2023. Avaliação da leitura: 3,5/5,0
Com cerca de 70 anos agora, Paul Roberts reflete sobre seu relacionamento no passado com Susan Macleod, então uma mulher casada de 48 anos, com duas filhas crescidas. Por ela Paul se apaixonou quando tinha apenas 19 e com ela viveu cerca de 10 anos. Para ele, esse primeiro amor determinou para sempre o resto de sua vida, coisa que foi descobrindo com o passar dos anos e que acompanhamos através de sua narrativa.
Susan foi para Paul muito mais importante do que seus amores posteriores, mesmo sendo mais velha do que as outras mulheres com quem se relacionou. Porque ela era linda, charmosa, calorosa, engraçada e talvez ele tivesse vivido muito mais tempo com ela, até o fim da vida, se ela não tivesse se tornado alcoólatra. Susan era única e a história de amor deles dois, antes de ela se entregar à bebida, também foi única e permaneceu assim em sua memória. Tão única que algumas situações parecem inacreditáveis quando as lemos, como Paul vivendo por uns tempos na casa da amante e o marido dela também vivendo ali, os três juntos...
Bem, e o livro de Barnes é único? Sim, porque foi escrito por ele e contêm situações que não encontramos em outras obras, mas ele já escreveu histórias de amor melhores do que essa, como Em Tom de Conversa (Rocco, 1998) e sua continuação Amor, Etc. (Rocco, 2002). Além de tratar com versatilidade e originalidade outros temas em ótimos livros como O Papagaio de Flaubert (Rocco, 1988), Arthur & George (Rocco, 2007), O Sentido de Um Fim (2012) e O Ruído do Tempo (2017). Mesmo não sendo o melhor livro de Barnes - de todos que li até agora, e com A Única História foram 11 obras -, é superior a muita coisa publicada por aí. E tem outra vantagem: tem apenas pouco mais de duzentas páginas.